Maaiana

Imagem em relevo do bodisatva Kuan Yin, no Monte Jiuhua, na República Popular da China; os diversos braços da imagem representam a capacidade e o compromisso sem limites do bodisatva em ajudar os outros seres.

Maaiana,[1] mahayana,[2] magnaiana[3] ou Caminho para Muitos[3] (em sânscrito: महायान, transl. mahāyāna, "grande veículo") é um termo classificatório utilizado no budismo que pode ser usado de três maneiras diferentes:

  • Como tradição viva, o maaiana é a maior das duas principais tradições do budismo existentes hoje em dia, a outra sendo o teravada.
  • Como ramo da filosofia budista, o maaiana se refere a um nível de prática e motivação espiritual,[4] mais especificamente ao Bodhisattvayana[5] A alternativa filosófica é o hinaiana, que é o yana ("caminho") de Arhat.
  • Como caminho prático, o maaiana é um dos três yanas, ou caminhos para a iluminação, os outros dois sendo o teravada e o vajrayana.

As raízes do nome mahayana são polêmicas[6] e têm sua origem num debate sobre quais seriam os reais ensinamentos do Buda.[7] Embora o movimento maaiana trace suas origens a Gautama Buda, as evidências históricas indicam que ele se originou no século I a.C.[3] ou no século I d.C. no Sul da Índia.[8] Foi levado para a China por Lokaksema, primeiro tradutor dos sutras maaianas para o chinês.

A primeira menção ao maaiana ocorre no Sutra do Lótus, entre o século I a.C. e o século I.[9] As primeiras escrituras maaianas provavelmente se originaram durante o século I, no subcontinente indiano e se espalharam para a China durante o segundo século.[10] Apenas no século V, o maaiana se tornou uma escola influente na Índia.[11] No decorrer de sua história, o maaiana se espalhou pelo Leste da Ásia. Os principais países no qual ele ainda é praticado são a China, o Japão, a Coreia e o Vietnã.

Alguns dos principais sutras maaianas, codificados para sânscrito, não sobreviveram com o tempo e se perderam.[12] As versões que foram traduzidas posteriormente para o tibetano e o chinês sobreviveram.[12] As principais escolas do budismo maaiana que possuem um número significativo de seguidores são o budismo tibetano, o zen-budismo, a Terra Pura, o Nichiren, o Shingon e o Tendai.

  1. http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23
  2. Foundation for the Preservation of the Mahayana tradition(em inglês)
  3. a b c Darmapada: a doutrina budista em versos. Tradução de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS. L&PM Editores. 2010. p. 35.
  4. Harvey, Introduction to Buddhism, Cambridge University Press, 1990, pág. 94
  5. "O Mahayana, "Grande Veículo" ou "Grande Carruagem" (para carregar todos os seres ao nirvana) também é, e talvez mais correta e precisamente, conhecido como o Bodhisattvayana, o veículo do bodisatva." (Ver Indian Buddhism, A. K. Warder, 3rd edition, 1999, p.338)
  6. "A escola posterior que se arrogou o título de 'Mahayana'." Indian Buddhism, AK Warder, 3ª edição 1999, pág. 4
  7. "É certo que o termo Mahayana (que significa "grande ou amplo veículo") era originalmente um rótulo polêmico utilizado apenas por um dos lados - e talvez pelo menos significante deles - num debate arrastado, e talvez mesmo desigual, a respeito de quais seriam os reais ensinamentos do Buda". (Ver Macmillan Encyclopedia of Buddhism, 2004, pág. 492)
  8. "O próprio movimento maaiana alega ter sido fundado pelo próprio Buda. O consenso obtido pelas evidências, no entanto, é de que ele se originou no Sul da Índia no primeiro século depois de Cristo." Indian Buddhism, AK Warder, 3rd edition, 1999, pág. 335.
  9. Theravada - Mahayana Buddhism Ven. Dr. W. Rahula Theravada - Mahayana Buddhism
  10. "A evidência mais importante - na verdade, a única evidência - para se situar a emergência do maaiana no início da era comum não vem da Índia, e sim da China. Já no último quarto do segundo século depois de Cristo existia uma coleção pequena, aparentemente idiossincrática, de sutras maaianas significativas, traduzidos para o que Erik Zürcher chama de "chinês quebrado", por um indo-cita cujo nome indiano foi reconstruído como Lokaksema." Macmillan Encyclopedia of Buddhism, 2004, pág. 492
  11. "Temos, seguramente, para este período, um corpus significativo de inscrições de virtualmente todas as partes da Índia. ... Porém em nenhuma parte deste extenso material existe qualquer referência, antes do quinto século, a algo ou alguém chamado Mahayana. Existem, por outro lado, diversas referências aos grupos que costumavam ser chamados de Hinayana - os sarvastivadinas, os mahasamghikas, e assim por diante. Por este ponto de vista, pelo menos, este não foi "o período do maaiana", e sim "o período do hinaiana".", Macmillan Encyclopedia of Buddhism, 2004, pág. 493
  12. a b Mahayana (Encyclopædia Britannica 2002)

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