Marxismo-leninismo-maoismo

 Nota: Não confundir com Maoismo.
Cartaz com a frase "Viva o marxismo-leninismo-maoismo!"

O marxismo-leninismo-maoismo (MLM) é uma corrente do pensamento Marxista-Leninista que se originou do Maoismo defendido por diversos partidos políticos após a ruptura sino-soviética.[1][2] Os marxistas-leninistas-maoistas afirmam que sua doutrina possui uma natureza científica,[3][4] e que as contribuições teóricas de Mao Tsé-tung, quando sistematizadas de forma correta, podem ser aplicadas universalmente por organizações buscando uma revolução comunista.[5][6] Para seus seguidores, o marxismo-leninismo-maoismo constitui uma fase superior e unificada do Marxismo-Leninismo, diferente do Maoismo praticado no passado, que seria apenas a adaptação da teoria marxista-leninista às condições materiais chinesas ou a adoção de aspectos dessa adaptação por partidos comunistas fora da China. A esse último, nomeiam "Pensamento Mao Tsé-tung" para separá-lo de sua própria ideologia.[7]

O marxismo-leninismo-maoismo é uma doutrina comunista, revolucionária, fortemente antiparlamentar e cuja estratégia para tomada de poder, ao menos em países subdesenvolvidos, passa necessariamente pela guerrilha rural conforme descrita por Mao Tsé-Tung. O MLM também é marcado por um antirrevisionismo, considerando países como a China, Coreia do Norte e Cuba capitalistas de estado, e não socialistas. Como consequência, marxistas-leninistas-maoistas também se opõe a guerrilhas guevaristas como as FARC, que consideram uma forma de "reformismo armado." Em discordância com o marxismo clássico. O primeiro partido a sintetizar e defender o MLM foi o Partido Comunista do Peru (Sendero Luminoso), organização comumente vista como terrorista no Peru.[8] A partir de uma campanha levada a cabo por Abimael Guzmán, o Movimento Revolucionário Internacionalista se tornou a primeira organização internacional a adotar o MLM.[9] Atualmente, é a linha política dos partidos e organizações do chamado Movimento Comunista Internacional (MCI), que é ativo em diversos países. Na Turquia,[10] Peru,[11][12] Filipinas[13] e India[14] existem movimentos armados que tomam o MLM como ideologia e lutam por uma revolução socialista. Grupos armados menores existem no Equador,[15] Butão[16] e Sri Lanka,[17] sem no entanto buscarem uma revolução a curto prazo.

Assim como o termo "Marxismo" não foi adotado por Karl Marx e "Marxismo-Leninismo" não foi adotado antes da morte de Lenin, o termo epônimo "marxismo-leninismo-maoismo" surgiu somente anos após a morte de Mao Tsé-tung.

  1. Guzmán, Abimael (1 de janeiro de 1988) [1984]. «Sobre o Marxismo-Leninismo-Maoísmo». Servir ao povo de todo coração. Consultado em 11 de junho de 2022 
  2. Movimento Revolucionário Internacionalista (23 de junho de 1995). «Vida Longa ao Marxismo-Leninismo-Maoísmo!». G. E. Ao Povo Brasileiro. Traduzido por Solarwaver. Consultado em 13 de junho de 2022 
  3. Moufawad-Paul 2015, p. 53.
  4. H., Scott (1 de fevereiro de 1997). «Why Marxism-Leninism-Maoism is a Science». massline (em inglês). Consultado em 13 de junho de 2022 
  5. Moufawad-Paul 2020, p. 19.
  6. «¡UNIRSE BAJO EL MAOÍSMO!». Partido Comunista Maoísta (em espanhol). Movimento Comunista Internacional (declaração conjunta). 3 de janeiro de 2022. Consultado em 13 de junho de 2022 
  7. Moufawad-Paul 2015, p. 5.
  8. Moufawad-Paul 2015, p. 12.
  9. Moufawad-Paul 2020, p. 35.
  10. Oliveira, Carlos. «TKP/ML promove ação e reafirma caminho da Guerra Popular». A Nova Democracia. Consultado em 14 de junho de 2022 
  11. «Peru: ao menos 14 pessoas morrem em ataque atribuído ao Sendero Luminoso». G1. Consultado em 14 de junho de 2022 
  12. Oliveira, Carlos. «Partido Comunista do Peru (PCP) realiza ação de agitação e propaganda armadas no Peru». A Nova Democracia. Consultado em 14 de junho de 2022 
  13. Reuters, Da (1 de agosto de 2011). «Tropas filipinas repelem ataque rebelde maoista e 12 morrem». Mundo. Consultado em 14 de junho de 2022 
  14. Presse, France (26 de maio de 2013). «Ao menos 23 mortos em ataque maoísta contra políticos na Índia». Mundo. Consultado em 14 de junho de 2022 
  15. «Ecuador no tuvo nexos con Sendero Luminoso, pero su existencia influyó en cambios en aparatos de inteligencia de la región». El Universo (em espanhol). 27 de setembro de 2021. Consultado em 14 de junho de 2022 
  16. Investigative Fund of the Nation Institute (7 de maio de 2009). «The Buthan Insurgencies». The Diplomat (em inglês). Consultado em 14 de junho de 2022. Cópia arquivada em 24 de abril de 2019 
  17. «A World To Win News Service: In memory of Ajith Surendra Valentine Rupasinghe (Comrade Surendra)». revcom.us. Consultado em 14 de junho de 2022 

© MMXXIII Rich X Search. We shall prevail. All rights reserved. Rich X Search