Esquizofrenia

Esquizofrenia
Esquizofrenia
Tecido bordado por um paciente com esquizofrenia
Especialidade Psiquiatria, psicologia
Sintomas Delírios, pensamento confuso ou pouco claro, ouvir vozes que outros não ouvem.[1][2]
Início habitual Geralmente no início da idade adulta[2]
Duração Crónica[2]
Causas Fatores genéticos e ambientais[3]
Fatores de risco Antecedentes familiares, problemas durante a gravidez, crescer em ambiente urbano, pais mais velhos[3]
Método de diagnóstico Baseado no comportamento observado, experiências relatadas e descrições de familiares ou conhecidos[4]
Condições semelhantes Consumo de drogas, doença de Huntington, perturbações do humor, autismo[5]
Tratamento Aconselhamento psiquiátrico, formação laboral[1][3]
Medicação Antipsicóticos[3]
Prognóstico Esperança de vida: menos 8–20 anos[6][7] devido ao aumento de suicídio, doenças cardiovasculares e doenças do estilo de vida[7]
Frequência ~0,5%[8]
Mortes ~17000 (2015)[9]
Classificação e recursos externos
CID-10 F20
CID-9 295
CID-11 1683919430
OMIM 181500
DiseasesDB 11890
MedlinePlus 000928
eMedicine med/2072 emerg/520
MeSH D012559
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Esquizofrenia é uma perturbação mental caracterizada por episódios contínuos ou recorrentes de psicose.[1][3] Os sintomas mais comuns são alucinações (incluindo ouvir vozes), delírios e desorganização do pensamento.[10] Entre outros sintomas estão a reclusão social, dificuldade em expressar emoções e falta de motivação.[1][2][3] Em muitos casos, as pessoas com esquizofrenia apresentam também outros problemas de saúde mental, como perturbações de ansiedade, depressão ou perturbação por abuso de substâncias.[11] Os sintomas geralmente manifestam-se de forma gradual, desde o início da idade adulta, e permanecem durante um longo período de tempo.[2][4]

As causas da esquizofrenia incluem fatores ambientais e genéticos.[3] Entre os possíveis fatores ambientais estão o crescimento em ambientes urbanos, o consumo de drogas, determinadas infeções, a idade dos pais e má nutrição durante a gravidez.[3][12] Entre os fatores genéticos estão uma série de variações genéticas.[13] O diagnóstico tem por base a observação do comportamento da pessoa, a descrição que faz das experiências pessoais e o seu contexto cultural. À data de 2013 ainda não existia um teste específico.[4] A esquizofrenia não implica ter "personalidade dupla" ou várias personalidades, condições com as quais é confundida na perceção da generalidade das pessoas.[14]

O tratamento geralmente consiste na administração de medicamentos antipsicóticos e aconselhamento psiquiátrico, formação profissional e reabilitação social. Não é ainda claro se são mais eficazes antipsicóticos típicos ou atípicos.[15] Em pessoas que não mostram sinais de melhoria com outros antipsicóticos pode ser administrada clozapina.[3] Nos casos mais graves, em que existe risco para a própria pessoa ou para os outros, pode ser necessário recorrer a internamento hospitalar involuntário, embora atualmente os internamentos sejam mais curtos e menos frequentes do que no passado.[16]

A esquizofrenia afeta entre 0,3 e 0,7% da população mundial em algum momento da vida.[8] Estima-se que em 2013 houvesse 23,6 milhões de casos em todo o mundo.[17] A doença é mais comum entre homens do que entre mulheres.[1] Cerca de 20% das pessoas melhoram e algumas recuperam por completo.[4] É comum que a esquizofrenia seja acompanhada de problemas sociais, como desemprego de longa duração, pobreza e viver na condição de sem-abrigo.[4][18] A esperança de vida média das pessoas com a doença é de 10 a 25 anos mais curta do que a média.[6] Isto é resultado do agravamento dos problemas de saúde físicos e de uma taxa de suicídio superior à média (cerca de 5%).[8][19] Estima-se que em 2015 tenham morrido 17 000 pessoas por comportamentos relacionados com ou causados pela esquizofrenia.[9]

