Pierre Clastres

Pierre Clastres
Nascimento Pierre Antoine Clastres
17 de maio de 1934
Paris
Morte 29 de julho de 1977 (43 anos)
Gabriac
Nacionalidade França Francês
Cidadania França
Cônjuge Hélène Clastres
Alma mater
Ocupação Antropólogo e etnógrafo
Principais trabalhos O grão-falar: mitos e contos sagrados dos índios Guarani
Empregador(a) escola Prática de Altos Estudos, Laboratoire d'anthropologie sociale, Centre National de la Recherche Scientifique
Obras destacadas Society Against the State
Movimento estético antropologia anarquista
Causa da morte acidente rodoviário

Pierre Clastres (Paris, 17 de maio de 1934Gabriac, 29 de julho de 1977) foi um importante antropólogo e etnógrafo francês da segunda metade do século XX. Clastres é conhecido sobretudo por seus trabalhos de antropologia política, por sua suposta vinculação ao anarquismo e por sua pesquisa sobre os indígenas Guayaki do Paraguai.[1]

Filósofo de formação, se interessou pela antropologia e especificamente pela América do Sul sob a influência de Claude Lévi-Strauss e de Alfred Métraux. Foi diretor de pesquisa no Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS, Paris) e membro do Laboratoire d´Anthropologie Sociale do Collège de France. Realizou pesquisas de campo na América do Sul entre os indígenas Guayaki, Guarani e Yanomami. Publicou Crônica dos índios Guayaki (1972), A sociedade contra o Estado (1974), e A fala sagrada - mitos e cantos sagrados dos índios Guarani (1974).

Sua morte prematura, em um acidente de carro em 1977, interrompeu a conclusão de textos que mais tarde seriam reunidos no livro Arqueologia da violência - ensaios de antropologia política (1980).

Uma de suas principais contribuições para a antropologia foi sua crítica à visão, até então dominante, de que sociedades como as dos indígenas da América do Sul são mais "primitivas" ou "menos desenvolvidas culturalmente" do que sociedades mais hierárquicas, onde a presença do Estado é mais evidente – como no caso das sociedades Maia, Inca e Asteca. Ele procurou demonstrar a falsidade do pressuposto de que todas as sociedades necessariamente evoluem de um sistema "tribal", "comunista" e "igualitário" para sistemas mais hierárquicos. As sociedades não-hierárquicas, segundo seus estudos, possuem mecanismos culturais que impedem ativamente o aparecimento de figuras de comando – seja isolando os possíveis candidatos a chefe (como no caso dos Pajés), seja destituindo-os do poder do mando (como no caso dos chefes que só têm poder para aconselhar). Sendo assim, elas não estariam evoluindo em direção à estatização: ao contrário, configuram-se como verdadeiras sociedades "contra o Estado", pois sua dinâmica cultural almejaria precisamente impedir a formação de uma classe de dirigentes e outra de dirigidos.

  1. «Pierre Clastres». BNF (em inglês). Consultado em 3 de maio de 2021 

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