Tombamento

O estádio do Pacaembu foi tombado em 1998 por se tratar de um "testemunho da história do futebol paulistano”

O tombamento[1] é o ato de reconhecimento do valor histórico, artístico ou cultural de um bem, transformando-o em patrimônio oficial público e instituindo um regime jurídico especial de propriedade, levando em conta sua função social e preservando a cédula de identidade de uma comunidade, e assim, garantir o respeito à memória do local e a manutenção da qualidade de vida. A etimologia da palavra tombamento advém da Torre do Tombo, arquivo público português onde são guardados e conservados documentos importantes. Um bem histórico é tombado quando passa a figurar na relação de bens culturais que tiveram sua importância histórica, artística ou cultural reconhecida por algum poder público (federal, estadual ou municipal) através de seus respectivos órgãos de patrimônio.

O conceito de tombamento é comum em muitos países. Por exemplo, no Reino Unido é frequente a designação de listed building, que cobre centenas de milhares de estruturas, incluindo pontes, campos e até mesmo sinais de trânsito.[2] Em cidades alemãs, por exemplo, a proteção do patrimônio cultural é conjugada com a nova arquitetura, sendo os locais históricos, preservados, objeto de turismo para a cidade (CARSALADE, 2009). Os cafés e restaurantes se tornam atrações em meio às atualidades. Nesses municípios, o crescimento urbano respeitou os imóveis protegidos que integram seu patrimônio; entretanto, trata-se de um país cuja memória cultural é importante para o povo, pois desenvolveram a educação patrimonial de forma eficaz, já que não entendem as partes históricas da cidade como um entrave à evolução urbana.[3]

Assim, há cidades no exterior que preservam mais, em razão do contexto. Os municípios brasileiros, a partir dos anos 1930, sofreram um processo de crescimento rápido e súbito com a industrialização. Instalou-se uma população urbana desenraizada do local. Em Paris e Roma, que preservam mais, as cidades cresceram ao longo de muitos séculos. Passaram por essa fase de explosão, mas quando já eram grandes e tinham uma população arraigada, muito identificada com os centros históricos. Tinham outra relação de pertencimento ao espaço.[4]

  1. CELEPAR. «Tombamento - Conceitos». www.patrimoniocultural.pr.gov.br. Consultado em 28 de abril de 2017 
  2. «Ancient Monuments and Archaeological Areas Act 1979». Office of Public Sector Information. Consultado em 8 de agosto de 2008.
  3. XAVIER, Laís Costa; CAMPOS, Yussef Daibert S. de. Tombamento, Legislação e Crescimento Urbano. pag. 5. Disponível em: <http://www.viannajr.edu.br/files/uploads/20140219_162843.pdf> Acesso em 11 de maio de 2016.
  4. UOL. Reportagem: Maria Lúcia Bressan Pinheiro. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/-preservar_e_muito_mais_que_tombar-.html> Acesso em 11 de maio de 2016.

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