Brasil na Segunda Guerra Mundial

Propaganda brasileira anunciando a declaração de guerra às potências do Eixo, em 10 de novembro de 1943.

O Brasil, embora, na época, estivesse sendo comandado por um regime ditatorial simpático ao modelo fascista (o Estado Novo getulista) dos Países do Eixo, acabou participando da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) junto aos adversários destes, os Países Aliados. Em fevereiro de 1942, submarinos alemães e italianos iniciaram o torpedeamento de embarcações brasileiras no oceano Atlântico em represália à adesão do Brasil aos compromissos da Carta do Atlântico (que previa o alinhamento automático com qualquer nação do continente americano que fosse atacada por uma potência extracontinental), o que tornava sua neutralidade apenas teórica.

Durante o ano de 1942, em meio a incentivos econômicos e pressão diplomática, os americanos instalaram bases aeronavais ao longo da costa Norte-Nordeste brasileira. Após meses de torpedeamento de navios mercantes brasileiros (21 submarinos alemães e dois italianos foram responsáveis pelo afundamento de 36 navios mercantes brasileiros, causando 1 691 náufragos e 1 074 mortes, o que foi o principal motivo que conduziu à declaração de guerra do Brasil à Alemanha e Itália)[1] a população foi às ruas e o Governo Brasileiro declarou guerra à Alemanha nazista e à Itália fascista, em agosto de 1942.

Sendo, na época, um país com uma população majoritariamente analfabeta, vivendo no campo, com uma economia com foco principal voltado para exportação de commodities, uma política internacional tradicionalmente isolacionista com eventuais alinhamentos automáticos contra "perturbadores da ordem e do comércio internacionais", sem uma infraestrutura industrial-médico-educacional que pudesse servir de sustentação material e humana ao esforço de guerra que aquele conflito exigia,[2] o Brasil não apenas se viu impedido de seguir uma linha de ação autônoma no conflito como encontrou dificuldades em assumir mesmo um modesto papel.[3] A Força Expedicionária Brasileira, por exemplo, teve sua formação definida na Conferência do Potengi, logo após a Conferência de Casablanca, mas sua criação foi protelada por um ano após a declaração de guerra.

No entanto, seu envio para a frente de batalha foi iniciado somente em julho de 1944, quase dois anos após a declaração. Tendo sido enviados cerca de 25 000 homens, de um total inicial previsto de 100 000. Mesmo com problemas na preparação e no envio, já na Itália, treinada e equipada pelos americanos, a Força Expedicionária Brasileira cumpriu as principais missões que lhe foram atribuídas pelo comando aliado.

Por fim, Natal, a capital do estado do Rio Grande do Norte, no nordeste brasileiro, possui uma posição estratégica geográfica global muito importante. Fato este, fez a cidade receber as duas principais bases militares americanas durante a Segunda Guerra Mundial: a Base Naval e Parnamirim Field - à época era a maior base da Força Aérea norte-americana em território estrangeiro.[4]

A cidade recebeu um contingente de 10.000 soldados norte-americanos para lutarem durante o conflito mundial.[5] Este fato mudou radicalmente a até então pequena capital, que à época possuía 55.000 habitantes. Mais do que uma importante participação durante o conflito armado mundial, a influência cultural dos americanos marcou para a sempre a cidade brasileira.

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  1. Ibidem. Seitenfus, 2000. Págs 314 a 317.
  2. Cytrynowicz, Roney "Guerra sem guerra" EDUSP, 2000 ISBN 8586028959; Capítulo 10 'A batalha da produção'
  3. Brayner, Floriano de Lima - "A verdade sôbre a FEB: Memórias de um chefe de Estado-Maior na Campanha da Itália, 1943-45" Ed. Civilização Brasileira, 1968
  4. «Natal na Segunda Guerra Mundial - Gênio da Lâmpada.com.br: História». geniodalampada.com. Consultado em 25 de setembro de 2010 
  5. «OS URBANITAS - Revista de Antropologia Urbana, Ano 5, v.5, nº 7, jul. 2008». aguaforte.com. Consultado em 25 de setembro de 2010 
  6. «Natal na Segunda Guerra Mundial - Gênio da Lâmpada.com.br: História». geniodalampada.com. Consultado em 25 de setembro de 2010 

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