Eletronegatividade

Em química, eletronegatividade é a medida relativa da força de atração que um átomo (ou um grupo funcional) exerce sobre o par de elétrons envolvidos em uma ligação química, normalmente covalente.[1]

J. J. Berzelius, em 1811, definiu como eletronegatividade a capacidade que um átomo tem de atrair para ele elétrons.[2] Enquanto para Atkins e Silver definem como a capacidade de um átomo atrair elétrons quando faz parte de um composto.[3]

Allred e Rochow relacionaram eletronegatividade com a atração entre núcleo e elétrons, assim quanto maior a eletronegatividade de um átomo, maior será a atração entre o núcleo e seus elétrons. Logo, quanto maior a eletronegatividade, maior será a afinidade eletrônica.[2]

Analisando as ligações químicas entre dois elementos, a maioria das ligações encontra-se como intermediária entre dois limites extremos: uma ligação iônica e uma ligação covalente apolar. Em uma ligação iônica, o elétron é transferido de um átomo para o outro, não sofrendo mais a influência do primeiro. Já em uma ligação covalente apolar, o elétron sofre a atração de dois átomos do mesmo elemento químico e, portanto, com mesma intensidade.

Uma medida qualitativa da ionicidade de uma ligação química é fornecida por meio de uma escala de eletronegatividade, também denominada de caráter ametálico, é uma propriedade periódica que mede a tendência de um átomo, de uma ligação química, em ganhar elétrons. Esta escala foi inicialmente proposta por Linus Pauling como resultado de seus estudos sobre energias de ligação. Posteriormente, Mulliken definiu numericamente a eletronegatividade E em termos da energia de ionização I e da afinidade eletrônica A mediante a equação:[4]

Com as parcelas expressas em elétron-volts (eV) obtemos a tabela para as eletronegatividades dos elementos exibida ao fim deste artigo, com valores também expressas em elétron-volts.

Em uma ligação entre dois átomos, o átomo com maior eletronegatividade será o ânion. A diferença entre as eletronegatividades dos dois átomos é uma medida da ionicidade da ligação, e, se este valor for superior a 1,7eV, a ligação será predominantemente iônica.[5]

  1. Feltre, Ricardo (2004). Química. Volume 1. 6.ª ed. São Paulo: Moderna. 384 páginas 
  2. a b SANTOS, C.M.A.; SILVA, R.A.G.; WARTHA, E.J. O conceito de eletronegatividade na Educação Básica e no Ensino Superior. Quim. Nova, Vol. 34, No. 10, 1846-1851, 2011.
  3. SHRIVER, D.F.; ATKINS, P.W. Inorganic Chemistry, 3th ed. Oxford University Press, 1999.
  4. Conforme definido em Ibach, Harald; Lüth, Hans - Solid-State Physics, pág. 9
  5. Musa, Sarhan M. (19 de dezembro de 2017). Computational Finite Element Methods in Nanotechnology (em inglês). [S.l.]: CRC Press 

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