Arminianismo

Arminianismo é uma escola de pensamento soteriológica (doutrina da salvação), baseada nas ideias do pastor e professor holandês Jacó Arminio (1560-1609)[1] e seus seguidores históricos, os remonstrantes. A aceitação doutrinária se estende por boa parte do cristianismo desde os primeiros argumentos entre Atanásio e Orígenes, até a defesa de Agostinho de Hipona do "pecado original".

O arminianismo holandês foi originalmente articulado na Remonstrância (1610), uma declaração teológica assinada por 45 ministros e apresentado aos Estados Gerais. O Sínodo de Dort (1618–19) foi convocado pelos Estados Gerais para julgar a Remonstrância. Os cinco pontos da Remonstrância afirmam que:

  1. a eleição (baseada na presciência), pelo propósito eterno e imutável em seu Filho Jesus Cristo, desde antes da fundação do mundo, Deus determinou a respeito da raça humana pecadora e caída, salvar em Cristo, pelo amor de Cristo e, através de Cristo, a quem, pela graça do Espírito Santo, crerão em seu Filho Jesus e perseverarão nesta fé e obediência da fé, por meio desta graça, até o final (João 3:36).
  2. a expiação é ilimitada, embora qualitativamente suficiente a todos os homens, só é eficaz aos que se arrependem e creem;
  3. sem o auxílio do Espírito Santo, nenhuma pessoa é capaz de responder à vontade de Deus, pois o arbítrio foi perdido com a queda;
  4. a graça é preveniente e pode ser resistida em seu estágio convincente; e
  5. os crentes são capazes de resistir ao pecado, mas não estão fora da possibilidade de cair da graça.

O ponto crucial do arminianismo remonstrante reside na centralidade da graça divina, que possibilita ao pecador caído responder à oferta de salvação. Sem a graça de Deus, é impossível que haja alguma resposta humana, pois não há livre-arbítrio[2]

Desde o século XVI, muitos cristãos, incluindo os batistas (Ver A History of the Baptists terceira edição por Robert G. Torbet) têm sido influenciados pela visão arminiana. Também os metodistas, os congregacionalistas das primeiras colônias da Nova Inglaterra nos séculos XVII e XVIII.

O termo arminianismo é usado para definir aqueles que afirmam as crenças originadas por Jacó Armínio, porém o termo também pode ser entendido de forma mais ampla para um agrupamento maior de ideias, incluindo as de John Wesley e outros. Há duas perspectivas principais sobre como o sistema pode ser aplicado: arminianismo clássico, que vê em Armínio o seu representante; arminianismo wesleyano, que vê em John Wesley o seu representante; e arminianismo de quatro pontos, que não adota a perseverança condicional dos santos e sim a segurança incondicional, geralmente mais presente entre os batistas. O arminianismo wesleyano é por vezes sinônimo de metodismo. Além disso, o arminianismo é muitas vezes mal interpretado por alguns dos seus críticos que o incluem no semipelagianismo ou no pelagianismo, ainda que os defensores das três perspectivas principais neguem veementemente essas alegações.[3]

Dentro do vasto campo da história da teologia cristã, o arminianismo está intimamente relacionado com o calvinismo (ou teologia reformada), sendo que os dois sistemas compartilham a mesma história e muitas doutrinas. No entanto, eles são frequentemente vistos como rivais dentro do evangelicalismo por causa de suas divergências sobre os detalhes das doutrina da predestinação e da salvação.[4]

  1. Magnusson, Magnus (ed). Chambers Biographical Dictionary (Chambers: Cambridge University Press, 1995) 62
  2. Couto, Vinicius (2021). Depravação total. Coleção arminianismo. São Paulo: Reflexão. pp. 86–97. ISBN 978-65-5619-054-9 
  3. Olson, Roger E. Arminian Theology: Myths and Realities (Downers Grove: Intervarsity Press, 2006) 17–18, 23, 80–82, 142–145, 152
  4. Gonzalez, Justo L. The Story of Christianity, Vol. Two: The Reformation to the Present Day (New York: Harpercollins Publishers, 1985; reprint – Peabody: Prince Press, 2008) 180

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