Epidemiologia

Epidemiologia (do grego. epi "sobre" demos "povo" logos "estudo"), ou a ciência das epidemias,[1] propõe-se estudar quantitativamente a distribuição dos fenômenos de saúde/doença, e seus fatores condicionantes e determinantes, nas populações humanas.[2][3]

A epidemiologia, portanto, é um campo da ciência que trata dos vários fatores genéticos, sociais ou ambientais e condições derivados de exposição microbiológica, tóxica, traumática, etc. que determinam a ocorrência e a distribuição de saúde, doença, defeito, incapacidade e morte entre os grupos de indivíduos.[4]

Sumariamente a definição de epidemiologia é o estudo da distribuição das doenças e seus determinantes. Como observa Almeida Filho (1989)[5] o termo distribuição está contido no termo população e o processo determinação está associado à delimitação da doença que, por sua vez, abrange concepções derivadas da prática clínica e próprias da epidemiologia. O estudo do processo saúde-doença através do método epidemiológico possui uma dimensão de determinação social, e como se sabe, as sociedades estão sujeitas a leis próprias, cuja explicação ultrapassa as possibilidades do método clínico.[6][7]

Entendem-se determinantes sociais de saúde como as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população, que estão relacionadas com sua situação de saúde. Cabe à epidemiologia descritiva a avaliação da frequência ou distribuição das enfermidades e à epidemiologia analítica o estudo dos fatores (causais) que explicam tal distribuição, relacionando uma determinada situação de saúde, ou seja, as desigualdades dos níveis de saúde entre grupos populacionais, com a eficácia das intervenções realizadas no âmbito da saúde pública, ou mesmo identificando suas causas no modo como tais iniquidades são produzidas, na forma como a sociedade se organiza e desenvolve.[2][8][9][10]

Taxas de mortalidade infantil a nível mundial (2000-2006)
  1. SOUNIS, Emílio. Epidemiologia geral 2 v. PR, Editora da Fundação da Universidade do Paraná; SP, Atheneu, 1985, V 1 p.5
  2. a b MACMAHON B.; PUGH, T.F. Princípios y métodos de epidemiologia. México, La Prensa Médica Mexicana, 1975.
  3. Rouquayrol MZ, Almeida Filho N. Epidemiologia e Saúde. BR, Rio de Janeiro: MEDSI, 2003
  4. LEAVELL Hugh R.; CLARK, Edwin G. Medicina Preventiva. SP, McGraw-Hill do Brasil, RJ FENAME, 1978
  5. ALMEIDA FILHO, Naomar. Epidemiologia sem números, uma introdução crítica à ciência epidemiológica. RJ: Campus, 1989. ISBN 85-7001-550-X p.9
  6. GRANDA, Edmundo; BREILH, Jaime. Saúde na sociedade. SP: Cortez: Instituto de Saúde; RJ: ABRASCO, 1989 ISBN 85-249-0200-0 p.15
  7. BARATA, Rita Barradas. Epidemiologia social. Rev. bras. epidemiol., São Paulo , v. 8, n. 1, p. 7-17, Mar. 2005 . Available from <scielo.br>. access on 18 Oct. 2015. dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2005000100002.
  8. DEVER, G. E. Alan. A epidemiologia na administração dos serviços de saúde. SP, Pioneira, 1988
  9. BUSS, Paulo Marchiori; PELLEGRINI FILHO, Alberto. A saúde e seus determinantes sociais. Physis, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 77-93, Apr. 2007. Available from <scielo.br>. access on 18 Oct. 2015. dx.doi.org/10.1590/S0103-73312007000100006.
  10. PAIM, Jairnilson Silva. Saúde e estrutura social: introdução ao estudo dos determinantes sociais da saúde. in: SILVA, Lígia Maria Vieira da (org.). Saúde coletiva: textos didáticos. Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBA, 1994

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