Mordomo-mor

D. Manrique da Silva desempenhando o papel de mordomo-mor na Aclamação de D. João IV em 1640; pintura de José da Cunha Taborda, 1823, Palácio Nacional da Ajuda

O mordomo-mor era o primeiro oficial da Casa Real Portuguesa e um dos chamados Grandes Cargos[1], sendo o responsável pela sua administração e pela superintendência de todos os restantes oficiais e funcionários da mesma.

O cargo de mordomo (em latim major domus, significando "maior" ou "superior da casa") existia já na Casa dos Condes de Portucale, talvez segundo o modelo franco do mordomo do palácio, sendo, portanto, anterior ao próprio Reino de Portugal. O cargo continuou a existir após a fundação do Reino, tendo durado durante os oito séculos da Monarquia Portuguesa.

No início da Monarquia, época em que era ténue a distinção entre os assuntos de Estado e os assuntos particulares dos Reis de Portugal, sendo o principal administrador dos bens da Coroa, o mordomo-mor acabava também por ser responsável pela direção do governo do país, com funções análogas às de um moderno primeiro-ministro. Posteriormente, com o acentuar da separação entre os assuntos particulares dos reis e os assuntos de Estado, as funções de mordomo-mor limitaram-se cada vez mais apenas à gestão interna da Casa Real.

As rainhas de Portugal (consortes) tinham também o seu mordomo-mor privativo, responsável pela administração da Casa da Rainha.

Durante o Império do Brasil, segundo o modelo português, existiu também o cargo de mordomo-mor da Casa Imperial.


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