Guerra da Coreia

Guerra da Coreia
Parte do Conflito coreano e da Guerra Fria
Data 25 de junho de 195027 de julho de 1953 [nota 1]
Local Península da Coreia
Desfecho Cessar-fogo e estabelecimento de uma zona desmilitarizada no Paralelo 38° N, que separa as duas Coreias.
Beligerantes
Coreia do Sul Coreia do Sul

ONU:
Estados Unidos
 Reino Unido
 Austrália
 Nova Zelândia
 Canadá
Filipinas
 Tailândia
França França
Grécia
 Bélgica
África do Sul
 Países Baixos
 Luxemburgo
entre outros

Apoio:
Coreia do Norte
China China
 União Soviética

Apoio:
Comandantes
Coreia do Sul Syngman Rhee
Coreia do Sul Chung Il-kwon
Coreia do Sul Paik Sun-yup
Coreia do Sul Shin Sung-mo
Coreia do Sul Son Won-il
Douglas MacArthur
Matthew Ridgway
Mark W. Clark
entre outros
Coreia do Norte Kim Il-Sung
Coreia do Norte Pak Hon-yong
Coreia do Norte Choi Yong-kun
Coreia do Norte Kim Chaek
China Mao Tsé-Tung
China Peng Dehuai
China Deng Hua
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Josef Stalin
Forças
No auge:
Coreia do Sul 602 902[1]
326 863[2]
Reino Unido 14 198[3][4][5]
Canadá 8 123
Austrália 2 282
entre outros

Total: 1 800 000 combatentes
(mobilizados, no auge)
No auge:
Coreia do Norte 800 000 +[6]
China 1 450 000[7]
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas 26 000[8]



Total: 1 742 600 combatentes
(mobilizados, no auge)
Baixas
Coreia do Sul 137 899 mortos e
450 742 feridos
36 574 mortos e
103 284 feridos
entre outros


Total: 178 224 mortos
Coreia do Norte 215 000 – 406 000 mortos e 303 000 feridos
China 150 000 – 400 000 mortos
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas 299 mortos


Total: 750 000 mortos
2,5 milhões de civis mortos ou feridos

A Guerra da Coreia (em sul-coreano hangul: 한국전쟁; hanja: 韓國戰爭; rr: Hanguk Jeonjaeng, "Guerra Coreana"; em norte-coreano hangul: 조국해방전쟁; hanja: 祖國解放戰爭; MR: Choguk haebang chǒnjaeng, "Guerra de Libertação da Pátria"; 25 de junho de 1950 – 27 de julho de 1953)[9][10] foi um conflito armado travado entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, no contexto macro da Guerra Fria.[11][12] As Nações Unidas, com os Estados Unidos como sua principal força, vieram em ajuda aos sul-coreanos. A China, por sua vez, interveio em favor do norte, com a União Soviética dando-lhes apoio logístico e político.

A Coreia foi governada pelo Japão desde 1910 até ao final da Segunda Guerra Mundial. Em agosto de 1945, os soviéticos declararam guerra contra os japoneses, como resultado de um acordo feito com os Estados Unidos e libertaram o norte do Paralelo 38. Tropas estadunidenses, logo em seguida, se moveram para ocupar o sul da península. Em 1948, como resultado do início da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, a península coreana foi dividida em duas regiões, com governos separados. Representantes da zona sul (capitalista, de influência americana) e da zona norte (comunista, de influência soviética) afirmavam, cada um, ser o legítimo governo da Coreia, e nenhum lado aceitava as fronteiras da época como permanentes. O conflito escalou para uma guerra aberta total quando os norte-coreanos, apoiados belicamente pelos soviéticos e chineses, invadiram o sul, em 25 de junho de 1950. Naquele período, o Conselho de Segurança das Nações Unidas reconheceu isto como uma invasão ilegal e exigiu um cessar-fogo.[13] A 27 de junho, o Conselho da ONU aprovou a Resolução 83, condenando a invasão e despachando uma tropa sob a bandeira das Nações Unidas para restabelecer a paz na península coreana. Cerca de vinte e um países comprometeram forças militares para a missão da ONU, sendo que 88% desses soldados eram, na verdade, americanos.

Após dois meses de guerra, parecia que a Coreia do Sul iria ser sobrepujada pelos norte-coreanos. Contudo, as forças da ONU, compostas principalmente por tropas dos Estados Unidos, detiveram os comunistas no perímetro de Pusan. Em setembro de 1950, os Aliados lançaram uma contra-ofensiva em Incheon e impuseram um grande revés ao exército da Coreia do Norte. Utilizando de sua superioridade bélica e de recursos, os Estados Unidos e seus aliados continuaram a forçar o recuo dos norte-coreanos até além de suas próprias fronteiras, o que levou a China a agir, mandando os seus exércitos cruzarem o rio Yalu, entrando oficialmente na guerra em favor do norte. Isso forçou as forças da ONU a recuar.

