Hominidae

Hominidae[1]
Ocorrência: Mioceno Tardio – Recente, 7–0 Ma
As oito espécies de hominídeos existentes, uma linha por gênero: Homo, Pan, Gorilla e Pongo
As oito espécies de hominídeos existentes, uma linha por gênero: Homo, Pan, Gorilla e Pongo
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Placentalia
Ordem: Primates
Parvordem: Catarrhini
Superfamília: Hominoidea
Família: Hominidae
Gray, 1825
Distribuição geográfica
Distribuição das espécies de hominídeos
Distribuição das espécies de hominídeos
Gêneros
Subfamília Ponginae

Subfamília Homininae

Sinónimos
  • Pongidae Elliot, 1913

Os Hominídeos formam uma família taxonômica dos grandes primatas, incluindo os quatro gêneros existentes:

Até recentemente, considerava-se que a família Hominidae incluía apenas o género Homo; os orangotangos, gorilas, bonobos, e chimpanzés eram classificados na família Pongidae, que também incluía os gibões que atualmente se encontram classificados na família Hylobatidae – esta família é por vezes considerada a família-irmã dos hominídeos na super-família Hominoidea, dentro da ordem dos primatas.

O antepassado comum mais recente de todos os Hominidae viveu há cerca de 14 milhões de anos e muito provavelmente era um primata de pequeno porte muito similar aos atuais gibões (família Hylobatidae).[3] Os gibões diferem dos Hominidae (chimpanzés, gorilas, orangotangos e humanos) por serem menores, exibirem baixo dimorfismo sexual e não fazerem ninhos. Também costumam ser monogâmicos (diferente dos orangotangos, gorilas e chimpanzés), no entanto o uso desta palavra pelos biólogos não implica exatamente em fidelidade sexual. Além de já terem sido observadas cópulas extraconjugais em alguns destes animais, os casais de gibões ocasionalmente "se divorciam".[4][5][6]

Estudos realizados com técnicas moleculares indicam que os chimpanzés, gorilas e humanos formam um clado, com os orangotangos um pouco mais separados filogeneticamente. Os membros não-humanos atuais desta família encontram-se apenas na África equatorial, na Sumatra e em Bornéu. No entanto, foram encontrados fósseis de hominídeos desde o Mioceno (de há cerca de 20 milhões de anos) em praticamente todos os continentes (aparentemente, nas Américas, os fósseis de hominídeos não vão para além dos 60 mil anos).

Os hominídeos são os maiores primatas, com pesos variando entre 48 kg e 270 kg – em geral, os machos são maiores que as fêmeas -, com corpos robustos e braços bem desenvolvidos. Têm o polegar e o hallux (o dedo grande do ) oponível aos outros dedos (excepto no género humano que perdeu a oponibilidade no pé) e todos os dedos têm unhas achatadas. Nenhum hominídeo tem cauda nem calosidades isquiais. Existem ainda numerosas diferenças no esqueleto entre os hominídeos e os outros primatas relacionadas com o seu porte vertical.

Todos os membros desta família têm um crânio maior (relativamente ao tamanho do corpo) e um cérebro mais desenvolvido e mais complexo do que qualquer outro animal e são catarrinos, ou seja, têm as narinas próximas uma da outra e viradas para a frente e para baixo. A fórmula dental é a mesma em todos os membros deste grupo: e os incisivos largos e os caninos nunca se encontram transformados em presas.

Os hominídeos são omnívoros, mas a base da sua alimentação são vegetais. Chimpanzés e orangotangos comem principalmente frutas. Quando os gorilas ficam sem frutas em certas épocas do ano ou em certas regiões, eles recorrem a comer brotos e folhas, muitas vezes de bambu. Os gorilas têm adaptações extremas para mastigar e digerir essa forragem de baixa qualidade, mas ainda preferem frutas quando ela está disponível, muitas vezes indo muito longe para encontrar frutas especialmente preferidas. O consumo de carne raramente é observado em gorilas e orangotangos, ocasionalmente eles comem insetos e outros pequenos animais. Por outro lado, os chimpanzés às vezes podem ser observados caçando vertebrados (como ungulados e outros primatas); isso tem um forte componente social - disponibilizar carne aumenta sua classificação na hierarquia do grupo. Os humanos, desde a revolução neolítica, consomem principalmente cereais e outros alimentos ricos em amido, incluindo alimentos cada vez mais processados, bem como muitas outras plantas domesticadas (incluindo frutas) e carne.

Uma outra característica é a complexidade do seu comportamento social, expressão facial e vocalização complexa. Todos constroem ninhos (no caso dos humanos este "ninho" seria a cama) e exercem cuidados parentais durante um largo período; geralmente as fêmeas têm um único filhote em cada gestação.

A gestação em grandes símios dura de 8 a 9 meses e resulta no nascimento de um único filhote ou, raramente, de gêmeos. Os jovens nascem indefesos e requerem cuidados por longos períodos de tempo. Em comparação com a maioria dos outros mamíferos, os grandes símios têm uma adolescência notavelmente longa, não sendo desmamados por vários anos e não se tornando totalmente maduros por oito a treze anos na maioria das espécies (mais em orangotangos e humanos). Como resultado, as fêmeas normalmente dão à luz apenas uma vez a cada poucos anos. Devido às estruturas sociais, a primeira reprodução não ocorre até alguns anos após o início da maturidade sexual, no caso de espécies não humanas por volta dos 10 a 15 anos. Não há estação de acasalamento fixa para nenhuma espécie, a reprodução pode ocorrer durante todo o ano.[7]

  1. Groves, C.P. (2005). Wilson, D. E.; Reeder, D. M, eds. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. pp. 181–184. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  2. «Cópia arquivada». Consultado em 7 de maio de 2014. Arquivado do original em 30 de março de 2015 
  3. Gerschenfeld, Ana (30 de outubro de 2015). «Antepassado de humanos e grandes símios terá sido mais parecido com um… gibão». PÚBLICO. Consultado em 31 de janeiro de 2024 
  4. Hill, Andrew; Ward, Steven (1 de janeiro de 1988). «Origin of the hominidae: The record of african large hominoid evolution between 14 my and 4 my». American Journal of Physical Anthropology (em inglês). 31 (S9): 49–83. ISSN 1096-8644. doi:10.1002/ajpa.1330310505 
  5. Reichard, U (1995). «Extra-pair copulations in a monogamous gibbon (Hylobates lar)». Ethology. 100 (2): 99–112. doi:10.1111/j.1439-0310.1995.tb00319.x 
  6. Briggs, Mike; Briggs, Peggy (2005). The Encyclopedia of World Wildlife. [S.l.]: Parragon. 146 páginas. ISBN 978-1405456807 
  7. Harcourt, A.H., MacKinnon, J. & Wrangham, R.W. (1984). Macdonald, D., ed. The Encyclopedia of MammalsRegisto grátis requerido. New York: Facts on File. pp. 422–439. ISBN 978-0-87196-871-5 

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