Escola de samba

Escola de samba é um tipo de agremiação de cunho popular que se caracteriza pelo canto e dança do samba, quase sempre com intuito competitivo.[1] Sendo um tipo de associação originária da cidade do Rio de Janeiro, as escolas de samba se apresentam em espetáculos públicos,[1] em forma de cortejo, onde representam um enredo, ao som de um samba-enredo, acompanhado por uma bateria; seus componentes — que podem ser algumas centenas ou até milhares — usam fantasias alusivas ao tema proposto, sendo que a maioria destes desfila a pé e uma minoria desfila sobre "carros", onde também são colocadas esculturas de papel machê, além de outros adereços.[1][2]

As escolas de samba mais conhecidas são as da cidade do Rio de Janeiro e sua região metropolitana, que desfilam no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, e as de São Paulo, que desfilam no Sambódromo paulistano.[1] Essas escolas realizam um espetáculo considerado suntuoso, que atrai turistas de várias partes do mundo. Porém, há escolas de samba em quase todos os estados brasileiros e em muitos países do mundo.[3][4] São consideradas uma das principais, se não a principal vitrine do carnaval brasileiro,[5] e vêm ganhando cada vez mais um aspecto cênico, com alguns componentes executando dramatizações teatrais ou coreografias.[6][7][8][9]

A expressiva maioria das escolas de samba, principalmente as do Rio de Janeiro, possui em sua denominação a expressão "Grêmio Recreativo Escola de Samba" (representada pela sigla GRES) antes do seu nome propriamente dito. Em São Paulo é também comum a sua derivação "Grêmio Recreativo Cultural e Escola de Samba". Há exceções, como a "Sociedade" Rosas de Ouro e a tradicional "Agremiação Recreativa e Escola de Samba" Vizinha Faladeira.[10] Essa padronização nas nomenclaturas das entidades surgiu em 1935, quando as agremiações carnavalescas cariocas foram obrigadas a tirar um alvará na Delegacia de Costumes e Diversões para poderem desfilar. O delegado titular, Dulcídio Gonçalves, decidido a dar um aspecto de maior organização aos desfiles de escolas de samba, negou-se a conceder o alvará para associações com nomes considerados esdrúxulos, razão pela qual a GRES Portela teve que mudar para o nome atual, ao invés do anterior Vai Como Pode.[11]

Ao contrário da Rose Parade, um evento cultural americano, na qual a maior parte do trabalho é feita por profissionais de elevado custo,[12] o desfile de cada escola de samba é um trabalho considerado comunitário. Muito além de um grupo musical, as escolas frequentemente tornaram-se associações de bairro que cobrem a problemática social das comunidades que elas representam (tais como recursos educacionais e de cuidados médicos).[13]

  1. a b c d Matheus Pimentel (8 de fevereiro de 2018). «Escolas de samba: de ícone da cultura à crise de identidade». Nexo Jornal. Consultado em 9 de fevereiro de 2018. Cópia arquivada em 9 de fevereiro de 2018 
  2. Sambariocarnaval.com.br. «Como funciona o carnaval». Consultado em 5 de janeiro de 2009 
  3. Academia do Samba. «Academia do Samba - escolas do Brasil». Consultado em 3 de janeiro de 2009 
  4. Academia do Samba. «Academia do Samba - escolas do Mundo». Consultado em 3 de janeiro de 2009  ver também Lista de escolas de samba
  5. Blumar.com.br. «Carnaval do Brasil». Consultado em 3 de janeiro de 2009 
  6. Folha de S.Paulo. «Desfile teatral racha carnavalescos do Rio». Consultado em 3 de janeiro de 2009 
  7. Liga das Escolas de Samba de São Paulo. «O manual do julgador» (PDF). Consultado em 2 de março de 2014 
  8. Band.com.br. «Carnavalesco da União da Ilha enaltece enredo». Consultado em 16 de janeiro de 2013 
  9. Band.com.br. «Portela seleciona integrantes para alas com coreografia e encenação nesta quarta (21)». Consultado em 27 de janeiro de 2017 
  10. Revista Superinteressante. «Revista Super Interessante, edição mensal de fevereiro de 1996, págs. 32-37». Consultado em 5 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 7 de fevereiro de 2009 
  11. FERNANDES, Nélson da Nóbrega. Escolas de Samba: sujeitos celebrantes e objetos celebrados - pág. 94 (112 do e-book)
  12. Rose Parade. «Tournament Rose History». Rose Parade. Consultado em 25 de agosto de 2014 
  13. G1 (30 de janeiro de 2013). «Projeto social transforma ateliê da Vila Isabel em fábrica de fantasias». G1. Consultado em 25 de agosto de 2014 

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