Cisnormatividade

Cisnormatividade (por vezes abreviado a cisnorma)[1] é a suposição de que todas as pessoas são, ou deveriam ser, cisgênero. O termo pode ainda referir-se a uma gama mais ampla de presunções sobre designação de gênero, tais como a presunção de um gênero binário, ou expectativas de conformidade com os papéis de gênero, mesmo quando as identidades trans são reconhecidas de outra forma. A cisnormatividade é uma forma de cisgenerismo, uma ideologia que promove várias ideias normativas sobre gênero, até à invalidação das próprias identidades de gênero dos indivíduos, análoga ao heterossexismo ou capacitismo. Esse tipo de suposição está integrada no cissexismo, relacionado com a transfobia.[2]

A cisnormatividade está difundida na sociedade. Manifesta-se na fala como uma separação entre pessoas cisgênero e transgênero, onde os indivíduos cisgênero são considerados “normais” e as pessoas trans, uma exceção. A legislação cisnormativa pode exigir diagnósticos de saúde mental ou esterilização como pré-condição para o reconhecimento legal da identidade de gênero de uma pessoa trans, e a cisnormatividade nos cuidados de saúde faz com que as pessoas trans tenham dificuldades em encontrar médicos competentes nos cuidados de saúde para transgêneros ou sejam forçadas a serem segregadas por sexo a espaços em que se sentem desconfortáveis. Isto faz com que algumas pessoas transexuais evitem cuidados médicos ou evitem revelar o sua transgeneridade aos profissionais.[3]

A cisnormatividade está intimamente ligada à heteronormatividade. A combinação dos dois, denominada heterocisnormatividade, representa a visão socialmente dominante de que sexo, gênero e orientação sexual são todos congruentes.[4]

  1. Camilo, Bonassi, Brune (2017). «Cisnorma: acordos societários sobre o sexo binário e cisgênero». Consultado em 17 de setembro de 2023 
  2. Pontes, Júlia Clara de; Silva, Cristiane Gonçalves da (2017). «Cisnormatividade e passabilidade: deslocamentos e diferenças nas narrativas de pessoas trans». Revista Periódicus (8): 396–417. ISSN 2358-0844. doi:10.9771/peri.v1i8.23211. Consultado em 5 de setembro de 2023 
  3. Bagagli, Beatriz Pagliarini (15 de julho de 2016). «A diferença trans no gênero para além da patologização». Revista Periódicus (5): 87–100. ISSN 2358-0844. doi:10.9771/peri.v1i5.17178. Consultado em 5 de setembro de 2023 
  4. Santos, Armando Januário dos (14 de fevereiro de 2023). «Vidas e amores para além da heterocisnormatividade nas experiências de travestis e mulheres transexuais». Consultado em 5 de setembro de 2023 

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