Existencialismo

 Nota: Não confundir com Essencialismo.
No sentido horário a partir do canto superior esquerdo: Søren Kierkegaard, Fyodor Dostoevsky, Jean-Paul Sartre, Friedrich Nietzsche

O existencialismo é uma forma de investigação filosófica que explora o problema da existência humana e centra-se na experiência vivida do indivíduo que pensa, sente e age.[1][2][3] Na visão do existencialista, o ponto de partida do indivíduo foi chamado de "angústia existencial", uma sensação de pavor, desorientação, confusão ou ansiedade diante de um mundo aparentemente sem sentido ou absurdo.[4] Os pensadores existencialistas frequentemente exploram questões relacionadas ao significado, propósito e valor da existência humana.[5]

O existencialismo está associado a vários filósofos europeus dos séculos XIX e XX que compartilharam uma ênfase no sujeito humano, apesar de profundas diferenças doutrinárias.[6][3][7]

O dinamarquês Søren Kierkegaard é, geralmente, considerado o primeiro filósofo existencialista.[6][8][9] Nos escritos de Kierkegaard pode-se encontrar conceitos que se tornaram conceitos-chave para a literatura existencialista, tais como ansiedade, desespero, liberdade, pecado, multidão e doença.[10] Ele propôs que cada indivíduo, não a sociedade ou religião, é o único responsável por dar sentido à vida e vivê-la com paixão e sinceridade, ou "autenticamente".[11][12]

Seguindo o dinamarquês, autores existencialistas procuraram desenvolver um novo tipo de filosofia que fosse mais em contato com os problemas reais da vida e da existência humana, rejeitando o que eles consideravam como análise conceitual abstrata por si só.[10][13][14] Parte da crítica de Kierkegaard à tradição da filosofia alemã era sua rejeição do que ele considerava como sua forma árida de escrita. Em vez disso, ele escrevia diferentes tipos de gêneros, a fim de encontrar uma expressão adequada para o seu pensamento e também para se distanciar da tradição dominante.[10] Muitas das principais figuras do movimento existencialista, como Albert Camus, Sartre, Miguel de Unamuno, e Simone de Beauvoir passaram a apresentar suas ideias em formas literárias e não apenas tratados filosóficos.[10]

O existencialismo influenciou muitas áreas para além da filosofia, incluindo teologia, drama, arte, literatura e psicologia.[15]

  1. Flynn, Thomas (2006). Existentialism - A very short introduction [Existencialismo - uma curta introdução] (em inglês). Nova Iorque: Imprensa da universidade de Oxford. p. 11. ISBN 0-19-280428-6 
  2. Lavrin, Janko (1971). Nietzsche: A biographical introduction [Nietzsche: uma introdução biográfica]. [S.l.]: Charles Scribner's sons. p. 43 
  3. a b Macquarrie, John (1972). Existentialism [Existencialismo]. Nova Iorque: Penguin. pp. 14 e 15 
  4. Solomon, Robert C. (1974). Existentialism [Existencialismo]. [S.l.]: McGraw-Hill. pp. 1 e 2 
  5. Richard K. James (27 de julho de 2007), Crisis intervention strategies [Estratégias de intervenção de crise], ISBN 9780495100263 
  6. a b Crowell, Steven (outubro de 2010). «Existentialism» [Existentialismo]. Enciclopédia de filosofia Stanford (em inglês) 
  7. Honderich, Ted, ed. (1995). Oxford companion to philosophy [Companheiro de Oxford para a filosofia] (em inglês). Nova Iorque: Imprensa da universidade de Oxford. p. 259 
  8. Marino, Gordon (2004). Basic writings of existentialism [Escritos básicos do existencialismo] (em inglês). [S.l.]: Modern library. pp. 9, 3 
  9. McDonald, William. «Søren Kierkegaard». In: Edward N. Zalta. Enciclopédia de filosofia Stanford (edição do verão de 2009) 
  10. a b c d STEWART, Jon Bartley (Ed.). Kierkegaard and existentialism. Ashgate Publishing, Ltd., 2011. Prefácio, pp 9-11
  11. Watts, Michael (2003). Kierkegaard. [S.l.]: Oneworld. pp. 4 à 6 
  12. Lowrie, Walter (1969). Kierkegaard's attack upon "Christendom" [O ataque de Kierkegaard à "cristandade"]. [S.l.]: Princeton. pp. 37 à 40 
  13. Breisach, Ernst (1962). Introduction to modern existentialism [Introdução ao existencialismo moderno]. Nova Iorque: Grove press. p. 5 
  14. Kaufmann, Walter (1956). Existentialism: from Dostoyevesky to Sartre [Existencialismo: de Dostoyevesky à Sartre]. Nova Iorque: Meridian. p. 12 
  15. Guignon, Charles B.; Pereboom, Derk (2001). Existentialism: basic writings [Existencialismo: escritos básicos]. [S.l.]: Hackett Publishing. p. 13. ISBN 9780872205956 

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