Guerra dos Farrapos

Guerra dos Farrapos

Guilherme Litran, Carga de cavalaria Farroupilha, acervo do Museu Júlio de Castilhos
Data 20 de setembro de 18351 de março de 1845
Local Sul do Brasil
Desfecho Vitória Militar Imperial;
Vitória Política Republicana;
Tratado de Poncho Verde;
Beligerantes
República Rio-Grandense República Rio-Grandense
República Juliana República Juliana
Camisas-vermelhas Camisas-vermelhas
Apoiados pelo:
Partido Colorado
Partido Unitário
Império do Brasil Império do Brasil
Comandantes
República Rio-Grandense Bento Gonçalves
República Rio-Grandense Antônio de Sousa Neto
República Juliana David Canabarro
Camisas-vermelhas Giuseppe Garibaldi
Império do Brasil Pedro II do Brasil
Império do Brasil Barão de Caxias
Império do Brasil Manuel Marques de Sousa
Forças
5 000 (1835)

6 000 (1836)

12 000 (1840)

3 500 (1842)

2 000 (1845)
12 000 (1840)

11 500-12 000 (1842)

18 000 (1845)
+ 3 000 mortos[1]

Guerra dos Farrapos, Revolução Farroupilha, ou ainda, Revolta Farroupilha (este último, em maior consenso entre historiadores que questionam o caráter revolucionário de um movimento liderado por uma elite pecuarista e escravista[2]) foi como ficou conhecida a revolução, guerra ou revolta regional, de caráter republicano, contra o governo imperial do Brasil,[3][4] na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul,[5] e que resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense.[6] Estendeu-se de 20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845.

A revolução, que com o passar do tempo adquiriu um caráter separatista, influenciou movimentos que ocorreram em outras províncias brasileiras: irradiando influência para a Revolução Liberal que viria a ocorrer em São Paulo em 1842 e para a revolta denominada Sabinada na Bahia em 1837, ambas de ideologia do Partido Liberal da época. Inspirou-se na recém findada guerra de independência do Uruguai, mantendo conexões com a nova república do Rio da Prata, além de províncias independentes argentinas, como Corrientes e Santa Fé. Chegou a expandir-se à costa brasileira, em Laguna, com a proclamação da República Juliana e ao planalto catarinense de Lages.

A revolta teve como líderes: general Bento Gonçalves da Silva, general Neto, coronel Onofre Pires, coronel Lucas de Oliveira, deputado Vicente da Fontoura, general Davi Canabarro, coronel Corte Real, coronel Teixeira Nunes, coronel Domingos de Almeida, coronel Domingos Crescêncio de Carvalho, general José Mariano de Mattos, general Gomes Jardim,[7] além de receber inspiração ideológica de italianos da Carbonária refugiados, como o cientista e tenente Tito Lívio Zambeccari e o jornalista Luigi Rossetti,[8] além do capitão Giuseppe Garibaldi, que embora não pertencesse a carbonária, esteve envolvido em movimentos republicanos na Itália.[9] Bento Manuel Ribeiro lutou em ambos os lados ao longo da guerra, mas quando acabou a revolução ele estava ao lado do imperador.

A questão da abolição da escravatura também esteve envolvida, organizando-se exércitos contando com homens negros que aspiravam à liberdade.[10][11] Mesmo que o ideal supremo dos revolucionários fosse a independência de uma república, os líderes da revolução eram defensores da escravidão assim como seus inimigos.[12]

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  2. suportepress (1 de setembro de 2023). «Guerra dos Farrapos: revolução ou revolta? | Politize!». Consultado em 28 de abril de 2024 
  3. Day, Peter (17 de dezembro de 1997). «Guerra dos Farrapos». Brasil Escola. Consultado em 27 de março de 2007. Arquivado do original em 3 de março de 2007 
  4. Souza, Rainer (20 de janeiro de 2002). «Revolução Farroupilha». RioGrande. Consultado em 27 de março de 2007 
  5. «Informações sobre os primórdios da capital». Brasil Escola. 30 de março de 2004. Consultado em 27 de março de 2007. Arquivado do original em 14 de março de 2007 
  6. Santanna, Miriam (9 de março de 2008). «República Rio Grandense». Infoescola. Consultado em 27 de março de 2008 
  7. HARTMAN, Ivar : Aspectos da Guerra dos Farrapos .Feevale, Novo Hamburgo, 2002, ISBN 85-86661-24-4, 148 pp. Edição eletrônica[ligação inativa]
  8. «SANT'ANA, Elma, "Bento e Garibaldi na Revolução Farroupilha", Caderno de História, nº 18, Memorial do Rio Grande do Sul. Edição Eletrônica.» (PDF). Consultado em 8 de janeiro de 2008. Arquivado do original (PDF) em 6 de julho de 2011 
  9. DUMAS, Alexandre, Memórias de Garibaldi, Editora L&PM, Porto Alegre, 2000, 354 pp., ISBN 85-254-1071-3
  10. LOPES, Nei. Dicionário escolar afro-brasileiro. Publ. Selo Negro, 2006, ISBN 858747829X, ISBN 9788587478290, 174 pp.
  11. MOURA, Clóvis. Dicionário da escravidão negra no Brasil. Editora EdUSP, 2004, 434 p. ISBN 8531408121, ISBN 9788531408120.
  12. «Juremir: "muitos comemoram Revolução sem conhecer a história"». Sul 21. 24 de setembro de 2012. Consultado em 3 de setembro de 2021 

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