Diabetes mellitus

Diabetes mellitus
Diabetes mellitus
Círculo azul, símbolo universal da diabetes
Especialidade Endocrinologia
Sintomas Micção frequente, sede excessiva, fome excessiva[1]
Complicações Cetoacidose diabética, coma hiperosmolar hiperglicémico, doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, doença renal crónica, úlceras no pé[1][2]
Tipos Diabetes do tipo 1, diabetes do tipo 2, diabetes gestacional
Método de diagnóstico Níveis elevados de glicose no sangue[1]
Tratamento Dieta saudável, exercício físico[1]
Medicação Insulina, metformina[1][3]
Frequência 415 milhões (8,5%)[1][4]
Mortes 1,5–5 milhões/ano[4][5]
Classificação e recursos externos
CID-10 E10E14
CID-9 250
CID-11 465177735
MedlinePlus 001214
eMedicine med/546 emerg/134
MeSH D003920
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Diabetes mellitus, ou simplesmente diabetes, é um grupo de doenças metabólicas em que se verificam níveis elevados de glicose no sangue durante um longo intervalo de tempo.[6] A elevada quantidade de glicose no sangue pode provocar sintomas, como poliúria (urinar em excesso),[7] polidipsia (sensação excessiva de sede) e polifagia (sensação excessiva de fome), mas também pode ser silenciosa, sem gerar nenhum sintoma.[8] Quando não é tratada, a diabetes pode causar várias complicações.[1] Entre as complicações agudas estão a cetoacidose, coma hiperosmolar hiperglicémico ou morte.[9] Entre as complicações a longo prazo estão doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais, doença renal crónica, úlceras no pé e retinopatia diabética.[1]

A diabetes é o resultado quer da produção insuficiente de insulina pelo pâncreas, quer da resposta inadequada das células do corpo à insulina produzida.[10] Existem três tipos principais de diabetes:[1]

  • A diabetes mellitus tipo 1 resulta da produção de quantidade insuficiente de insulina pelo pâncreas. Este tipo era anteriormente denominado "diabetes insulino-dependente". As causas são desconhecidas.[1]
  • A diabetes mellitus tipo 2 tem origem na resistência à insulina, uma condição em que as células do corpo não respondem à insulina de forma adequada.[1] À medida que a doença avança, pode também desenvolver-se insuficiência na produção de insulina.[11] Este tipo era anteriormente denominado "diabetes não insulino-dependente". A principal causa é peso excessivo e falta de exercício físico.[1]
  • A diabetes gestacional é a condição em que uma mulher sem diabetes apresenta níveis elevados de glicose no sangue durante a gravidez.[1]

Tanto a prevenção como o tratamento da diabetes consistem em manter uma dieta saudável, praticar regularmente exercício físico, manter um peso normal e abster-se de fumar. Em pessoas com a doença, é importante controlar a pressão arterial e manter a higiene dos pés. A diabetes do tipo 1 deve ser tratada com injeções regulares de insulina.[1] A diabetes do tipo 2 pode ser tratada com medicamentos por via oral como metformina e glibenclamida, com ou sem insulina.[5] Tanto a insulina como alguns medicamentos por via oral podem causar baixos níveis de glicose no sangue.[12] Em pessoas obesas com diabetes do tipo 2, a cirurgia de redução do estômago pode ser uma medida eficaz.[13] A diabetes gestacional geralmente resolve-se por si própria após o nascimento do bebé. No entanto, se não for tratada durante a gravidez pode ser a causa de várias complicações para a mãe e para o bebé.[14]

Estima-se que em 2015 cerca de 415 milhões de pessoas em todo o mundo tivessem diabetes.[4] Cerca de 90% dos casos eram diabetes do tipo 2,[15][16] o que corresponde a 8,3% da população adulta.[16] A doença afeta em igual proporção mulheres e homens.[17] Em 2014, a tendência sugeria que a prevalência continuaria a aumentar.[18] A diabetes aumenta pelo menos duas vezes o risco de morte prematura.[1] Entre 2012 e 2015, a diabetes foi a causa de entre 1,5 e 5 milhões de mortes anuais.[4][5] Estima-se que em 2014 o custo económico global da doença tenha sido de 612 mil milhões de dólares.[19]

