Agricultura urbana

Agricultura urbana é a agricultura praticada no interior (agricultura intraurbana) ou na periferia (agricultura periurbana) de uma localidade, cidade ou metrópole, cultivando, produzindo, criando, processando e distribuindo uma diversidade de produtos alimentares e não alimentares, utilizando os recursos humanos e materiais, produtos e serviços encontrados dentro ou em redor da área urbana.[1]

Pontos de diferenciação entre agriculturas rural e urbana. Fonte: adaptado de Campilan, Dreschel e Jocker (2002).

A agricultura urbana é realizada geralmente em pequenas áreas e destina-se sobretudo a uma produção para utilização e consumo próprio ou para a venda em pequena escala, em mercados locais. Pratica-se principalmente em quintais, em terraços ou pátios, ou ainda em hortas urbanas – espaços comunitários ou espaços públicos não urbanizados.[2]

Um parâmetro de diferenciação importante entre a agricultura urbana e a rural é o contexto espacial em que as atividades de cultivo são realizadas.[3] A agricultura urbana acontece dentro do perímetro definido em leis municipais (ainda que em zonas metropolitanas ou periféricas). Já a atividade rural é realizada nas zonas externas ao perímetro urbano.

Agricultura urbana em Havana

A prática da agricultura urbana abarca também atividades como: compra e venda de insumos para cultivo, o processamento e o comércio dos resultados da produção. Inclui desde o cultivo totalmente comercial, iniciativas comunitárias entre a vizinhança, até uma produção doméstica para consumo próprio.[3]

A agricultura urbana, em sua pluralidade, possibilita criar novos modos para as pessoas envolvidas se relacionarem socialmente. Além disso, afirmam que essa prática traz consigo uma nova maneira de se apropriar e conceber o espaço urbano, motivando outras reivindicações e reverberando simbologias político-ideológicas. [4] [5] [6]

Esses fatores apontam, então, o papel da agricultura urbana para a manutenção e melhoramento da coesão social uma vez que as formas que as cidades se apresentam colaboram na moldagem do comportamento social de seus cidadãos.[7] Desse modo, o conhecimento tácito advindo da práxis da agricultura urbana ao mesmo tempo provoca e sofre influências na configuração da cidade. Adaptam-se as técnicas, os comportamentos das pessoas envolvidas e os objetivos simbólicos de cada iniciativa, originando um saber-fazer próprio.[8]

Horta urbana na região da Serra gaúcha, em Garibaldi, Rio Grande do Sul.
  1. MOUGEOT, L. (1999): Urban agriculture: Definition, Presence, Potentials and Risks, and Policy Challanges, Havana, Cuba, 1999
  2. «Programa do SENAR Goiás possibilita inserção da produção na zona urbana - Rede e-TEC Brasil no SENAR». Rede e-TEC Brasil no SENAR. Consultado em 5 de junho de 2016 
  3. a b ARRUDA, J.; ARRAES, N. A. M. Agricultura urbana e peri-urbana em Campinas: subsídios para políticas públicas. XLIII CONGRESSO DA SOBER, 2005. Ribeirão Preto, 2005
  4. TRACEY, D. Guerrilla gardening: a manualfesto. Canadá: New Society, 2007
  5. REYNOLDS, R. On guerrilla gardening: a handbook for gardening without boundaries. Reino Unido: Bloomsbury, 2009
  6. NAGIB, Gustavo. Agricultura urbana como ativismo na cidade de São Paulo: o caso da Horta das Corujas. 2016. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
  7. MORAES, Antonio Carlos Robert. Ideologias geográficas. São Paulo: Annablume, 2005
  8. FENIMAN, Eduardo Henrique. Hortas curitibanas: as representações simbólicas do cultivo de alimentos na cidade. 2014. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná.

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