Estrada romana

Vias romanas durante o reino de Adriano, por volta do ano 125 d.C.

A rede de estradas romanas (em latim: viae; singular: via) constituía o sistema viário mais eficiente e duradouro da antiguidade. É um dos melhores símbolos da grandeza da civilização da Roma antiga, ainda bem visível hoje (embora muita delas estejam cobertas por rodovias modernas), não só por ter construido estradas muitas vezes ré-aproveitando rotas proto-históricas mas por ter criado uma densa rede com um sistema de estações de serviço aos viajantes, demais com soluções arquitetónicas inovadores como grandes pontes de pedra e túneis edificados com ferramentas rudimentares. Demonstrando um grande progresso e domínio na área da engenharia, do planeamento, da logística e em várias tecnologias. Essa vasta rede nasceu por motivos estratégicos, no início só para assegurar a defesa da cidade de Roma, mas desenvolveu-se e abrangeu toda a Itália e depois todo o império, não só para permitir as conquistas pelo rápido movimento das legiões, mas sobretudo para cimentar a sua unificação, propiciando fluxos económicos, canais de informação e intercâmbios culturais que gradualmente moldaram o Império.[1] Segundo o Itinerário Antonino havia 372 grandes itinerários numa extensão de 53 638 milhas romanas, ou seja, uma rede entre 80 000 e 100 000 quilómetros de vias principais[2] que criaram um mundo novo assim descrito por um grego:

Homero disse: “Terra comum para todos”, e vós tendes feito com que isso seja verdade. Percorrestes e registastes a terra de todo o mundo civilizado; estendestes sobre os rios todas as espécies de pontes e cortastes estradas das montanhas e enchestes as estéreis áreas com postos de correios, habituastes todas as regiões a um determinado e ordeiro modo de vida
 
Élio Aristides, Elogio Roma, 26).

A partir do reino de Augusto a rede viária tornou-se um símbolo do poder imperial,[1] dedicada sempre ao uso da tropa, mas também aos funcionários imperiais, mensageiros do Curso público, comerciantes, viajantes e enfim peregrinos. Paradoxalmente a rede de estradas que foi fundamental na afirmação do Império romano também precipitou o seu fim, facilitando as grandes invasões bárbaras.

  1. a b Mantas, Vasco Gil (2016). Impresa da Universidade de Coimbra, ed. «Iter Populo Debetur: rede viária e legislação no Império Romano». Pólis/Comopólis Identidade globais e Locais 
  2. AUSBÜTTEL Frank, Die Verwaltung des römischen Kaiserreiches. Wissenschaftliche Buchgesellschaft, Darmstadt, 1998, p. 97

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