  1. a b c d e f g h i j k l m n o «Diabetes Fact sheet N°312». WHO. Outubro de 2013. Consultado em 25 de março de 2014. Cópia arquivada em 26 de agosto de 2013 
  2. Kitabchi, AE; Umpierrez, GE; Miles, JM; Fisher, JN (julho de 2009). «Hyperglycemic crises in adult patients with diabetes.». Diabetes Care. 32 (7): 1335–43. PMC 2699725Acessível livremente. PMID 19564476. doi:10.2337/dc09-9032 
  3. Ripsin CM, Kang H, Urban RJ (2009). «Management of blood glucose in type 2 diabetes mellitus» (PDF). American Family Physician. 79 (1): 29–36. PMID 19145963. Cópia arquivada (PDF) em 5 de maio de 2013 
  4. a b c d «Update 2015». IDF. International Diabetes Federation. p. 13. Consultado em 21 de Março de 2016 
  5. a b c «The top 10 causes of death Fact sheet N°310». World Health Organization. Outubro de 2013 
  6. «About diabetes». World Health Organization. Consultado em 4 de abril de 2014. Arquivado do original em 31 de março de 2014 
  7. «Poliuria - Distúrbios geniturinários». Manuais MSD edição para profissionais. Consultado em 30 de janeiro de 2023 
  8. «Diabetes melito (DM) - Distúrbios endócrinos e metabólicos». Manuais MSD edição para profissionais. Consultado em 31 de janeiro de 2023 
  9. Kitabchi, AE; Umpierrez, GE; Miles, JM; Fisher, JN (julho de 2009). «Hyperglycemic crises in adult patients with diabetes.». Diabetes Care. 32 (7): 1335–43. PMC 2699725Acessível livremente. PMID 19564476. doi:10.2337/dc09-9032 
  10. Shoback, edited by David G. Gardner, Dolores (2011). «Chapter 17». Greenspan's basic & clinical endocrinology 9th ed. New York: McGraw-Hill Medical. ISBN 0-07-162243-8 
  11. RSSDI textbook of diabetes mellitus. Rev. 2nd ed. New Delhi: Jaypee Brothers Medical Publishers. 2012. p. 235. ISBN 9789350254899 
  12. Rippe, edited by Richard S. Irwin, James M. (2010). Manual of intensive care medicine 5th ed. Philadelphia: Wolters Kluwer Health/Lippincott Williams & Wilkins. p. 549. ISBN 9780781799928 
  13. Picot, J; Jones, J; Colquitt, JL; Gospodarevskaya, E; Loveman, E; Baxter, L; Clegg, AJ (setembro de 2009). «The clinical effectiveness and cost-effectiveness of bariatric (weight loss) surgery for obesity: a systematic review and economic evaluation». Health Technology Assessment (Winchester, England). 13 (41): 1–190, 215–357, iii–iv. PMID 19726018. doi:10.3310/hta13410 
  14. Cash, Jill (2014). Family Practice Guidelines 3rd ed. [S.l.]: Springer. p. 396. ISBN 9780826168757 
  15. Williams textbook of endocrinology 12th ed. Philadelphia: Elsevier/Saunders. pp. 1371–1435. ISBN 978-1-4377-0324-5 
  16. a b Shi, Yuankai; Hu, Frank B (7 de junho de 2014). «The global implications of diabetes and cancer». The Lancet. 383 (9933): 1947–8. PMID 24910221. doi:10.1016/S0140-6736(14)60886-2 
  17. Vos T, Flaxman AD, Naghavi M, Lozano R, Michaud C, Ezzati M, Shibuya K, Salomon JA, Abdalla S, Aboyans V, et al. (15 de dezembro de 2012). «Years lived with disability (YLDs) for 1160 sequelae of 289 diseases and injuries 1990–2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010.». Lancet. 380 (9859): 2163–96. PMID 23245607. doi:10.1016/S0140-6736(12)61729-2 
  18. «Annual Report 2014» (PDF). IDF. International Diabetes Federation. Consultado em 13 de julho de 2016. Arquivado do original (PDF) em 17 de outubro de 2016 
  19. IDF DIABETES ATLAS (PDF) 6th ed. [S.l.]: International Diabetes Federation. 2013. p. 7. ISBN 2930229853. Consultado em 19 de agosto de 2016. Arquivado do original (PDF) em 9 de junho de 2014 

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