Frente Oriental (Segunda Guerra Mundial)

Frente Oriental
Segunda Guerra Mundial

No sentido horário da esquerda: Tanques soviéticos nas ruas de Berlim; Um carro de combate nazista Tiger I durante a Batalha de Kursk; Aviões Stuka nazistas bombardeando a frente oriental no inverno de 1943-1944; Soviéticos mortos por oficiais da Einsatzgruppe; Wilhelm Keitel assinando a rendição alemã; Tropas soviéticas na Batalha de Stalingrado
Data 22 de junho de 19419 de maio de 1945
Local Europa Oriental e Europa Setentrional; em estágios posteriores a Europa meridional (Bálcãs) e Europa ocidental (Alemanha e Áustria)
Desfecho Vitória decisiva Soviética
Mudanças territoriais Partição da Alemanha, partilha soviética dos Países Bálticos
Beligerantes
Países do Eixo:

 Alemanha
 Croácia
 Finlândia (até 1944)
 Hungria
 Itália (até 1943)
Bulgária Bulgária (até 1944)
Romênia Romênia (até 1944)
República Eslovaca
Aliados:

 União Soviética
 Finlândia (após 1944)
 Polónia
Bulgária Bulgária (após 1944)
Roménia (após 1944)
Partisans iugoslavos
 Tchecoslováquia (após 1943)

Apoio:

Comandantes
Alemanha Nazista Adolf Hitler (Comandante-em-chefe)
Alemanha Nazista Ernst Busch
Alemanha Nazista Heinz Guderian
Alemanha Nazista Ewald von Kleist
Alemanha Nazista Günther von Kluge  
Alemanha Nazista Georg von Küchler
Alemanha Nazista Wilhelm Ritter von Leeb
Alemanha Nazista Wilhelm List
Alemanha Nazista Erich von Manstein
Alemanha Nazista Walter Model  
Alemanha Nazista Friedrich Paulus Rendeu-se
Alemanha Nazista Gerd von Rundstedt
Alemanha Nazista Fedor von Bock  
Alemanha Nazista Felix Steiner
Alemanha Nazista Ferdinand Schörner
Alemanha Nazista Erhard Raus
Alemanha Nazista Walter von Reichenau  
Alemanha Nazista Helmut Weidling
Romênia Ion Antonescu
Romênia Petre Dumitrescu
Romênia Constantin Constantinescu
Finlândia Carl Gustaf Emil Mannerheim (até 1944)
Finlândia Karl Lennart Oesch (até 1944)
Hungria Gusztáv Vitéz Jány
Hungria Ferenc Szombathelyi
Itália Benito Mussolini
Itália Giovanni Messe
Itália Italo Goriboldi
Estado Independente da Croácia Viktor Pavičić
Estado Independente da Croácia Marko Mesić
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Josef Stalin (Comandante-em-chefe)
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Gueorgui Júkov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Nikandr Chibisov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Ivan Konev
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Rodion Malinovsky
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Ivan Bagramyan
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Ivan Fedyuninsky
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Valerian Frolov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Vasiliy Gordov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Leonid Govorov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Mikhail Kirponos  
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Mikhail Khozin
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Fyodor Kuznetsov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Ivan Maslennikov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Kirill Meretskov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Dmitry Pavlov  
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Ivan Petrov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Markian Popov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Maxim Purkayev
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Konstantin Rokossovsky
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Pavel Rotmistrov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Semyon Timoshenko
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Fyodor Tolbukhin
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Aleksandr Vasilevsky
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Nikolai Vatutin  
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Kliment Vorochilov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Andrei Yeremenko
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Matvei Zakharov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Aleksei Antonov
Polónia Zygmunt Berling
Polónia Karol Świerczewski
Polónia Michał Rola-Żymierski
Tchecoslováquia Heliodor Píka
Josip Broz Tito
Forças
3 933 000 combatentes (1943) 6 724 000 combatentes (1943)
Baixas
5 100 000 militares mortos Militares:
8 700 000 - 10 000 000 de mortos
Civis: 14 000 000 - 18 000 000 de mortos

A Frente da Europa Oriental ou Frente Oriental[nota 1] (Frente Leste) foi a principal frente europeia durante a Segunda Guerra Mundial, e teatro de guerra entre Alemanha Nazista e outras Potências do Eixo contra a União Soviética (URSS), Polônia e outros Aliados, que incluíam a Europa Central e Oriental a partir de 22 de junho de 1941 a 9 de maio de 1945. A propaganda nazi apelidou o conflito de "batalha pela sobrevivência contra o bolchevismo" ou "cruzada contra o bolchevismo". Em todas as propagandas soviéticas e na maioria das fontes russas, o conflito militar no Leste da Europa é referido como Grande Guerra Patriótica, mas às vezes essa expressão também inclui operações contra o Japão Imperial em 1945 (em russo: Великая Отечественная война, transliterado Velikaya Otechestvennaya Voyna).

