Causas da Primeira Guerra Mundial

Os governantes da Alemanha, França, Rússia, Áustria-Hungria e do Reino Unido tentando manter a tampa do caldeirão fervente das tensões imperialistas e nacionalista nos Bálcãs para evitar uma grande guerra geral europeia. Eles foram bem sucedidos em 1912 e 1913, mas não tiveram sucesso em 1914.

Segundo estudos e análises históricas, os historiadores tendem a afirmar que as causas da Primeira Guerra Mundial - havendo explicações na economia, na psicologia social, no ramo da geopolítica e passando desde a escola liberal até a escola realista das relações internacionais[1][2][3][4] - são extremamente complexas, tendo sido debatidas desde 1926. A causa imediata apontada é o assassinato, em Sarajevo, do Arquiduque do Império Austro-Húngaro, Francisco Fernando, pelo nacionalista sérvio Gavrillo Princip.[5] Contudo, vários outros eventos contribuíram para o início do conflito.

Em 28 de junho de 1914, o Arquiduque Francisco Fernando, sobrinho do Imperador Francisco José I e herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro e sua esposa, Sofia, foram assassinados em Sarajevo, então parte do Império Austro-Húngaro. A conspiração envolveu Gavrilo Princip, um estudante sérvio que fazia parte de um grupo de quinze assaltantes que formavam o grupo Bósnia Jovem, que atuava em conjunto com o grupo ultranacionalista Mão Negra.[6] Mas a causa não foi a morte de Francisco Fernando, sendo esta apenas a "gota de água".

Imediatamente após o término da visita oficial à Rússia do presidente da França, Raymond Poincaré, passado quase um mês do assassinato, o conde Leopold Berchtold, ministro das Relações Exteriores do Império Austro-Húngaro, instigado por seu aliado, o Império Alemão, apresentou ao imperador Francisco José, em 21 de julho, um ultimato que chegou em Belgrado em 23 de julho. O ultimato continha várias requisições, uma delas era que o governo sérvio seria o responsabilizado pelo atentado e que agentes austríacos fariam parte das investigações. Esta última requisição acabou sendo negada pela Sérvia, já que constituía, na opinião do país, uma afronta a sua soberania.[7] Tal recusa sérvia também se deu pela esperança do apoio russo no caso de uma eventual guerra, pela política do Pan-eslavismo. Com isso, o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia em 28 de julho. Os russos então mobilizaram suas tropas em apoio aos sérvios. Inicialmente fora apenas uma mobilização parcial em direção à fronteira Austro-Húngara. Em 31 de julho, após o alto comando militar russo ter dito ao Império que tal movimentação era logisticamente impossível, uma mobilização geral foi ordenada. O Plano Schlieffen, estratégia militar alemã, previa um rápido ataque à Rússia, aliada da França, enquanto suas tropas ainda estivessem no início da mobilização para evitar um ataque ao oeste.[8] Portanto, a Alemanha declarou guerra à Rússia em 1º de agosto e à França dois dias depois, invadindo imediatamente Luxemburgo e Bélgica para dominar fortificações ao longo da fronteira francesa.[6] A invasão da Bélgica levou à declaração de guerra britânica contra a Alemanha em 4 de agosto.[5]

Apesar de a Primeira Guerra Mundial ter sido desencadeada por uma série de acontecimentos subsequentes ao assassinato do arquiduque, as causas da guerra são muito mais profundas,[9] envolvendo uma série de questões políticas, culturais e econômicas, além de uma complexa teia de alianças que se desenvolveram entre as diferentes potências europeias ao longo do século XIX, após a derrota final de Napoleão Bonaparte, em 1815, e o Congresso de Viena.[8]

Algumas das principais causas para o início do conflito foram:[6]

  • Imperialismo;
  • Partilha da África;
  • Disputas prévias não resolvidas;
  • Um complexo sistema de alianças;
  • Governos não-unificados;
  • Atrasos e discrepâncias nas comunicações diplomáticas;
  • Corrida armamentista;
  • Planejamento militar rígido;
  • Movimentos Ultranacionalistas, como o Irredentismo.
  1. Joseph A. Schumpeter, Imperialism and Social Classes, com a introdução de Bert Hoselitz, traduzido do alemão para o inglês por Heinz Norden (Nova York: Meridian Books, 1919; 1927 [1955])
  2. Barbara Wertheim Tuchman, The Guns of August (Nova York: Macmillan, 1962)
  3. Barbara Wertheim Tuchman, The Proud Tower: A Portrait of the World Before the War, 1890-1914 (Nova York: Macmillan, 1966)
  4. Paul M. Kennedy, The Rise and Fall of the Great Powers (Nova York: Random House, 1987), Capítulo. 5
  5. a b Túlio Vilela. «1ª Guerra Mundial (1)». UOL Educação. Consultado em 30 de junho de 2012 
  6. a b c Ruth B. Henig (2002). The origins of the First World War (em inglês). Londres: Routledge. ISBN 0-415-26205-4 
  7. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome InfoEscola
  8. a b David Fromkin (2004). Europe's last summer: who started the Great War in 1914? (em inglês). Nova Iorque: [s.n.] pp. 260–62. ISBN 978-0-375-41156-4 
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