Henologia

Henologia (do grego τò ἕν to hen; hen = "um" ou "unidade") é o estudo sobre os conceitos dialéticos de unidade e alteridade, um dos quais denota um princípio supremo e absolutamente transcendente. Embora o assunto já estivesse emergindo desde os pré-socráticos, é apenas com Platão que o termo é considerado transcendente e a causa de tudo. Como o conceito de um é absolutamente transcendente, já foi considerado que nenhuma disposição poderia ser atribuída adequadamente a ele, nem mesmo o ser. Tem uma aplicação universal e uma aplicação individual. Universalmente, tem sua origem como um sistema no diálogo platônico Parmênides, onde aparece como algo absolutamente transcendente. Individualmente, pode haver uma substância não cristã (Plotino), bem como uma substância cristã (Pseudo-Dionísio) ou não europeia (Nagarjuna).[1] Mais notoriamente no ocidente, ela relata o discurso sobre O Um na filosofia neopitagórica[2] e platônica, com desenvolvimento no posterior emanacionismo de Plotino;[3] nas Enéadas de Plotino, postulações exemplares desse enfoque são: "É devido ao Um que todos os seres são seres"; "Separados do Um, os seres não existem... O exército, o coro, o rebanho não existiriam se não fossem um exército, um coro e um rebanho. A casa e o navio não seriam eles próprios se não possuíssem unidade; pois a casa é uma casa e o navio é um navio. Se perdessem tal unidade, não haveria mais nem casa nem navio".[4] A henologia contrasta com várias outras disciplinas filosóficas. Considera-se que se levanta acima de questões epistemológicas e ontológicas, e são vistas como campos de trabalho subordinados.[1]

Henologia foi um termo introduzido por Étienne Gilson, embora tenha aparecido a versão "henológico" antes por Eric Lionel Mascall, e a caracterização como campo de estudo foi feita a partir das pesquisas de Egil A. Wyller, que o representa na Noruega.[5] Reiner Schürmann a descreve como uma "metafísica da transcendência radical" que se estende além do ser e da intelecção.[6]

  1. a b Wyller, Egil A. (1997). Henologische Perspektiven II: zu Ehren Egil A. Wyller, Internales Henologie-Symposium. Rodopi. Amsterdam, Netherlands: [s.n.] pp. 5–6. ISBN 90-420-0357-X 
  2. Albertson, David (16 de maio de 2014). «The Neopythagorean Revival: Henology and Mediation». Mathematical Theologies: Nicholas of Cusa and the Legacy of Thierry of Chartres (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press 
  3. John N. Deely (2001). Four Ages of Understanding. [S.l.: s.n.] 
  4. Barbaras, Renaud (29 de setembro de 2010). «Phenomenology and Henology». In: Abrams, Erika; Chvatik, Ivan. Jan Patočka and the Heritage of Phenomenology: Centenary Papers (em inglês). [S.l.]: Springer Science & Business Media 
  5. Egil A. Wyller: Henologie. In: Joachim Ritter (Hrsg.): Historisches Wörterbuch der Philosophie, Band 3, Basel 1974, Sp. 1059f.
  6. Schürmann, Reiner; Lily, Reginald (2003). Broken Hegemonies. Indiana University Press. Bloomington, Indiana: [s.n.] pp. 143–144. ISBN 0-253-34144-2 

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