A frente cobriu a Europa Central e Oriental, foi aberta pela Alemanha nazista ao invadir a Polónia em 1939 e encerrada pela União Soviética ao capturar Berlim em 1945. Manteve-se temporariamente inativa em 1940.

Foi o maior teatro de guerra na história, e foi famoso por sua ferocidade sem precedentes, destruição e enorme perda de vidas. Suportou a maior parte do Holocausto, dos campos de extermínio, marchas de morte, guetos e a maioria dos pogroms. Mais pessoas lutaram e morreram na Frente Oriental do que em todos os outros teatros da Segunda Guerra Mundial combinados. Cerca de 88% de todos os mortos em combate alemães na Segunda Guerra, pereceram nesta frente.[1] Das várias dezenas de milhões de mortos estimados na Segunda Guerra Mundial, a maioria civis, a Frente Oriental representou mais de um terço deste total, tendo os nazistas ali praticado uma guerra de extermínio. Desta frente resultou a destruição do Terceiro Reich, a posterior divisão da Alemanha, e ascensão da União Soviética como superpotência militar e industrial.

Devido à ideologia nazista que se opunha aos movimentos eslavos, judeus e comunistas, a ideologia soviética era oposta ao fascismo. A guerra na frente oriental foi caracterizada pela ocorrência de genocídios em quase todos os países ocupados, bem como constante violação dos acordos alcançados em todas as Convenções de Genebra (que não foram reconhecidos pela União Soviética). Nesta frente perderam a vida 27 milhões de soviéticos, 2 milhões de alemães e cerca de 6 milhões de polacos (mais de metade eram judeus poloneses), mais de 60% das vítimas de guerra em todo o mundo. Estima-se que na frente oriental morreram 80% dos soldados alemães que morreram na guerra, no caso da Bielorrússia, Ucrânia e na Polónia, mais de 20% da população foi assassinada.[2][3]

A série de eventos que precedem a abertura da Frente Oriental incluíam a invasão da Polónia em 1939 pela Alemanha nazista e da consequente quarta partição da Polônia, quando a União Soviética utilizou a invasão como um pretexto para anexar o regiões orientais do país, habitado por uma maioria de ucranianos e bielorrussos étnica e por minorias polonesas, tal como descrito no codicilo secreto de agosto de 1939 no Pacto Soviético-Alemão de não agressão, que também preparou o caminho para as ocupações soviéticas de 1940: ocupação soviética dos Estados Bálticos e ocupação soviética da Bessarábia.

Após os cercos de Minsk, em julho, Kiev, em setembro e Viazma em outubro, os alemães fizeram 3 milhões de prisioneiros soviéticos, que foram os primeiros a serem mortos em câmaras de gás nos campos de extermínio.

Confrontado com uma guerra total, Stalin não hesitou em praticar a táctica de terra queimada já testada em 1812,[4] e organizar uma guerrilha, e deslocar todas as indústrias para a retaguarda e sacrificar todos os homens se necessário.

Após o bloqueio da ofensiva alemã, em dezembro de 1941, a União Soviética pôde reconstruir as suas forças militares, a fim de mobilizar o país inteiro em nome da defesa da pátria e em 1942 a produção de armamento soviético foi superior ao alemão.

Embora o Exército Vermelho conseguisse conter a ofensiva alemã no verão de 1942 e expulsar os alemães da Ucrânia durante 1943 e início dos 1944, estes últimos não puderam ser derrotados até que se abrisse a segunda frente na França.

A guerra na Europa Oriental durante a Segunda Guerra Mundial pode ser dividida em várias etapas:

Os países que enviaram um número significativo dos seus exércitos nesta frente foram os seguintes: Alemanha, Finlândia, Hungria, Itália, Polónia, Roménia e União Soviética, nessa últimas incluem as tropas da Bielorrússia, Estónia, Letónia, Lituânia, Mongólia e Ucrânia.

Tropas e voluntários da Croácia, Bélgica, Eslováquia, Espanha, Grécia e outros países aliados das forças do Eixo também foram envolvidas, embora as suas contribuições não foram decisivas. O envolvimento dos partidários da Iugoslávia foi muito importante, mas só adquiriu a natureza de um exército perto do fim da guerra. Tanto o Reino Unido como os Estados Unidos enviaram quantidades industriais de armas, aviões e veículos para a União Soviética.


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  1. Glantz, 2009. Capítulo Final "Conclusão", Nota referência nr. 21.
  2. William J. Duiker (2009). Contemporary World History. Cengage Learning. p.128. ISBN 0-495-57271-3
  3. Liddell Hart, B.H. History of the Second World War. United States of America: Da Capo Press, 1999. ISBN 0-306-80912-5.
  4. Beevor, 1999. Págs. 62-63.

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