Batalha de Verdun

Batalha de Verdun
Frente Ocidental, Primeira Guerra Mundial
Data 21 de fevereiro18 de dezembro de 1916
(9 meses, 3 semanas e 6 dias)
Local Verdun, França
Desfecho Vitória francesa
Beligerantes
França Império Alemão Império Alemão
Comandantes
Joseph Joffre
Philippe Pétain
Noël Édouard
Robert Nivelle
Fernand de Cary
Frédéric-Georges Herr
Adolphe Guillaumat
Charles Mangin
Império Alemão Erich von Falkenhayn
Império Alemão Príncipe Guilherme
Império Alemão Konstantin Schmidt von Knobelsdorf
Império Alemão Ewald von Lochow
Império Alemão Max von Gallwitz
Império Alemão Georg von der Marwitz
Forças
1 400 000 soldados
(c. 75–85 divisões)
1 250 000 soldados
(c. 50 divisões)
Baixas
315 000 – 542 000
(dos quais cerca de 162 308 mortos)
281 000 – 434 000
(dos quais cerca de 143 000 mortos)

A Batalha de Verdun (em francês: Bataille de Verdun [bataj də vɛʁdœ̃]; em alemão: Schlacht um Verdun [ʃlaxt ˀʊm ˈvɛɐdœŋ]), foi um combate travado entre 21 de fevereiro e 18 de dezembro de 1916, sendo a maior e mais longa batalha da Primeira Guerra Mundial na Frente Ocidental, colocando frente a frente os exércitos alemão e o francês. A luta aconteceu principalmente nas colinas ao norte da cidade histórica de Verdun-sur-Meuse, no nordeste da França. O 5º Exército Alemão atacou a principal região fortificada da cidade (Région Fortifiée de Verdun) e também as posições do 2º Exército Francês, na margem direita (a oeste) do rio Meuse. A ofensiva foi concebida para tentar quebrar o impasse das trincheiras na Europa Ocidental. Inspirados pela experiência adquirida durante a Segunda Batalha de Champagne, em 1915, os alemães planejavam capturar as colinas Meuse, uma excelente posição defensiva com boa visão para artilharia sobre toda Verdun. Os alemães esperavam que os franceses iriam comprometer todas as suas reservas estratégicas para recapturar ou manter Verdun, sofrendo perdas catastróficas no processo, numa batalha de aniquilação. O alto comando alemão esperava sofrer poucas baixas, arrastando os franceses numa longa batalha de atrito numa posição alta taticamente vantajosa. Todo o planejamento foi feito por Erich von Falkenhayn, o chefe do Estado-maior das forças armadas alemãs.

O tempo ruim atrasou os planos de ataque alemão até 21 de fevereiro, quando a investida começou com um grande bombardeamento de artilharia. O primeiro alvo, e o mais crucial, era Forte Douaumont, a principal defesa da região, e foi capturado pelos alemães em três dias. Depois deste triunfo, as forças imperiais alemãs tiveram problemas em avançar, com os franceses esboçando feroz resistência. A 6 de março, os reforços franceses chegaram, totalizando então vinte divisões na área de Verdun e as fortificações defensivas foram melhoradas. O general Pétain deu ordens para que nenhuma retirada fosse autorizada e organizou contra-ataques, expondo as forças francesas a artilharia alemã. Em 29 de março, as posições francesas já estavam bem sólidas e sua própria artilharia passou a fustigar os alemães, infligindo-os pesadas baixas.

Em março, após um mês de ataques, a ofensiva alemã se estendeu à margem leste do Meuse, para tentar parar a artilharia francesa que atirava por sobre o rio às colinas Meuse. Os alemães fizeram alguns progressos mas os franceses mobilizaram reforços e seguraram suas posições, a duras penas. No começo de maio, os alemães mudaram de tática novamente e passaram a fazer ataques localizados de tamanho médio e focar em contra-ataques, o que deu aos franceses a oportunidade de iniciar uma ofensiva para retomar o crucial Forte Douaumont. Os franceses foram inicialmente bem sucedidos, mas os alemães contra-atacaram, recapturando o forte e fazendo milhares de prisioneiros. As forças alemãs alternaram seus ataques em ambas as margens do rio Meuse e em junho capturaram o Forte Vaux. Os alemães continuaram suas ofensivas em direção ao último objetivo geográfico do plano original, em Fleury-devant-Douaumont e o Forte Souville. Os alemães abriram uma saliência (bolsão) nas defesas francesas, capturando Fleury e chegando a apenas 4 km da cidadela de Verdun.

Em julho de 1916, os alemães tiveram de retirar tropas da linha de frente em Verdun para reforçar suas posições no Rio Somme, onde os britânicos haviam lançado uma grande ofensiva e de 23 de junho a 17 de agosto, Fleury mudou de mão dezesseis vezes. Os alemães então focaram em tomar Forte Souville, mas falharam. Eles então tiveram de reduzir seus esforços mas tentaram manter os franceses ocupados na defesa de Verdun, para impedi-los de reforçar os britânicos no Somme. Entre agosto e dezembro, os franceses lançaram múltiplos contra-ataques, recuperando boa parte do terreno perdido na margem leste do Meuse e finalmente recuperando Forte Douaumont e Forte Vaux. Em meados de dezembro, Falkenhayn cancelou novas ofensivas e, com os franceses no controle de boa parte de Verdun, a batalha foi assim encerrada. Foram 302 dias de combates, fazendo desta batalha uma das mais longas da Primeira Guerra. Também foi uma das mais sangrentas. Segundo os historiadores Hannes Heer e K. Naumann, 377 231 franceses foram mortos ou feridos, enquanto os alemães perderam 337 000 soldados (entre mortos e feridos também), totalizando as perdas gerais em 714 231 (uma média aproximada de 70 000 por mês). Em 2014, William Philpott escreveu que o total de perdas em Verdun e nas regiões vizinhas pode chegar a 1 250 000 mortos, feridos, desaparecidos ou capturados. A batalha foi caracterizada também pelo terreno ruim, lama, doenças e outros tipos de privações que pesaram nos combatentes de ambos os lados, física e psicologicamente.


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