Anarquismo individualista

O Anarquismo individualista (ou anarcoindividualismo) é uma tradição filosófica do anarquismo com ênfase no indivíduo,[1] e sua vontade, argumentando que cada um é seu próprio mestre, interagindo com os outros através de uma associação voluntária. O anarquismo individualista refere-se a algumas tradições de pensamento dentro do movimento anarquista que priorizam o indivíduo sobre todo tipo de determinação externa, que ele é um fim em si mesmo e não um meio para uma causa, incluindo grupos, "bem-comum", sociedade, tradições e sistemas ideológicos.[2] O anarquismo individualista não é uma filosofia simples, mas que se refere a um conjunto de filosofias individualistas que estão frequentemente em conflito umas com as outras. As primeiras influências sobre o anarquismo individualista foram os pensamentos de William Godwin,[3] Henry David Thoreau com a temática do transcendentalismo,[4] Josiah Warren defendendo a soberania individual, Lysander Spooner, Pierre Joseph Proudhon e Benjamin Tucker[5] focando no Mutualismo, Herbert Spencer[6] e Max Stirner[7] com sua vertente mais extrema. Esta é uma das duas principais categorias em que se divide o anarquismo, sendo a outra o anarquismo coletivista.[8][9][10] Acrescentemos que ao contrário do anarquismo comunista, o anarquismo individualista nunca foi um movimento social, mas um fenômeno filosófico/literário.[11] O anarquismo filosófico, isto é, que não defende uma revolução para remover o estado, "é um componente especial do anarquismo individualista".[12]

Surge em primeiro lugar nos Estados Unidos, depois na Europa no século XIX, sendo aderido especialmente por autores e ativistas estadunidenses que formaram tradição individualista nativa.[13][14] Também teve um desenvolvimento particularmente forte em 1920 na França e no Reino Unido.

  1. Brooks, Frank H. 1994. The Individualist Anarchists: An Anthology of Liberty (1881-1908)
  2. "O que eu entendo por individualismo? Doutrina moral, não baseada em qualquer dogma, nenhuma tradição ou determinação externa, que apela apenas para a consciência individual." Mini-Manual do individualismo, de Han Ryner
  3. William Godwin artigo na Stanford Encyclopedia of Philosophy de Mark Philip, 2006-05-20
  4. A insubordinação voluntária. O anarco-individualismo espanhol durante a ditadura e a Segunda República (1923-1938)
  5. De acordo com Tucker, "se o indivíduo tem o direito de governar a si mesmo, todos os governos externos são uma tirania Tucker, Benjamin R. (10 de março de 1888). «Socialismo estatal e Anarquismo: até que ponto concordam e em que se diferem]» Liberty 5 (16): pp. 2-3, 6.
  6. Freeden, Micheal. Ideologies and Political Theory: A Conceptual Approach. Oxford University Press. ISBN 0-19-829414-X. pp. 313-314
  7. Max Stirner artigo da Stanford Encyclopedia of Philosophy por David Leopold, 2006-08-04
  8. Ostergaard, Geoffrey. "Anarchism". The Blackwell Dictionary of Modern Social Thought. Blackwell Publishing. p. 14.
  9. Morris, Christopher W. 1998. An Essay on the Modern State. Cambridge University Press. p 50 (uses "collectivist" and "communitarian" synonymously)
  10. Wolff. Robert Paul. "Anarchism". The Oxford Companion to the Politics of the World, 2e. Joel Krieger, ed. Oxford University Press Inc. 2001. Oxford Reference Online. Oxford University Press
  11. Alexandre Skirda, (2002). Facing the Enemy: A History of Anarchist Organization from Proudhon to May 1968, AK Press.
  12. (2003) «Anarchism», The Blackwell Dictionary of Modern Social Thought, 2nd edición, Blackwell Publishing, p. 12
  13. O anarquismo individualista nos Estados Unidos, na Inglaterra e em outros lugares. Os antigos intelectuais libertários americanos, por Max Nettlau (em castelhano)
  14. As correntes liberais nos Estados Unidos (Pioneiros da liberdade americana), por Rudolf Rocker (em castelhano)

© MMXXIII Rich X Search. We shall prevail. All rights reserved. Rich X Search