Falibilismo

Falibilismo (do latim, fallibilis, que pode falhar, errar) é o princípio filosófico de que os seres humanos podem estar errados sobre suas crenças, expectativas ou sua compreensão do mundo e ainda assim se justificarem na realização de suas crenças incorretas.[1] No sentido mais comumente utilizado do termo, consiste em estar aberto a novas evidências de que iria contestar alguma posição ou crença anteriormente detida e no reconhecimento de que "qualquer afirmação justificada hoje pode precisar ser revista ou posta à luz de novas evidências, argumentos e experiências."[2] Esta posição é tida como certa na ciência natural.[3]

Em outro sentido, refere-se à consciência do "grau em que as nossas interpretações, avaliações, práticas e tradições estão temporalmente indexadas" e sujeitas ao (possivelmente arbitrários) fluxo histórico e mudanças.[4] Esse "tempo-resposta" do falibilismo consiste em uma abertura para a confirmação de uma possibilidade que se antecipa ou se espera no futuro.[5]

Alguns falibilistas argumentam que a certeza absoluta sobre ter conhecimento é impossível. Como uma doutrina formal, o falibilismo é mais fortemente associado a Charles Sanders Peirce, John Dewey e outros pragmáticos, que o usaram em seus ataques contra o fundamentalismo. No entanto, o falibilismo já esteve presente na visão de filósofos antigos adeptos do ceticismo filosófico, incluindo o filósofo Pirro de Élis. O Falibilismo está relacionado com o Pirronismo desde que os pirrônicos da história são muitas vezes referidos como falibilistas e os falibilistas modernos referidos como pirrônicos.[6][7]

  1. "O falibilismo paira entre o modesto pensamento de que qualquer teoria pode estar errada e a proposição de que toda teoria mostrará, em algum momento, estar errada."Anthony O'Hear (1997). Karl Popper: filosofia e problemas. [S.l.]: Fundação Editora da UNESP. p. 251. ISBN 978-85-7139-159-8 
  2. Nikolas Kompridis, "Two kinds of fallibilism", Critique and Disclosure (Cambridge: MIT Press, 2006), 180.
  3. Kuhn, Thomas S. The Structure of Scientific Revolutions. 3rd ed. Chicago, IL: University of Chicago Press, 1996 (em inglês)
  4. "O falibilismo opera com a a ideia de um conhecimento que, se é minimanente capaz de fundamente, é maximamente capaz de progresso."Julio Cesar R. Pereira (1995). Popper as Aventuras Da Racionalidade. [S.l.]: Andres Bello. p. 66. GGKEY:RZGQ8D96XKW 
  5. Nikolas Kompridis, "Two kinds of fallibilism", Critique and Disclosure (Cambridge: MIT Press, 2006), 181. (em inglês)
  6. Powell, T.C. (2001), Fallibilism and Organizational Research: The Third Epistemology, Journal of Management Research, 4, 201-219. (em inglês)
  7. Thorsrud, Harold (2004), Ancient Greek Skepticism, Internet Encyclopedia of Philosophy. (em inglês)

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