Massacre de Katyn

 Nota: Para o massacre contra os civis bielorrussos, veja Massacre de Khatyn. Para outros significados, veja Katyn (desambiguação).
Massacre de Katyn

Em cima: cova coletiva na floresta de Katyn.
Embaixo: mapa das áreas onde ocorreram os massacres.
Coordenadas 54° 46' 24" N 31° 47' 20" E
Data abril de 1940maio de 1940
Tipo de ataque Execução em massa
Mortes 22 000 militares e civis poloneses
Responsável(is)  União Soviética (NKVD)


Massacre de Katyn (em polonês/polaco: zbrodnia katyńska; em russo: Катынский расстрел), também conhecido como Massacre da Floresta de Katyn, foi uma execução em massa ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial contra oficiais poloneses prisioneiros de guerra, policiais e cidadãos comuns acusados de espionagem e subversão pelo Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD), a polícia secreta soviética, comandada por Lavrentiy Beria, entre abril e maio de 1940, após a rendição da Polônia à Alemanha Nazista. Através de um pedido oficial de Beria, datado de 5 de março de 1940, o líder soviético Josef Stalin e quatro membros do Politburo aprovaram o genocídio. O número de vítimas é calculado em cerca de 22 000, sendo 21 768 o número mínimo identificado.[1] As vítimas foram executadas na floresta de Katyn, na Rússia, em prisões em Kalinin e Carcóvia e em outros lugares próximos. Do total de mortos, cerca de 8 mil eram militares prisioneiros de guerra, outros 6 mil eram policiais e o restante dividido entre civis integrantes da intelectualidade polonesa - professores, artistas, pesquisadores, historiadores, etc. - presos sob a acusação de serem sabotadores, espiões, latifundiários, donos de fábricas, advogados, funcionários públicos perigosos e padres.[1]

O termo "Massacre de Katyn" originalmente refere-se especificamente ao massacre na floresta de Katyn, perto das vilas de Katyn e Gnezdovo, localizadas cerca de 19,5 km a oeste de Smolensk, dos oficiais do exército polonês presos no campo de prisioneiros de guerra de Kozelsk. Esta foi a maior das execuções simultâneas perpetradas contra prisioneiros poloneses. Ocorreram outras execuções em campos mais afastados, situados em Starobelsk e Ostashkov, no quartel-general da NKVD em Smolensk, em prisões em Kharkov, Kalinin, Moscou e em locais da Bielorrússia e da Ucrânia ocidental, baseadas em listas de execução de prisioneiros preparadas pela NKVD especialmente para estas regiões. Várias organizações polonesas do pós-guerra investigaram não só os massacres na floresta mas também os ocorridos nestas regiões, e consideram as vítimas polonesas de outras regiões além de Katyn como parte do massacre em geral.[1]

Em 1943, quase dois anos depois da Operação Barbarossa, a invasão da URSS pelas tropas nazistas, o governo alemão anunciou a descoberta das valas cheias de corpos na floresta de Katyn. O governo polonês no exílio, em Londres, pediu de imediato à Cruz Vermelha Internacional que abrisse investigações, o que levou Stalin a romper relações com os poloneses expatriados. A União Soviética alegou que o genocídio havia sido praticado pelos nazistas e continuou a negar responsabilidade sobre os massacres até 1990, quando o governo de Mikhail Gorbachev reconheceu oficialmente o massacre e condenou os crimes levados a cabo pela NKVD em 1940, assim como ao seu subsequente encobrimento.[1][2][3] No ano seguinte, Boris Yeltsin trouxe a público os documentos datados de meio século antes que autorizavam o genocídio.[4]

Investigações feitas pelo gabinete do procurador-geral da União Soviética (1990-1991) e da Federação Russa (1991-2004) confirmaram a responsabilidade soviética sobre os massacres e a morte de 1 803 cidadãos poloneses, mas se recusaram a classificar a ação como crime de guerra ou um ato de genocídio. A investigação foi encerrada sob o argumento de que os responsáveis já estavam todos mortos e como o governo russo não classificou os mortos como vítimas da repressão stalinista, foi descartada uma reabilitação póstuma formal.[5] A organização não-governamental de direitos humanos russa Memorial lançou um comunicado afirmando que o fim das investigações era inadmissível e que a confirmação por parte do governo de que apenas 1 803 pessoas haviam sido mortas "precisava de uma explicação porque se sabe que mais de 14 500 prisioneiros foram executados".[6] Em novembro de 2010, a Duma Estatal russa aprovou uma declaração culpando Stalin e outros dirigentes soviéticos por haverem pessoalmente ordenado o massacre.[7]

  1. a b c d «Decision to commence investigation into Katyn Massacre». The Institute of National Remembrance. Consultado em 24 de agosto de 2012 
  2. «Russia to release massacre files». BBC. Consultado em 24 de agosto de 2012 
  3. Roberts, Geoffrey. Yale University Press, ed. Stalin's Wars: From World War to Cold War, 1939-1953. 2007. [S.l.: s.n.] 171 páginas. ISBN 9780300112047 
  4. Applebaum, Anne. «A Movie That Matters». The New York Review of Books. Consultado em 25 de agosto de 2012 
  5. «Russian, Polish Leaders To Mark Katyn Anniversary». RadioFreeEurope. Consultado em 24 de agosto de 2012 
  6. «Statement on investigation of the "Katyn crime" in Russia». Memorial. Consultado em 24 de agosto de 2012. Arquivado do original em 5 de junho de 2011 
  7. Grocholski, Ian. «Russian parliament condemns Stalin for Katyn massacre». BBC News. Consultado em 24 de agosto de 2012 

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