Ecologia comportamental

Ecologia pode ser entendida como o estudo das relações dos organismos vivos entre si e com o ambiente. Entendendo-se estas relações como de duplo sentido, ou seja, organismos afetam e são afetados uns pelos outros, assim como afetam o ambiente e são por ele afetados. A Ecologia Comportamental é considerada o estudo das origens evolutivas do comportamento animal devido às pressões ecológicas. Em que, baseando nos estudos desse tipo de comportamento forma-se uma ponte entre os aspectos moleculares e fisiológicos da biologia e da ecologia. Ou seja, o comportamento é a ligação entre os organismos e o ambiente e é uma das propriedades mais importantes da vida animal, pois apresenta um papel fundamental nas adaptações das funções biológicas.[1]

O comportamento representa a parte de um organismo por meio do qual ele se interage com o ecossistema ( Charles T. Snowdon. 1999). E portanto, dentro desse aspecto, a ecologia comportamental é tida como um ramo da Etologia (do grego: ἦθος ethos, "hábito" ou "costumeiro" e -λογία -logia, "estudo", ou seja, é a especialidade da biologia que estuda o comportamento animal).[2] Sendo que esse campo somente veio a ser classificado e especificado dessa forma após os estudos e aperfeiçoamentos de Niko Tinbergen que  publicou um de seus artigos mais importantes denominado “On aims and methods of ethology” (Tinberguen, 1963) (“Sobre os objetivos e métodos da Etologia”). E que, o principal escopo do autor era discutir as questões epistemológica da Etologia e abordar diferentes níveis de análise dentro desse campo, onde mais tarde, portanto foram denominados “as quatro questões de Tinbergen”,[3] que consistiam na causação, desenvolvimento, função e filogenia: (1) Qual é a causa fisiológica? (2) Qual é a função ou valor da sobrevivência? (3) Como isso evoluiu com o tempo? (4) Como ele se desenvolveu no indivíduo? Onde, segundo ele, é necessário abordar tais questões de forma equilibrada para que a ecologia comportamental florescesse.[4]

Um organismo que possui alguma característica que dá alguma vantagem adaptativa em um novo ambiente, será favorecido pela seleção natural. Isto foi originalmente proposto pela teoria da seleção natural de Charles Darwin. Portanto, isto se refere a benefícios obtidos, em termos de sobrevivências e reprodução, pela característica em questão. Diferenças genéticas nos indivíduos levam a diferenças comportamentais que se tornam diferenças em adaptação, sucesso reprodutivo e evolução.

  1. Manson, J. B. (2008). Ecologia comportamental. Boston: McGraw-Hill Higher Education 
  2. Snowdon, Charles T. (1999). O significado da pesquisa em Comportamento Animal. [S.l.]: Universidade de Wisconsin 
  3. «Biologia e Análise do Comportamento: Diálogos sobre Causalidade – Parte 2: Nikolaas Tinbergen» 
  4. R. W. BURKHARDT, Jr. (2010). «Niko Tinbergen» (PDF). Elsevier 

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