Batalha de Kursk

Batalha de Kursk
Frente Oriental, Segunda Guerra Mundial

Soldados da 2ª Divisão SS Das Reich em avanço pelas planíces de Voronej, em 1943.
Data 5 de julho23 de agosto de 1943
Local Kursk, União Soviética
Desfecho Vitória soviética decisiva
Beligerantes
 União Soviética Alemanha Nazista
Comandantes
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Gueorgui Júkov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Nikolai Vatutin (Frente Voronej)
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Konstantin Rokossovsky (Frente Central)
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Ivan Koniev (Frente Steppe)
Erich von Manstein
Kurt Zeitzler
Hermann Hoth
Walther Model
Forças
Operação Cidadela:
1 910 361 homens
5 128 tanques
25 013 armas pesadas e morteiros

Contra-ofensiva soviética:
2 500 000 homens
7 360 tanques
47 416 armas pesadas e morteiros
2 792 - 3 549 aeronaves
Operação Cidadela:
780 900 homens
2 928 tanques
9 966 armas pesadas e morteiros

Contra-ofensiva soviética:
940 900 homens
3 253 tanques
9 467 armas pesadas e morteiros
2 110 aeronaves
Baixas
Operação Cidadela:
177 847 mortos, 300 000 feridos, cerca de 1 614 – 1 956 tanques destruídos e 459 aviões perdidos

Batalha de Kursk:
863 000 mortos, feridos, desaparecidos ou capturados
6 064 armas pesadas e tanque destruídos ou seriamente avariados
1 626 – 1 961 aeronaves perdidas
5 244 canhões perdidos
Operação Cidadela:
54 182 mortos, 150 000 feridos, cerca de 323 tanques destruídos
159 aeronaves perdidas

Batalha de Kursk:
198 000 mortos, feridos ou desaparecidos
760 armas pesadas e tanque destruídos
681 aeronaves perdidas

A Batalha de Kursk foi um grande combate que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial entre as forças da Alemanha Nazista e da União Soviética na Frente Oriental. Ocorreu perto da cidade de Kursk (450 km a sudoeste de Moscou), entre julho e agosto de 1943. A batalha começou com uma grande ofensiva alemã, a Operação Cidadela (em alemão: Unternehmen Zitadelle), em 5 de julho, que tinha como objetivo avançar contra Kursk e a saliência que havia se formado naquele fronte, investindo pelo norte e pelo sul simultaneamente, num movimento de pinça. Apesar de um sucesso inicial, o ataque ao norte foi detido e em 12 de julho os soviéticos já estavam contra-atacando (Operação Kutuzov). Na frente sul, os russos lançaram ao mesmo tempo outra grande contra-ofensiva, que levou a um enorme embate entre tanques, a Batalha de Prokhorovka. Em 3 de agosto, o Exército Vermelho começou a segunda fase de suas contra-ofensivas em Kursk ao lançar a Operação Belgorod-Carcóvia (em russo: Полководец Румянцев) contra as tropas alemãs no sul da saliência em Kursk.[1]

A batalha foi o último esforço estratégico dos alemães para retomar a iniciativa ofensiva na Frente Oriental. Devido a invasão Aliada da Sicília, em 9 de julho, Adolf Hitler foi forçado a mandar tropas que estavam treinando na França para enfrentar os americanos e britânicos no Mediterrâneo, ao invés de usa-los como reserva estratégica no Leste.[2] Hitler então cancelou a Operação Cidadela após apenas uma semana, em parte para mandar reforços para a Itália, reduzindo a capacidade operacional dos alemães na Frente Oriental.[3] Os alemães não mais tomariam a iniciativa no Leste e suas perdas na Batalha de Kursk, em termos de homens e equipamentos, daria aos soviéticos a vantagem estratégica pelo restante da guerra, permanecendo de agora em diante sempre na ofensiva.

Os alemães esperavam, com a Operação Cidadela, enfraquecer o potencial ofensivo dos soviéticos para o verão de 1943 ao destruir as posições do inimigo na saliência de Kursk. Tal saliência, ou bolsão, tinha 250 km de largura de norte a sul e 160 km de leste a oeste. A Wehrmacht atacaria nos flancos norte e sul, num movimento de pinça. O plano foi concebido pelo marechal Erich von Manstein e Hitler, apesar da desconfiança com a operação, autorizou a ofensiva acreditando que uma vitória daria novo vigor e força aos alemães, ao mesmo tempo que acalmaria as demais Potências do Eixo, que já estavam considerando sair da guerra. Porém os soviéticos já estavam cientes de antemão da ofensiva planejada, com informações que vinham principalmente dos britânicos e da inteligência Aliada. Conhecendo as intenções alemãs meses antes do ataque, os russos se prepararam para surpreender o inimigo na saliência em Kursk, planejando uma defesa em profundidade para deter os poderosos tanques alemães que agiriam como ponta de lança. O exército alemão ainda teve que atrasar sua ofensiva, para trazer mais suprimentos e equipamentos ao campo de batalha, como o novo tanque Panther, e também para produzir mais Tigers I e leva-los ao fronte. Assim, os soviéticos tiveram mais tempo para preparar suas defesas, que incluíam campos minados, fortificações, zonas de artilharia e pontos de armas anti-tanques bem estabelecidas, estendendo suas linhas por mais de 300 km em profundidade. As tropas móveis soviéticas saíram da saliência e uma enorme força de reserva foi mobilizada na retaguarda para contra-ofensivas.[4]

A Batalha de Kursk foi a primeira vez na Segunda Guerra Mundial em que uma ofensiva estratégica alemã foi frustrada antes que as linhas do inimigo fossem rompidas. Os alemães não avançaram mais do que 8–12 km no norte e 35 km no sul. Embora os soviéticos já tivesse conquistado vitórias em investidas durante o inverno, a batalha em Kursk foi o primeiro grande triunfo do Exército Vermelho durante o verão.

  1. Clark, Lloyd (2012). Kursk: The Greatest Battle: Eastern Front 1943. Londres: Headline Publishing Group. ISBN 978-0-7553-3639-5 
  2. Dunn Jr., Walter S. Kursk: Hitler's Gamble, 1943 (1997) p. 191
  3. Atkinson, Rick (2007) The Day of Battle, The War in Sicily and Italy, 1943–1944, The Liberation Trilogy, II, New York: Henry Holt, ISBN 978-0-8050-6289-2 p. 172
  4. Glantz, David M. (1989). Soviet Military Deception in the Second World War. Londres: Routledge. ISBN 978-0-7146-3347-3.

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