Batalha de Cambrai (1917)

Batalha de Cambrai (1917)
Frente Ocidental da Primeira Guerra Mundial

Soldados alemães recuperando um blindado britânico Mark IV.
Data 20 de novembro a 7 de dezembro de 1917[1]
Local Cambrai, França
Desfecho Impasse, ambos os lados alcançaram sucesso tático, sem resultado estratégico.
Beligerantes
 Reino Unido
França
 Estados Unidos (apenas em 30 de novembro)
Império Alemão Império Alemão
Comandantes
Reino Unido Julian Byng Império Alemão Georg von der Marwitz
Forças
2 Corpos de Exércitos
476 blindados
1 Corpo de Exército
Baixas
55 207 baixas
179 tanques avariados
45 000 baixas
(estimativas britânicas)

A Batalha de Cambrai ou, na sua forma portuguesa, de Cambraia (20 de Novembro – 7 de Dezembro de 1917) foi uma campanha britânica da Primeira Guerra Mundial. Cambrai, no Nord département (Nord-Pas-de-Calais), era um local de abastecimento essencial para a Siegfried Stellung (uma posição alemã parte da Linha Hindenburg), e a proximidade do cume de Bourlon seria uma excelente conquista a partir da qual os britânicos poderiam ameaçar a retaguarda da linha alemã a norte. A operação iria incluir uma acção experimental de artilharia. O Major-General Tudor, Comandante da Real Artilharia da 9.ª Divisão Escocesa, sugeriu a utilização de novas técnicas de artilharia e infantaria neste sector da frente. Durante os preparativos, J. F. C. Fuller, oficial do Royal Tank Corps (RTC), procurava um local para utilizar tanques como unidade de ataque. O General Julian Byng, comandante do 3.º Exército Britânico, decidiu incorporá-los no grupo de ataque.

Esta batalha, é por vezes, apontada como a primeira a usar os tanques em massa em conjunto com outros ramos das forças armadas. Contudo, os franceses já tinham utilizado estes veículos em Abril (mais de 130), Maio (48) e Outubro (92) de 1917, e os britânicos mais de 200 na Flandres em Junho e Julho. Apesar do sucesso inicial do tanque Mark IV em Cambrai, a artilharia e a infantaria de defesa alemãs, revelaram as fragilidades dos blindados, e os veículos acabaram por ir ficando inoperacionais depois do primeiro dia. A batalha foi, essencialmente, um combate entre artilharia e infantaria que causou surpresa e superioridade técnica contra fortes fortificações, mas fraca artilharia e infantaria alemãs, que foram rapidamente. O ataque britânico demonstrou que a Linha Hindenburg podia ser ultrapassada e mostrou o valor dos novos métodos de artilharia e infantaria, como a detecção das forças inimigas pela análise do som dos disparos e tácticas de infiltração, que mais tarde teriam um papel vital durante a Ofensiva dos Cem Dias.

A percepção popular que esta tinha sido uma batalha com tanques foi, em grande parte, o resultado de várias descrições feitas por historiadores influentes como Basil Liddell Hart e Fuller. Liddell Hart, cuja situação como correspondente militar dos jornais Daily Telegraph e The Times (1925–1939) lhe deu uma grande influência junto do público, era um crítico de Douglas Haig e tentou usar esta batalha para indicar que tinha havido a utilização de uma "nova" forma de doutrina.[2] Vários estudos actuais rejeitaram as suas versões dos acontecimentos, e preferiram uma aproximação à História Oficial Britânica.[3]

  1. Hammond 2007, pp. ix
  2. Hammond 2009, p. 430
  3. Hammond 2009, pp. 429–430

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