Choro

 Nota: Para outros significados, veja Choro (desambiguação).
Choro
Choro
Alguns dos instrumentos musicais típicos do choro
Contexto cultural Da segunda metade do século XIX, no Rio de Janeiro até hoje
Instrumentos típicos piano, violão de sete cordas, violão, violão tenor, bandolim, cavaquinho, flauta, flautim, clarinete, clarone, saxofones, trompete, trombone, bombardino, tuba, pandeiro, reco-reco e caixeta
Subgêneros
choro, valsa, tango-brasileiro, schottich, polca, maxixe, lundu
Gêneros de fusão
dança de salão europeia: valsa, Habanera, mazurca, polca, schottish. Músicas de origem africana: lundu

O choro ou chorinho é um gênero da música popular brasileira surgido no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX.[1]

Segundo José Ramos Tinhorão, o choro aparece não como gênero musical, mas como "forma de tocar", por volta de 1870. Sua origem, portanto, está no estilo de interpretação que os músicos populares do Rio de Janeiro imprimiam à execução das danças de salão europeias, principalmente as polcas, a dança mais popular no Brasil desde 1844.[2]

O choro tem como matrizes os gêneros luso-africano-brasileiros como a modinha e o lundu, e as danças de salão européias que chegaram no Brasil principalmente na década de 1840: a polca, a quadrilha, a schottich (xote), a mazurca e a valsa, esta última presente no Brasil desde os princípios do século XIX.[3]

Em um primeiro momento, portanto, o choro consistiu em um estilo de interpretação da música importada, consumida nos salões e bailes da alta sociedade do Império. Sob o impulso criador dos "chorões", a comunidade de músicos populares , as danças europeias foram "abrasileirando-se", adquirindo feições genuinamente nacionais.[4]

A formação instrumental dos primeiros grupos de choro tinha como base os instrumentos de sopro, principalmente a flauta e o oficleide, além do violão e do cavaquinho[5]. No decorrer do século XX, o bandolim adquire um lugar de destaque como solista, e o pandeiro[6] se consolida como o principal instrumento de percussão. A partir da década de 1950, o violão de sete cordas também passa a ter destaque pelas mãos de Dino 7 Cordas, consolidando a formação moderna do regional de choro.[1]

O compositor e maestro Henrique Alves de Mesquita, o flautista Joaquim Callado, os pianistas Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga, o oficleidista Irineu de Almeida e o maestro Anacleto de Medeiros[5] são os principais representantes dessas primeiras gerações[6] que, nascidos no século XIX, estabeleceram os pilares do choro e da música popular carioca, que com a difusão pelas bandas de música e pelo rádio foi ganhando todo o território nacional.[7]

Aluno de Irineu de Almeida,[6] herdeiro imediato dessas primeiras gerações, Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, foi o responsável pela consolidação do gênero.[8] Virtuose da flauta, arranjador de primeira hora, e mestre do contraponto improvisado ao saxofone, Pixinguinha firmou-se como o maior compositor da história do choro.[9]

Considerado um dos primeiros gêneros musicais do Brasil, o choro vem adquirindo adeptos em outros países, como na Holanda com a EPM Holanda,[1] e na Alemanha, com o Choro Intergalático em Berlim e o Clube do Choro de Munique. Também está permanentemente se renovando através de instrumentistas e compositores contemporâneos como Hamilton de Holanda, Yamandu Costa, Luis Barcelos, Maurício Carrilho, Nailor Proveta, além dos grupos como Água de Moringa e o Trio Madeira Brasil.[8]

  1. a b Aragão, Pedro (28 de novembro de 2013). O baú do animal. [S.l.]: Edições Folha Seca 
  2. TINHORÃO, José Ramos (2013). Pequena história da música popular segundo seus gêneros. São Paulo: Editora 34. p. 119 
  3. KIEFER, Bruno (1979). Música e dança popular: sua influência na música erudita. Porto Alegre: Editora Movimento. p. 8 
  4. Marcondes, 1977, p.192
  5. a b SIQUEIRA, Batista (1969). Três vultos históricos da música brasileira: Mesquita, Callado, Anacleto (ensaio biográfico). Rio de Janeiro: Sociedade Cultural e Artística Uirapuru/MEC. pp. 97–98 
  6. a b c VASCONCELOS, Ary (1984). Carinhoso etc: história e inventário do choro. Rio de Janeiro: Edição do autor 
  7. Diniz, 2006, p.23
  8. a b CAZES, Henrique (2005). Choro: do quintal ao Municipal, 3ª edição. Rio de Janeiro: Editora 34. p. 202. ISBN 8573261056 
  9. Diniz, 2006, p.24

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