Lista de imperadores romanos

Augusto de Prima Porta, estátua de Augusto, o primeiro imperador romano

Os imperadores romanos foram os governantes do Império Romano depois que Caio Júlio César Otaviano recebeu o título de augusto do Senado Romano em 27 a.C.[1][2] Isto ocorreu depois de ações realizadas pelo ditador e líder militar Júlio César.[3] Augusto manteve a fachada de um governo republicano, rejeitando títulos monárquicos mas se chamando de príncipe do senado e príncipe do estado. O título de augusto foi concedido a seus sucessores, com a posição imperial ficando cada vez mais monárquica e autoritária.[4]

O estilo de governo instituído por Augusto é chamado de Principado e continuou em vigor até o fim do século III ou início do século IV.[5] A palavra moderna "imperador" é derivada do título imperator, que era concedido por um exército a um general bem sucedido; esse título era geralmente usado apenas pelo príncipe durante a fase inicial do império.[6] Por exemplo, o nome oficial de Augusto era "Imperador César, Filho do Divino, Augusto".[7] A maior parte do território sob o comando do imperador tinha se desenvolvido durante o período da República Romana enquanto esta invadia e ocupava boa parte da Europa e pedaços do Norte da África e Oriente Médio. O Senado e Povo de Roma autorizavam, durante a república, governadores provinciais para governarem regiões do império e que respondiam apenas a eles.[8] Os magistrados chefe da república eram dois cônsules eleitos anualmente; estes continuaram a existir sob o período imperial, porém sua autoridade ficou subserviente a aquela do imperador, que também controlava e determinava suas eleições.[9] Os próprios imperadores, ou até mesmo suas famílias, frequentemente eram selecionados para atuarem como cônsules.[10]

Diocleciano, depois da Crise do Terceiro Século, formalizou e embelezou a maneira do domínio imperial ainda no final do século III. O período que se seguiu é chamado de Dominato e foi caracterizado pelo aumento explícito de autoridade na pessoa do imperador e pelo uso do estilo nosso senhor. A ascensão de poderosas tribos bárbaras ao longo das fronteiras do império, o desafio que elas representavam na defesa dessas fronteiras distantes e uma sucessão imperial instável fizeram Diocleciano dividir a administração do império geograficamente em 286 com um co-augusto. Constantino I estabeleceu uma segunda capital em Bizâncio, que ele renomeou para Constantinopla. Historiadores consideram que o período do Dominato começou com Diocleciano ou Constantino I, dependendo do autor.[11] Houve mais de um imperador sênior reconhecido pela maior parte do período entre 286 e 480, com a divisão sendo geralmente baseada em regiões geográficas. Esta divisão tornou-se permanente depois da morte de Teodósio I em 395, que os historiadores usam para datar a divisão entre Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente. Entretanto, formalmente o império permaneceu como um único regime, com coimperadores separados nas cortes separadas.[12]

A queda do Império Romano do Ocidente pode ser datada de facto em 476, quando Rômulo Augústulo foi deposto pelos hérulos germânicos liderados por Odoacro, ou de jure em 480 após a morte de Júlio Nepos, quando o imperador oriental Zenão deixou de reconhecer a existência de uma corte ocidental separada.[13] Os historiadores geralmente se referem ao império nos séculos que se seguiram como o "Império Bizantino", orientado para uma cultura helênica e governado pelos imperadores bizantinos. Como o termo "bizantino" é uma designação historiográfica posterior e os habitantes e imperadores continuaram a manter uma identidade romana, essa designação não é usada universalmente e continua a ser assunto de debates entre acadêmicos.[nota 1] Uma grande parte do que tinha sido o império ocidental foi reconquistada por Justiniano I no século VI, incluindo a Itália, África e Hispânia.[16] A maioria desses territórios foi rapidamente perdida de novo, incluindo a Hispânia em 625 e a África em 698.[17] Boa parte da Itália foi conquistada pelos lombardos já durante o reinado de Justino II, o sucessor de Justiniano I.[18] A cidade de Roma e seus arredores permaneceram sob controle imperial até 756, quando se tornaram os Estados Papais,[19] porém os últimos domínios imperiais italianos só foram perdidos em 1071 com a queda de Bari.[20] Boa parte dos territórios orientais e meridionais foram perdidos permanentemente no século VII nas conquistas árabes muçulmanas. O império reduzido ficou centrado nas áreas da Anatólia e Bálcãs, porém a linha de imperadores continuou até a morte de Constantino XI Paleólogo e a Queda de Constantinopla em 1453, quando os territórios restantes foram conquistados pelo Império Otomano liderado pelo sultão Maomé II.[21][nota 2] Maomé se proclamou "César de Roma" depois da conquista,[nota 3] dessa forma afirmando ser o novo imperador,[23] uma reivindicação mantida por sultões posteriores.[24] Reivindicações concorrentes à sucessão do Império Romano também surgiram por vários outros estados e impérios, além de muitos pretendentes.[25]

  1. Mosshammer 2008, pp. 342–343
  2. Kienast, Eck & Heil 2017, pp. 53–54
  3. Loewenstein 1973, pp. 239–240
  4. Loewenstein 1973, pp. 329, 403
  5. Loewenstein 1973, p. 238
  6. Loewenstein 1973, p. 329
  7. Loewenstein 1973, p. 245
  8. Richardson 1984, pp. 39–40
  9. Wu 2016, p. 35
  10. Loewenstein 1973, p. 443
  11. Loewenstein 1973, pp. 238, 403
  12. Sandberg 2008, pp. 199–213
  13. Arnold, Bjornlie & Sessa 2016, p. 3; Williams & Friell 1998, p. 187
  14. Mango 2002, p. 2
  15. Goldsworthy 2009, p. 8
  16. Halsall 2018, p. 53
  17. Collins 2004, p. 47–49; Becker 1913, p. 370
  18. Hartmann 1913, p. 196
  19. Logan 2012, pp. 71–74
  20. Chalandon 1923, p. 325
  21. Nicol 1992, p. ix
  22. Çolak 2014, p. 19
  23. Nicol 1967, p. 334
  24. Çolak 2014, pp. 21–22
  25. Nicol 1992, pp. 115–116


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