Diabetes mellitus tipo 2

Diabetes mellitus tipo 2
Diabetes mellitus tipo 2
Símbolo universal da diabetes mellitus.[1]
Sinónimos Diabetes mellitus não-insulino-dependente, diabetes tardia[2]
Especialidade Endocrinologia
Sintomas Sede frequente, micção frequente, perda de peso inexplicável, fome excessiva[3]
Complicações Coma hiperosmolar hiperglicémico, cetoacidose diabética, doenças cardiovasculares, AVC, retinopatia diabética, insuficiência renal, amputação[2][4][5]
Início habitual Meia-idade ou em idoso[6]
Duração Crónica[6]
Causas Obesidade, falta de exercício, genéticas[2][6]
Método de diagnóstico Análises ao sangue[3]
Prevenção Manter um peso saudável, exercício físico, dieta equilibrada[2]
Tratamento Alterações na dieta, metformina, insulina, cirurgia bariátrica[2][7][8][9]
Prognóstico Diminuição de 10 anos na esperança de vida[10]
Frequência 392 milhões (2015)[11]
Classificação e recursos externos
CID-10 E11
CID-9 250.00, 250.02
CID-11 119724091
OMIM 125853
DiseasesDB 3661
MedlinePlus 000313
eMedicine article/117853
MeSH D003924
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Diabetes mellitus do tipo 2 é um distúrbio metabólico caracterizado pelo elevado nível de glicose no sangue, resistência à insulina e relativa falta de insulina.[6] Os sintomas mais comuns são a sede excessiva, micção frequente e perda de peso inexplicável.[3] Outros possíveis sintomas são fome excessiva, fadiga e feridas que não cicatrizam.[3] Em muitos casos os sintomas manifestam-se de forma gradual e lenta.[6] Entre as complicações a longo prazo dos níveis elevados de glicose estão doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais, retinopatia diabética que pode causar cegueira, insuficiência renal e má circulação de sangue nos membros que pode levar a amputações.[2] Pode ainda ocorrer Coma hiperosmolar hiperglicémico de aparecimento súbito, embora a cetoacidose diabética seja pouco comum.[4][5]

A diabetes do tipo 2 ocorre como consequência da obesidade e falta de exercício físico.[2] Algumas pessoas apresentam uma predisposição genética superior.[6] A diabetes do tipo 2 corresponde a 90% dos casos de diabetes, sendo os restantes 10% constituídos principalmente por diabetes do tipo 1 e diabetes gestacional.[2] Na diabetes do tipo 1, as células beta do pâncreas não produzem insulina em quantidade suficiente para controlar a glicose no sangue.[12][13] O diagnóstico da diabetes é feito com análises ao sangue que avaliam a quantidade de glicose no plasma, provas de tolerância à glicose oral ou hemoglobina glicosilada.[3]

A diabetes do tipo 2 pode ser parcialmente evitável mantendo um peso saudável, praticando exercício físico com regularidade e mantendo uma dieta equilibrada.[2] O tratamento consiste em exercício físico e dieta adequada.[2] Quando estas medidas não são suficientes para diminuir a quantidade de glicose no sangue, geralmente é recomendada a administração de metformina.[7][14] Muitas pessoas podem eventualmente necessitar de injeções de insulina.[9] A avaliação periódica dos níveis de glicose está recomendada para pessoas que se encontram a tomar insulina, embora nem sempre seja necessária em pessoas a tomar apenas medicação.[15] Em pessoas obesas, a cirurgia bariátrica pode melhorar a diabetes.[8][16]

A incidência da diabetes tem subido de forma significativa desde a década de 1960, em paralelo com a obesidade.[17] Em 2015 havia 392 milhões de pessoas diagnosticadas com diabetes do tipo 2, muito mais do que os 30 milhões em 1985.[11][18] A doença tem geralmente início durante a meia-idade ou durante a terceira idade,[6] embora a incidência esteja a aumentar em pessoas jovens.[19][20] A diabetes do tipo 2 está associada a uma diminuição de dez anos na esperança de vida.[10] A diabetes foi uma das primeiras doenças a ser descrita.[21] A importância da insulina na diabetes foi determinada na década de 1920.[22]

  1. «Diabetes Blue Circle Symbol». International Diabetes Federation. 17 de Março de 2006. Consultado em 13 de Abril de 2015. Arquivado do original em 5 de Agosto de 2007 
  2. a b c d e f g h i j «Diabetes Fact sheet N°312». World Health Organization. Agosto de 2011. Consultado em 9 de janeiro de 2012. Arquivado do original em 26 de agosto de 2013 
  3. a b c d e «Diagnosis of Diabetes and Prediabetes». National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases. Junho de 2014. Consultado em 10 de fevereiro de 2016. Cópia arquivada em 6 de março de 2016 
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  5. a b Fasanmade, OA; Odeniyi, IA; Ogbera, AO (junho de 2008). «Diabetic ketoacidosis: diagnosis and management». African Journal of Medicine and Medical Sciences. 37 (2): 99–105. PMID 18939392 
  6. a b c d e f g «Causes of Diabetes». National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases. Junho de 2014. Consultado em 10 de fevereiro de 2016. Cópia arquivada em 2 de fevereiro de 2016 
  7. a b Maruthur, NM; Tseng, E; Hutfless, S; Wilson, LM; Suarez-Cuervo, C; Berger, Z; Chu, Y; Iyoha, E; Segal, JB; Bolen, S (19 de abril de 2016). «Diabetes Medications as Monotherapy or Metformin-Based Combination Therapy for Type 2 Diabetes: A Systematic Review and Meta-analysis». Annals of Internal Medicine. 164: 740–751. PMID 27088241. doi:10.7326/M15-2650. (pede subscrição (ajuda)) 
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