A intervenção chinesa acabou levando a guerra a um impasse. A cidade de Seul, capital da Coreia do Sul, por exemplo, trocou de mãos quatro vezes. Assim, os dois últimos anos do conflito se arrastaram numa guerra de atrito, com as linhas de frente se mantendo relativamente firmes no Paralelo 38. A guerra no ar, contudo, continuou intensamente disputada. Enquanto os Estados Unidos submetiam as cidades norte-coreanas a bombardeios aéreos constantes, os céus sobre a península coreana viram intensos combates, especialmente entre caças a jato (a primeira vez que isso aconteceu na história). Pilotos de todo o mundo comunista lutaram ao lado do norte, enquanto pilotos ocidentais (a maioria americanos e europeus) apoiavam os sul-coreanos. Algumas das maiores batalhas aéreas aconteceram na chamada "Alameda dos Migs", onde dúzias de aviões foram perdidos, por ambos os lados.

A luta se arrastou por três anos até que, em 27 de julho de 1953, um armistício foi assinado. O acordo firmou a Zona Desmilitarizada da Coreia a fim de separar o Norte e o Sul, e permitiu a troca de prisioneiros. Contudo, nenhum tratado de paz formal foi assinado entre as partes envolvidas, o que faz com que as duas Coreias estejam, tecnicamente, ainda em guerra.[14][15] Desde então, ambos os países continuam com provocações mútuas e até atos de violência, com os governos nutrindo muita animosidade um pelo outro. Em abril de 2018, os líderes das duas Coreias se reuniram na Zona Desmilitarizada e concordaram em trabalhar para assinar um tratado de paz para encerrar oficialmente a guerra.[16]


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  1. Millett, Allan Reed, ed. (2001). The Korean War, Volume 3. Korea Institute of Military History. [S.l.]: U of Nebraska Press. p. 692. 815 páginas. ISBN 9780803277960. Consultado em 16 de fevereiro de 2013 
  2. Tim Kane (27 de outubro de 2004). «Global U.S. Troop Deployment, 1950-2003». Reports. The Heritage Foundation. Consultado em 15 de fevereiro de 2013 
  3. USFK Public Affairs Office. «United Nations Command». United States Forces Korea. United States Department of Defense. Consultado em 17 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 12 de março de 2013 
  4. Rottman, Gordon L. (2002). Korean War Order of Battle: United States, United Nations, and Communist Ground, Naval, and Air Forces, 1950-1953. [S.l.]: Greenwood Publishing Group. p. 126. 229 páginas. ISBN 9780275978358. Consultado em 16 de fevereiro de 2013 
  5. «UK-Korea Relations». British Embassy Pyongyang. Foreign and Commonwealth Office. 9 de fevereiro de 2012. Consultado em 16 de fevereiro de 2013 
  6. Shrader, Charles R. (1995). Communist Logistics in the Korean War. Col: Issue 160 of Contributions in Military Studies. [S.l.]: Greenwood Publishing Group. p. 90. 278 páginas. ISBN 9780313295096. Consultado em 17 de fevereiro de 2013 
  7. Zhang, Shu Guang (1995), Mao's Military Romanticism: China and the Korean War, 1950–1953, Lawrence, KS: University Press of Kansas, ISBN 0-7006-0723-4. Pág. 257.
  8. Kolb, Richard K. (1999). «In Korea we whipped the Russian Air Force». Veterans of Foreign Wars. VFW Magazine. 86 (11). Consultado em 17 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 10 de maio de 2013 
  9. Rainer Sousa. «Guerra da Coreia». Brasil Escola - Guerras. Consultado em 25 de junho de 2012 
  10. «North Korea enters 'state of war' with South». BBC News. 30 de março de 2013. Consultado em 29 de maio de 2017 
  11. Millett (PHD), Allan. «Korean War». britannica.com. Consultado em 21 de abril de 2016 
  12. «Korean War». History Channel. Consultado em 21 de abril de 2016 
  13. Derek W. Bowett, United Nations Forces: A Legal Study of United Nations Practice, Stevens, London, 1964, pp. 29–60
  14. He, Kai; Feng, Huiyun (2013). Prospect Theory and Foreign Policy Analysis in the Asia Pacific: Rational Leaders and Risky Behavior. [S.l.]: Routledge. p. 50. ISBN 978-1-135-13119-7 
  15. Li, Narangoa; Cribb, Robert (2014). Historical Atlas of Northeast Asia, 1590–2010: Korea, Manchuria, Mongolia, Eastern Siberia. [S.l.]: Columbia University Press. p. 194. ISBN 978-0-231-16070-4 
  16. «Líderes das Coreias prometem assinar acordo de paz para acabar com guerra ainda neste ano». G1 

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