Neozapatismo

 Nota: Não confundir com zapatismo.

Neozapatismo (às vezes denominado erroneamente como zapatismo) é a filosofia e prática política concebida e empregada pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional do México (também conhecido como neozapatistas ou zapatistas), que governa um grande território em Chiapas desde o início do conflito de Chiapas. Crucialmente, não é uma ideologia, como o Comitê Geral Indígena Revolucionário Clandestino dos zapatistas deixou claro: "O zapatismo não é uma nova ideologia política ou uma reformulação de ideologias antigas … Não existem receitas, linhas, estratégias, tácticas, leis, regras ou slogans universais. Há apenas um desejo: construir um mundo melhor, ou seja, um mundo novo".[1]

Longe de ser algum tipo de ideologia política simples ou programa único que pode ser exportado para outro lugar e aplicado em todos os locais, o neozapatismo serve para dizer algo como: é assim que nós, zapatistas, enfrentamos o capitalismo e as estruturas e hierarquias de poder existentes aqui em Chiapas, México, cabe a você ver se, e como, nosso exemplo de luta e as lições que aprendemos na luta podem ser usadas para fins semelhantes onde você vive.[2] A partir disso, o porta-voz dos zapatistas, o Subcomandante Marcos (que desde 2014 atende pelo nome de Subcomandante Galeano) também afirmou:

O zapatismo não é uma ideologia, não é uma doutrina comprada e paga. É... uma intuição. Algo tão aberto e flexível que realmente ocorre em todos os lugares. O zapatismo coloca a questão:

'O que é que me excluiu?'
'O que é que me isolou?'

...Em cada lugar, a resposta é diferente. O zapatismo simplesmente afirma a pergunta e estipula que a resposta é plural, que a resposta é inclusiva...[3][1]

Como Anthony Faramelli colocou de forma sucinta, "o zapatismo não é uma tentativa de inaugurar e/ou liderar qualquer tipo de resistência ao neoliberalismo, mas sim facilitar o encontro da resistência e permitir que ela forme organicamente mundos fora da exploração".[4]

Outros propuseram uma concepção mais ampla de neozapatismo que se estende além dos limites da filosofia e da prática política. Por exemplo, para Richard Stahler-Sholk “existem, de fato, pelo menos três Zapatismos: um é a insurgência armada … Um segundo é o projeto de governo autônomo que está sendo construído nas 'comunidades de base de apoio' zapatistas. … O terceiro é a rede (nacional e) internacional de solidariedade inspirada na ideologia e no discurso zapatista”.[5]


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