Behaviorismo

 Nota: Não confundir com comportamentismo.

Behaviorismo (do inglês: behavior, "comportamento") é uma abordagem sistemática para a explicação do comportamento de seres humanos e animais[1]. Para o behaviorismo, comportamento é tudo aquilo que um organismo – humano ou animal – faz ou produz, incluindo ações privadas, como sentir ou pensar[2]. Enquanto área de estudo, o behaviorismo busca compreender, principalmente, as causas que levam os processos de aquisição, manutenção e perda de comportamentos de um organismo. É fundamental ressaltarmos que existem múltiplas teorias behavioristas como o behaviorismo clássico, behaviorismo metodológico, neobehaviorismo mediacional, o bhevaviorismo radical, o behaviorismo intencional, a teoria biocomportamental ou biobehavior (também conhecida como behaviorismo biológico, o behaviorismo teleológico e o behaviorismo molar são algumas das teorias que a literatura especializada abrange. [3]

O behaviorismo surgiu no início dos anos 1900 como uma reação à psicologia profunda e outras formas tradicionais de psicologia, que muitas vezes tinham dificuldade em fazer previsões que pudessem ser testadas experimentalmente. Dessa forma, cita-se, por exemplo, Edward Thorndike, um dos pioneiros no behaviorismo. Thornidike diferenciou-se dos demais psicólogos de sua época ao tentar estudar experimentalmente o comportamento. Um de seus experimentos mais icônicos refere-se ao momento onde ele colocou repetidamente gatos famintos em caixas de madeira que eram alimentados todas as vezes que eles conseguissem sair da caixa. Thorndike percebeu que quanto mais vezes os gatos era colocadom nas caixas, mais rápido eles conseguiam escapar. Assim, postulou a chamada Lei do efeito, que dizia que um comportamento seria fortalecido caso sua consequência viesse a ser agradável e que um comportamento seria enfraquecido caso sua consequência viesse a ser desagradável[4][5]. Embora a lei do efeito não seja mais válida atualmente, sua criação expõe elementos essenciais do behaviorismo: uma ciência experimental que busca explicar as causas do comportamento, assim como sua aprendizagem.

Com uma publicação de 1924, John B. Watson concebeu o behaviorismo metodológico, que rejeitou métodos introspectivos e buscou entender o comportamento apenas medindo comportamentos e eventos observáveis. Não foi até a década de 1930 que B. F. Skinner sugeriu que o comportamento encoberto — incluindo cognição e emoções — está sujeito às mesmas variáveis ​​de controle que o comportamento observável, que se tornou a base de sua filosofia chamada behaviorismo radical.[6][7] Enquanto Watson e Ivan Pavlov investigaram como estímulos neutros (condicionados) eliciam reflexos no condicionamento respondente, Skinner avaliou as histórias de reforçamento dos estímulos discriminativos (antecedentes) que emitem o comportamento; a técnica ficou conhecida como condicionamento operante.

A aplicação do behaviorismo radical – conhecida como análise aplicada do comportamento – é usada em diversos contextos, incluindo, por exemplo, o comportamento animal aplicado e o gerenciamento do comportamento organizacional para o tratamento de transtornos mentais, como autismo e abuso de substâncias.[8][9] Além disso, embora o behaviorismo e as escolas cognitivas de pensamento psicológico não concordem teoricamente, eles se complementam nas terapias cognitivo-comportamentais, que demonstraram utilidade no tratamento de certas patologias, incluindo fobias simples, TEPT e transtornos do humor.

  1. Araiba, Sho (junho de 2019). «Current diversification of behaviorism». Perspectives on Behavior Science. 43 (1): 157–175. PMC 7198672Acessível livremente. PMID 32440649. doi:10.1007/s40614-019-00207-0 
  2. Pierce, W. David; Cheney, Carl D. (2017). Behavior analysis and learning: a biobehavioral approach. Col: A Psychology Press book Sixth edition ed. New York: Routledge 
  3. ZÍLIO, Diego; CARRARA, Kester (2019). BEHAVIORISMOS. REFLEXÕES HISTÓRICAS E CONCEITUAIS VOL III. São Paulo: Centro Paradigma de Ciências do Comportamento. 394 páginas. ISBN 978-85-69475-04-0 
  4. Chance, Paul (novembro de 1999). «THORNDIKE'S PUZZLE BOXES AND THE ORIGINS OF THE EXPERIMENTAL ANALYSIS OF BEHAVIOR». Journal of the Experimental Analysis of Behavior (em inglês) (3): 433–440. PMC PMC1284753Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 16812921. doi:10.1901/jeab.1999.72-433. Consultado em 17 de julho de 2023 
  5. Thorndike, Edward L. (1911). Animal Intelligence. New York: The Macmillan Company. p. 36. ISBN 978-1855066984 
  6. Chiesa, Mecca (1994). Radical Behaviorism: The Philosophy and the Science. [S.l.]: Authors Cooperative, Inc. pp. 1–241. ISBN 978-0962331145. Consultado em 31 de julho de 2016. Arquivado do original em 4 de setembro de 2017 
  7. Dillenburger, Karola; Keenan, Mickey (2009). «None of the As in ABA stand for autism: Dispelling the myths». Journal of Intellectual and Developmental Disability. 34 (2): 193–195. PMID 19404840. doi:10.1080/13668250902845244  Verifique o valor de |name-list-format=amp (ajuda)
  8. Baer, Donald M.; Wolf, Montrose M.; Risley, Todd R. (1968). «Some current dimensions of applied behavior analysis». Journal of Applied Behavior Analysis. 1 (1): 91–7. PMC 1310980Acessível livremente. PMID 16795165. doi:10.1901/jaba.1968.1-91 
  9. Madden, Gregory, ed. (2013). APA Handbook of Behavior Analysis. Col: APA Handbooks in Psychology Series; APA Reference Books Collection. Washington, DC: American Psychological Association. ISBN 978-1-4338-1111-1. OCLC 771425225. Consultado em 24 de dezembro de 2014 

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