Neoconcretismo

Neoconcretismo foi um movimento artístico surgido no Rio de Janeiro, Brasil, em fins da década de 1950, como reação ao concretismo ortodoxo[1] defendido pela vertente paulistana do movimento (denominada Grupo Ruptura)

Os neoconcretistas problematizaram a adoção formal de princípios da abstração geométrica a partir de um viés duplo: em relação à Gestalt, operaram uma inclusão da temporalidade nas formas, e um questionamento cada vez mais radical das estruturas que as mantém. Ao mesmo tempo, a leitura de autores da fenomenologia repensou a condição da arte como experiência, desmontando assim a relação sujeito-método-objeto, o que abriria crescentemente o problema da arte para a inclusão de instâncias sensíveis e sobretudo culturais. Nesse sentido, como afirma Ronaldo Brito, o Neoconcretismo é vértice e ruptura do projeto construtivo nacional – de um braço estético modernista do desenvolvimentismo para uma radicalidade cada vez mais contemporânea que abandona a geometria e nos anos 60 prenuncia questões da arte conceitual, do minimalismo e da Pop art.

Ferreira Gullar em 2009

Nesse sentido, o neoconcretismo, menos que designar um problema de estilo ou um agrupamento em torno de uma posição de vanguarda fixa, refere-nos ao problema da um questionamento radical do papel da arte e suas relações com a cultura nacional. A historiografia inicial, no entanto, apostaria na oposição regional (ainda que a suposta ortodoxia dos artistas paulistas seja um clichê que não explica as obras de Geraldo de Barros e Willys de Castro, por exemplo), e na idealização da natureza antiartística e politizada das produções conectadas com o Neoconcretismo nos anos 70.

  1. Itau Cultural (16 de março de 2017). «Neoconcretismo». Enciclopedia Itau Cultural. Consultado em 28 de agosto de 2019 

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