  1. a b c d e «Schizophrenia Fact sheet N°397». Organização Mundial de Saúde. Setembro de 2015. Consultado em 3 de fevereiro de 2016 
  2. a b c d e «Schizophrenia». National Institute of Mental Health. Janeiro de 2016. Consultado em 3 de fevereiro de 2016 
  3. a b c d e f g h i Owen, MJ; Sawa, A; Mortensen, PB; (14 de janeiro de 2016). «Schizophrenia.». Lancet (Londres, Inglaterra). PMID 26777917. doi:10.1016/S0140-6736(15)01121-6 
  4. a b c d e American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders 5ª ed. Arlington: American Psychiatric Publishing. pp. 101–05. ISBN 978-0890425558 
  5. Ferri, Fred F. (2010). Ferri's differential diagnosis : a practical guide to the differential diagnosis of symptoms, signs, and clinical disorders 2nd ed. Philadelphia, PA: Elsevier/Mosby. p. Chapter S. ISBN 0323076998 
  6. a b Laursen TM; Munk-Olsen T, Vestergaard M (Março de 2012). «Life expectancy and cardiovascular mortality in persons with schizophrenia». Current opinion in psychiatry. 25 (2): 83–8. PMID 22249081. doi:10.1097/YCO.0b013e32835035ca 
  7. a b «Medicinal treatment of psychosis/schizophrenia». www.sbu.se (em inglês). Swedish Agency for Health Technology Assessment and Assessment of Social Services. 21 de novembro de 2012. Consultado em 26 de junho de 2017. Cópia arquivada em 29 de junho de 2017 
  8. a b c van Os J, Kapur S (Agosto de 2009). «Schizophrenia» (PDF). Lancet. 374 (9690): 635–45. PMID 19700006. doi:10.1016/S0140-6736(09)60995-8. Consultado em 11 de agosto de 2016. Arquivado do original (PDF) em 23 de junho de 2013 
  9. a b GBD 2015 Mortality and Causes of Death, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMID 27733281. doi:10.1016/s0140-6736(16)31012-1 
  10. Diagnostic and statistical manual of mental disorders : DSM-5.Registo grátis requerido 5th ed. [S.l.]: American Psychiatric Association. 2013. pp. 99–105. ISBN 978-0-89042-555-8 
  11. Buckley PF; Miller BJ, Lehrer DS, Castle DJ (Março de 2009). «Psychiatric comorbidities and schizophrenia». Schizophr Bull. 35 (2): 383–402. PMC 2659306Acessível livremente. PMID 19011234. doi:10.1093/schbul/sbn135 
  12. Chadwick B; Miller ML, Hurd YL, (2013). «Cannabis Use during Adolescent Development: Susceptibility to Psychiatric Illness». Front Psychiatry (Revisão). 4. 129 páginas. PMC 3796318Acessível livremente. PMID 24133461. doi:10.3389/fpsyt.2013.00129 
  13. Kavanagh, D H; Tansey, K E; O'Donovan, M C; Owen, M J (2014). «Schizophrenia genetics: emerging themes for a complex disorder». Molecular Psychiatry. 20 (1): 72–76. ISSN 1359-4184. doi:10.1038/mp.2014.148 
  14. Picchioni MM; Murray RM (Julho de 2007). «Schizophrenia». BMJ. 335 (7610): 91–5. PMC 1914490Acessível livremente. PMID 17626963. doi:10.1136/bmj.39227.616447.BE 
  15. Kane JM; Correll CU (2010). «Pharmacologic treatment of schizophrenia». Dialogues Clin Neurosci. 12 (3): 345–57. PMC 3085113Acessível livremente. PMID 20954430 
  16. Becker T; Kilian R (2006). «Psychiatric services for people with severe mental illness across western Europe: what can be generalized from current knowledge about differences in provision, costs and outcomes of mental health care?». Acta Psychiatrica Scandinavica Supplement. 113 (429): 9–16. PMID 16445476. doi:10.1111/j.1600-0447.2005.00711.x 
  17. Global Burden of Disease Study 2013 (5 de junho de 2015). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 301 acute and chronic diseases and injuries in 188 countries, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.». Lancet (Londres, Inglaterra). PMID 26063472. doi:10.1016/S0140-6736(15)60692-4 
  18. Foster, A; Gable, J; Buckley, J (Setembro de 2012). «Homelessness in schizophrenia.». The Psychiatric clinics of North America. 35 (3): 717–34. PMID 22929875. doi:10.1016/j.psc.2012.06.010 
  19. Hor K; Taylor M (Novembro de 2010). «Suicide and schizophrenia: a systematic review of rates and risk factors». Journal of psychopharmacology (Oxford, Inglaterra). 24 (4 Suppl): 81–90. PMID 20923923. doi:10.1177/1359786810385490 

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