Febre

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Febre
Febre
Termómetro analógico com indicação de 38,8º C de temperatura corporal
Sinónimos Pirexia, resposta febril
Especialidade Infectologia, pediatria
Sintomas Iniciais: calafrios, sensação de frio[1]
Posteriores: rubor, suores[2]
Complicações Convulsão febril[3]
Causas Aumento da temperatura do corpo[4][5]
Método de diagnóstico Temperatura superior a 37,5–38,3 ºC[6]
Condições semelhantes Hipertermia
Tratamento Da causa subjacente, não é necessário para a febre em si[1][7]
Medicação Ibuprofeno, paracetamol[7][8]
Frequência Comum[9][1]
Classificação e recursos externos
CID-10 R50
CID-9 780.6
CID-11 915343154
DiseasesDB 18924
MedlinePlus 003090
eMedicine med/785
MeSH D005334
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Febre ou pirexia é o aumento da temperatura do corpo acima do limite normal em resposta a uma doença ou perturbação orgânica.[10][4][5] Não existe um valor universal para o que se considera o limite máximo da temperatura normal. Os valores indicados na literatura médica variam entre 37,5 ºC e 38,3 ºC.[6] O aumento de temperatura é causado por uma subida no ponto de regulação térmica. Este valor é controlado pelo centro termorregulador do corpo no hipotálamo.[11] Isto faz com que o corpo produza mais calor e se esforce por conservar esse calor,[2] provocando contrações musculares e sensação de frio.[1] Quando o ponto de regulação térmica volta ao normal, a pessoa sente-se quente, a pele fica avermelhada e começa a suar.[2] Em casos raros, uma febre pode estar na origem de convulsões febris,[3] as quais são mais comuns entre as crianças mais novas.[3] Geralmente as febres não aumentam a temperatura do corpo para além dos 41 ou 42 ºC.[5]

A febre pode ser causada por numerosas condições médicas, desde condições sem qualquer gravidade até condições potencialmente mortais.[12] Entre estas condições estão infeções virais, bacterianas ou parasíticas como a constipação, infeções urinárias, meningite ou malária.[12] Entre as causas não infeciosas estão a vasculite, trombose venosa profunda, efeitos adversos de medicamentos e cancro.[12] É uma condição distinta da hipertermia, que é o aumento da temperatura corporal acima da temperatura do ponto de regulação térmica, causada por uma produção excessiva de calor ou falta de perda de calor.

Geralmente não é necessário tratamento para baixar a febre.[1][7] No entanto, tratar a dor e inflamação associadas podem ajudar a pessoa a repousar.[7] Geralmente são recomendados medicamentos como o ibuprofeno ou o paracetamol e medidas para baixar a temperatura.[7][8] Medidas como colocar um pano húmido e frio na testa ou tomar um banho quente não são eficazes e podem apenas causar desconforto à pessoa.[7] Os bebés com menos de três meses, as pessoas com problemas de saúde graves, como imunossupressão, ou pessoas com outros sintomas para além da febre podem necessitar de cuidados médicos.[13] A hipertermia requer tratamento.[1]

A febre é um dos sinais médicos comuns.[1] Cerca de 30% das consultas médicas de crianças estão relacionadas com estados febris.[1] Cerca de 75% dos adultos seriamente doentes apresentam febre.[9] Embora a febre seja um mecanismo de defesa útil, tratar a febre não aparenta piorar o prognóstico de outras condições.[14][15] Tanto pais como profissionais de saúde tendem a sobrevalorizar a febre.[1]

  1. a b c d e f g h i Section on Clinical Pharmacology and, Therapeutics; Committee on, Drugs; Sullivan, JE; Farrar, HC (março de 2011). «Fever and antipyretic use in children.». Pediatrics. 127 (3): 580–7. PMID 21357332. doi:10.1542/peds.2010-3852 
  2. a b c Sue E. Huether (2014). Pathophysiology: The Biologic Basis for Disease in Adults and Children 7 ed. [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 498. ISBN 9780323293754 
  3. a b c «Taking Care of Someone Who is Sick». 13 de agosto de 2010. Consultado em 8 de maio de 2015. Cópia arquivada em 24 de março de 2015 
  4. a b Kluger, Matthew J. (2015). Fever: Its Biology, Evolution, and Function. [S.l.]: Princeton University Press. p. 57. ISBN 9781400869831 
  5. a b c Garmel, Gus M. (2012). «Fever in adults». In: Mahadevan, S.V.; Garmel, Gus M. An introduction to clinical emergency medicine 2nd ed. Cambridge: Cambridge University Press. 375 páginas. ISBN 0521747767 
  6. a b Laupland KB (julho de 2009). «Fever in the critically ill medical patient». Crit. Care Med. 37 (7 Suppl): S273–8. PMID 19535958. doi:10.1097/CCM.0b013e3181aa6117 
  7. a b c d e f Richardson, M; Purssell, E (setembro de 2015). «Who's afraid of fever?». Archives of Disease in Childhood. 100 (9): 818–20. PMID 25977564. doi:10.1136/archdischild-2014-307483 
  8. a b Garmel, edited by S.V. Mahadevan, Gus M. (2012). An introduction to clinical emergency medicine 2nd ed. Cambridge: Cambridge University Press. p. 401. ISBN 9780521747769 
  9. a b Kiekkas, P; Aretha, D; Bakalis, N; Karpouhtsi, I; Marneras, C; Baltopoulos, GI (agosto de 2013). «Fever effects and treatment in critical care: literature review.». Australian Critical Care. 26 (3): 130–5. PMID 23199670. doi:10.1016/j.aucc.2012.10.004 
  10. «Febre». Dicionário de Termos Médicos da Porto Editora. Consultado em 3 de janeiro de 2018 
  11. Sónia Magalhães; et al. (2000). Termorregulação (PDF). [S.l.]: Universidade do Porto. pp. 12–13. Consultado em 3 de janeiro de 2018. Arquivado do original (PDF) em 31 de outubro de 2017 
  12. a b c Garmel, edited by S.V. Mahadevan, Gus M. (2012). An introduction to clinical emergency medicine 2nd ed. Cambridge: Cambridge University Press. p. 5. ISBN 9780521747769 
  13. «Fever». MedlinePlus. 30 de agosto de 2014. Cópia arquivada em 11 de maio de 2009 
  14. Schaffner, A (março de 2006). «[Fever--useful or noxious symptom that should be treated?].». Therapeutische Umschau. Revue therapeutique. 63 (3): 185–8. PMID 16613288. doi:10.1024/0040-5930.63.3.185 
  15. Niven, DJ; Stelfox, HT; Laupland, KB (junho de 2013). «Antipyretic therapy in febrile critically ill adults: A systematic review and meta-analysis.». Journal of critical care. 28 (3): 303–10. PMID 23159136. doi:10.1016/j.jcrc.2012.09.009 

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