Sociedade matriarcal

Sociedade matriarcal é uma forma de sociedade na qual o papel de liderança e poder é exercido pela mulher e especialmente pelas mães de uma comunidade.[1] A etimologia de matriarca deriva do grego mater ou mãe e archein (arca) ou reinar, governar. Apesar de fontes arqueológicas confirmarem amplamente a existência de divindades femininas, a realidade de uma sociedade matriarcal é por vezes contestada.

Deusa das serpentes cretense.

Um estudo realizado pelo suíço J. J. Bachofen, com base em fontes documentais e arqueológicas, defende que a maternidade é a fonte de toda as sociedades humanas, religião, moral e decoro. Ele teorizou sobre um "direito-de-mãe" dentro do contexto de uma religião matriarcal. A obra exerceu grande influência nas gerações seguintes, e sobre autores como Jane Ellen Harrison, Arthur Evans, Walter Burkert, Merlin Stone, Robert Graves, Marija Gimbutas e Joseph Campbell.

A possível existência foi também sugerida no século XIX, em 1861, quando o arqueólogo britânico Sir Arthur Evans descobriu a Civilização Minoica e afirmou tratar-se de uma sociedade matriarcal, pois a religião cretense baseava-se exclusivamente na adoração de divindades femininas, confirmando a ideia de uma religião matriarcal.

Essa afirmação foi enfatizada por outras pesquisas arqueológicas quando os pesquisadores da chamada Era do Gelo (40.000 - 10.000 a.C.) descobriram grande quantidade de estátuas femininas conhecidas como vênus ou Estatuetas de Vênus e identificaram-nas como representações de Deusa mãe.

Vénus de Willendorf, uma das estatuetas mais conhecidas.

Uma das mais conhecidas representações é a Vênus de Willendorf. Alguns sugerem que a corpulência representa um elevado estatuto social numa sociedade caçadora-coletora e que, além da possível referência à fertilidade, a imagem podia ser também um símbolo de segurança, de sucesso, bem-estar e proteção. Para os antigos, que viviam dependentes da agricultura e dos ciclos da natureza, a fertilidade proveniente da natureza era a ideia mais imediata da divindade generosa que fornecia frutos, e a fertilidade feminina é por isso associada à Divindade. Na mitologia antiga são consagrados também os mitos femininos das deusa-mãe, valquírias, erínias, harpias e a deusa da sabedoria, inteligência e da guerra, a deusa Atena,[2] entre muitos outros. As sacerdotisas (Diotima de Mantineia, Temistocleia) ou pitonisas (Pítia), as amazonas ou mulheres guerreiras, matemáticas (Hipátia de Alexandria, Teano) constituem exemplos de relevantes figuras femininas da sociedade grega.

  1. «Revista Galileu, Matriarcado: História ou mito?». Consultado em 12 de julho de 2008. Arquivado do original em 23 de março de 2009 
  2. «Revista Super Interessante, Deusa grega decidia julgamentos empatados». Consultado em 12 de julho de 2008. Arquivado do original em 30 de maio de 2008 

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