Batalha de Balaclava

Batalha de Balaclava
Cerco de Sebastopol, Guerra da Crimeia

«The Thin Red Line», pintura de Robert Gibb (1845-1932).
Data 25 de outubro de 1854
Local Perto de Balaclava, Crimeia, hoje na Rússia
Desfecho Não decisivo
Beligerantes
Reino Unido Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda
Império Otomano Império Otomano
França Império Francês
Rússia Império Russo
Comandantes
FitzRoy Somerset (Lord Raglan) Pavel Liprandi
Forças
4 500 homens[1]
26 armas pesadas
25 000 homens[2]
78 armas pesadas
Baixas
615[3] (350 britânicos e 250 franceses, no mínimo) 627[3] a 1000

A Batalha de Balaclava foi uma batalha da Guerra da Crimeia, travada entre o Império Russo e a coligação anglo-franco-otomana, à qual se juntaria, depois da batalha, o Reino da Sardenha. Foi travada em 25 de outubro de 1854, em Balaclava, na margem do Mar Negro e foi o segundo maior confronto durante este conflito (1854-1856). O seu resultado tem sido visto ou como uma vitória pírrica dos aliados ou como um empate não decisivo no decurso da guerra.

Os aliados decidiram-se por não fazer um assalto imediato a Sebastopol e prepararam-se para um cerco prolongado - que duraria doze meses. Os britânicos, sob comando de Lord Raglan, e os franceses, sob orientação de Canrobert, posicionaram as suas tropas a sul do porto do Quersoneso: o exército francês ocupou Kamiesh na costa ocidental, e os britânicos foram para Balaclava, a sul. Todavia, esta posição forçou os britânicos a defender o flanco direito das operações de cerco aliadas, para o qual Raglan dispunha de poucas tropas. Tirando vantagem da sua exposição, o general russo Pavel Liprandi, com os seus 25 000 homens,[2] preparou-se para atacar as defesas em Balaclava e arredores, desejando destruir a cadeia de abastecimentos entre a base britânica e as linhas de cerco.

Esta batalha é famosa pela polémica que gerou entre os historiadores a famosa carga da Cavalaria Ligeira Britânica, imortalizada por Alfred Tennyson no século XIX no poema intitulado «The Charge of The Light Brigade». Alguns registos históricos indicam que a decisão de realizar esta operação militar foi tomada apressadamente e sem a devida análise da situação no terreno. Durante a carga, a Brigada Ligeira foi totalmente destruída. Discute-se do ponto de vista da história militar se o erro foi de quem deu a ordem ou de quem a executou. Sabe-se que o momento e a forma foram mal escolhidos, e com isso a culpa seria dos oficiais que deram a ordem, sendo o oficial superior Lord Raglan. Foi ordenado à Cavalaria que carregasse sem apoio da Infantaria a partir de uma zona pouco apropriada. Após uma carga da Brigada Pesada, a rivalidade entre os oficiais fez com que a Brigada Ligeira avançasse, com resultado desastroso.

As batalhas da Guerra da Crimeia, incluindo a de Balaclava, são ainda célebres por terem sido acompanhadas pelos primeiros correspondentes de guerra dos tempos modernos, uma novidade que tinha poucos anos. Entre eles destacou-se William Howard Russell. Este correspondente irlandês do The Times manteve uma postura muito crítica em relação ao modo como estavam organizadas as forças britânicas, chocando-o em particular o comportamento dos oficiais, que dispunham dos melhores luxos, enquanto os soldados viviam na mais miserável das condições.[4]

  1. Fletcher & Ishchenko: The Crimean War: A Clash of Empires, p. 158
  2. a b Fletcher & Ishchenko: The Crimean War: A Clash of Empires, pp. 159–60
  3. a b Kinglake: The Invasion of the Crimea, V, p. 350. Estes números foram tirados de Kinglake. As fontes variam ligeiramente quanto ao número de mortes, feridos e prisioneiros.
  4. Russell escreveu ao seu diretor em Londres a pedir instruções: «Deverei contar estas coisas ou ter tento na língua?» Delane disse-lhe para contar tudo.José Rodrigues dos Santos (2001). Crónicas de Guerra. da Crimeia a Dachau. Lisboa: Gradiva. ISBN 9726628164 

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