Casamento entre pessoas do mesmo sexo na Espanha

Reconhecimento legal de
relacionamentos entre o mesmo sexo
Casamento
Reconhecido
  1. Entrará em vigor no dia 1 de janeiro de 2025
  2. Também pode ser registado em Aruba, Curaçao, e São Martinho
  3. Ainda não está em vigor. A determinar.
Portal LGBT

O casamento entre pessoas do mesmo sexo na Espanha é legal desde 3 de julho de 2005. Em 2004, o então recém-eleito governo socialista liderado pelo primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero, deu início a uma campanha pela legalização da prática, além da adoção homoparental.[1] Após muito debate, a lei permitindo o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovada pelas Cortes Generales — o parlamento bicameral da Espanha, composto pelo Senado e pelo Congresso dos Deputados — em 30 de junho de 2005, sendo publicada no Boletín Oficial del Estado, o diário oficial do país, em 2 de julho de 2005. A lei entrou em vigor no dia seguinte,[2] tornando a Espanha o terceiro país do mundo a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, após os Países Baixos e a Bélgica e 17 dias antes do Canadá.

A ratificação da lei não ocorreu sem conflitos, apesar do apoio de 66% da população.[3] Autoridades da Igreja Católica foram terminantemente contra a proposta, criticando-a como um enfraquecimento da instituição do casamento.[4] Outros grupos expressaram preocupação sobre a possibilidade de casais gays e lésbicos adotarem crianças.[5] Manifestações favoráveis e contrárias à lei atraíram milhares de pessoas de todas as partes da Espanha. Após a aprovação, o conservador Partido Popular questionou a lei no Tribunal Constitucional.[6]

Aproximadamente 4.500 casais homossexuais se casaram na Espanha durante o primeiro ano de vigência da lei.[7] Logo após a aprovação da lei, surgiram questões sobre o status legal do casamento entre espanhóis e não-espanhóis cujos países de origem não permitem o casamento homossexual. Uma decisão do Ministério da Justiça determinou que a legislação do país permite que um cidadão espanhol se case com um não-espanhol independentemente de a pátria de origem desse último reconhecer ou não a união como legítima.[8] Pelo menos um dos parceiros deve ser um cidadão espanhol, apesar de que dois não-espanhóis podem se casar se ambos tiverem visto de residência permanente na Espanha.

As eleições gerais de novembro de 2011 deram uma vitória esmagadora para o Partido Popular, que havia questionado a lei no Tribunal Constitucional. O líder do partido, Mariano Rajoy, disse que se opunha à legislação, mas que qualquer decisão revogando a lei só poderia ser tomada pelo Tribunal Constitucional.[9][10][11] Em 6 de novembro de 2012, a lei foi considerada constitucional pelo Tribunal, com 8 votos a favor e 3 contra.[12][13][14] O ministro da Justiça, Alberto Ruiz-Gallardón, anunciou que o governo vai respeitar a decisão e que a lei não será revogada.[15][16][17]

A Espanha é o país mais tolerante em relação à homossexualidade em todo o mundo. Apenas 6% dos espanhóis dizem que a homossexualidade é "moralmente inaceitável", ao passo que 55% a consideram "moralmente aceitável" e 38% dizem que a homossexualidade "não é uma questão moral".[18]

  1. Reuters (15 de abril de 2004). «Spain's new government to legalize gay marriage». SignonSanDiego.com. Consultado em 31 de março de 2013. Cópia arquivada em 13 de outubro de 2009 
  2. «Spain approves liberal gay marriage law». St. Petersburg Times. 1 de julho de 2005. Consultado em 31 de março de 2013 
  3. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome PlanOut
  4. «Spanish bishops decry legislation weakening marriage». Catholic World News. 20 de julho de 2005. Consultado em 31 de março de 2013 
  5. «Manifiesto del Foro de la Familia». 20 minutos. 18 de junho de 2005. Consultado em 31 de março de 2013 
  6. Thornberry, Malcolm (28 de outubro de 2005). «Spain's Highest Court Agrees To Hear Gay Marriage Challenge». 365gay.com. Consultado em 31 de março de 2013. Cópia arquivada em 31 de outubro de 2005 
  7. «Conservative mayor presides over gay wedding». Euronews. 30 de julho de 2006. Consultado em 31 de março de 2013 
  8. Reuters (9 de agosto de 2005). «Spain's same-sex marriage law applies to foreigners». The Advocate. Consultado em 31 de março de 2013 
  9. «Spain gay rights and abortion activists fear backlash». BBC. 25 de novembro de 2011. Consultado em 31 de março de 2013 
  10. «Factbox: Policies of Spain's People's Party». Reuters. 20 de novembro de 2011. Consultado em 31 de março de 2013 
  11. «Mariano Rajoy, New Spain Prime Minister, Opposes Same-Sex Marriage Law». Huffington Post. 28 de novembro de 2011. Consultado em 31 de março de 2013 
  12. Reinlein, Iciar; Morris, Sarah (6 de novembro de 2012). «Same-sex marriage upheld by Spain's highest court». Reuters. Consultado em 31 de março de 2013 
  13. Peral, María (6 de novembro de 2012). «Amplio respaldo del Tribunal Constitucional al matrimonio homosexual». El Mundo. Consultado em 31 de março de 2013 
  14. «Sentença» (PDF)  (PDF). Tribunal Constitucional de España. 6 de novembro de 2012. Página visitada em 31 de março de 2013.
  15. «Gallardón no tocará la ley vigente». El Mundo. 6 de novembro de 2012. Consultado em 31 de março de 2013 
  16. «Gallardón: El Gobierno "no modificará" la ley de matrimonio homosexual». El País. 7 de novembro de 2012. Consultado em 31 de março de 2013 
  17. «El Gobierno mantendrá el matrimonio homosexual tal y como lo ha validado el TC». Cuatro. 6 de novembro de 2012. Consultado em 31 de março de 2013 
  18. Pew Forum. «Homosexuality» 

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