Interpretatio graeca

A deusa Ísis (sentada à direita) recebe a heroína grega Io no Egito; fresco em Pompeia

Interpretatio graeca (latim para "tradução grega" ou "interpretação através de [modelos] gregos") é um discurso[1] no qual as práticas religiosas, divindades e mitos gregos são usados para interpretar ou tentar compreender a mitologia e religião de outras culturas. Trata-se de uma metodologia comparativa que procura equivalências e características em comum.

Interpretatio romana é o discurso comparativo em referência à religião e mitologia romanas, como aconteceu na formação da religião galo-romana, em que romanos e gauleses reinterpretaram as tradições religiosas gaulesas em relação aos modelos romanos, particularmente o culto imperial.

Interpretatio germanica é a prática dos povos germânicos de identificar os deuses romanos com os nomes das divindades germânicas. De acordo com Rudolf Simek, isso ocorreu por volta do primeiro século da era comum, quando ambas as culturas entraram em contato mais próximo.

Plínio, o Velho, expressou a "tradutibilidade" das divindades como "nomes diferentes para povos diferentes" (nomina alia aliis gentibus).[2] Esta capacidade tornou possível o sincretismo religioso da era helenística e do Império Romano pré-cristão.

  1. Characterized as "discourse" by Mark S. Smith, God in Translation: Deities in Cross-Cultural Discourse in the Biblical World (Wm. B. Eerdmans, 2008, 2010), p. 246.
  2. Plínio, o Velho, Natural History 2.5.15.

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