A Anarquia

A Anarquia

Ilustração quase contemporânea da Batalha de Lincoln. Estêvão (quarto da direita) ouve Balduíno de Clare (esquerda) fazendo seu discurso de batalha
Data 1135 – 1153
Local Inglaterra e Normandia
Desfecho Tratado de Wallingford: Estêvão permanece rei, mas Henrique Plantageneta é nomeado seu sucessor.
Beligerantes
Forças leais a Estêvão de Inglaterra Forças leais a Matilde de Inglaterra e Henrique Plantagenta
Comandantes
Estêvão de Inglaterra
Matilde de Bolonha
Matilde de Inglaterra
Roberto de Gloucester
Godofredo V de Anjou
Henrique Plantageneta

A Anarquia foi uma guerra civil travada na Inglaterra e Normandia entre 1135 e 1153,[1] caracterizada por um colapso na lei e na ordem. O conflito surgiu de uma crise de sucessão no final do reinado de Henrique I de Inglaterra, quando seu único filho legítimo, Guilherme Adelino, morreu no naufrágio do White Ship, em 25 de dezembro de 1120. As tentativas de Henrique de colocar sua filha, a Imperatriz Matilde, como sua sucessora não foram bem sucedidas e, depois de sua morte em 1135, seu sobrinho Estêvão de Blois tomou o poder com a ajuda de seu irmão, Henrique de Blois. O início do reinado de Estêvão foi marcado por lutas contra barões ingleses, rebeldes galeses e invasores escoceses. Após uma grande rebelião no sudoeste da Inglaterra em 1139, Matilde e seu meio-irmão, Roberto de Gloucester, invadiram a Inglaterra.

Nenhum dos lados conseguiu alcançar uma vitória decisiva nos primeiros anos da guerra; Matilde veio a controlar o sudoeste da Inglaterra e grande parte do Vale do ´Tâmisa, enquanto Estêvão permaneceu no controle do sudeste. Os castelos da época eram facilmente defensáveis, e muitos dos conflitos eram uma guerra de exaustão, envolvendo cercos, saques e escaramuças entre exércitos, cavaleiros e soldados, muitos dos quais eram mercenários. Em 1141, Estêvão foi capturado na Batalha de Lincoln, acabando com sua autoridade na maior parte do país. Matilde foi forçada a recuar de Londres por multidões hostis antes de conseguir ser coroada; pouco depois, Roberto foi capturado no Tumulto de Winchester e os dois lados trocaram seus prisioneiros. Estêvão quase capturou Matilde em 1142 durante o Cerco de Oxford, porém ela escapou atravessando o Rio Tâmisa.

A guerra se estendeu por muitos anos. Godofredo V de Anjou, marido de Matilde, conseguiu conquistar a Normandia, porém ninguém saia vitorioso na Inglaterra. Barões rebeldes começaram a ganhar mais poder no norte e em East Anglia. As devastações nas regiões de guerra eram enormes. Em 1148, Matilde voltou para a Normandia e deixou a campanha a cargo de seu filho Henrique Plantageneta. Estêvão tentou, sem sucesso, fazer a igreja reconhecer seu filho Eustácio como o próximo rei. No início da década de 1150, os barões e a igreja queriam apenas a paz.

Nenhum dos lados queria entrar em batalha quando Henrique invadiu a Inglaterra em 1153. Depois de uma pequena campanha e do Cerco de Wallingford, Estêvão e Henrique negociaram a paz, o Tratado de Wallingford, em que o rei reconhecia Henrique como seu herdeiro. Estêvão morreu no ano seguinte e Henrique II começou um longo período de reconstrução na Inglaterra. Crônicos descreveram o período como um em que "Cristo e seus santos estavam dormindo", e historiadores vitorianos chamaram o conflito de "a Anarquia" por causa do caos, apesar de historiadores modernos questionarem a precisão do termo e alguns dos relatos contemporâneos.[2]

  1. River, Charles (15 de agosto de 2020). The Anarchy: The History and Legacy of the Civil War in England and Normandy During the 12th Century (em inglês). [S.l.]: Independently Published 
  2. Bradbury, p.215.

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