Feminismo

Feminismo é um conjunto de movimentos políticos, sociais, ideologias e filosofias que têm como objetivo comum: direitos equânimes (iguais) e uma vivência humana por meio do empoderamento feminino, dos direitos das mulheres e da libertação de padrões patriarcais, baseados em normas de gênero. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias que advogam pela igualdade entre homens e mulheres, além de promover os direitos das mulheres e seus interesses.[1][2][3][4][5] De acordo com Maggie Humm e Rebecca Walker, a história do feminismo pode ser dividida em três "ondas".[4][6] A primeira teria ocorrido no século XIX e início do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e 1970 e a terceira na década de 1990 até a atualidade.[7] A teoria feminista surgiu destes movimentos femininos[8][9] e se manifesta em diversas disciplinas como a geografia feminista, a história feminista e a crítica literária feminista.

O feminismo alterou principalmente as perspectivas predominantes em diversas áreas da sociedade ocidental, que vão da cultura ao direito. As ativistas femininas fizeram campanhas pelos direitos legais das mulheres (direitos de contrato, direitos de propriedade, direitos ao voto), pelo direito da mulher à sua autonomia e à integridade de seu corpo, pelos direitos ao aborto e pelos direitos reprodutivos (incluindo o acesso à contracepção e a cuidados pré-natais de qualidade), pela proteção de mulheres e garotas contra a violência doméstica, o assédio sexual e o estupro,[1][10][11] pelos direitos trabalhistas, incluindo a licença-maternidade e salários iguais, e todas as outras formas de discriminação.[12][13][14]

Durante grande parte de sua história, a maioria dos movimentos e teorias feministas tiveram líderes que eram principalmente mulheres brancas de classe média, da Europa Ocidental e da América do Norte.[15][16][17] No entanto, desde pelo menos o discurso de Sojourner Truth, feito em 1851, às feministas dos Estados Unidos, mulheres de outras etnias e origens sociais propuseram formas alternativas de feminismo.[16] Esta tendência foi acelerada na década de 1960, com o movimento pelos direitos civis que surgiu nos Estados Unidos e o colapso do colonialismo europeu na África, no Caribe e em partes da América Latina e do Sudeste Asiático. Desde então as mulheres nas antigas colônias europeias e nos países em desenvolvimento propuseram feminismos "pós-coloniais"[17] — nas quais algumas postulantes, como Chandra Talpade Mohanty, criticam o feminismo tradicional ocidental como sendo etnocêntrico.[18] Feministas negras, como Angela Davis e Alice Walker, compartilham este ponto de vista.[15]

Desde a década de 1980, as feministas argumentaram que o movimento deveria examinar como a experiência da mulher com a desigualdade se relaciona ao racismo, à homofobia, ao classismo e à colonização.[16][19] No fim da década e início da década seguinte as feministas ditas pós-modernas argumentaram que os papéis sociais dos gêneros seriam construídos socialmente,[20][21][22] e que seria impossível generalizar as experiências das mulheres por todas as suas culturas e histórias.[23]

  1. a b Cornell, Drucilla (1998). At the heart of freedom: feminism, sex, and equality. Princeton, N.J.: Princeton University Press. ISBN 978-0-691-02896-5 
  2. Humm, Maggie (1992). Modern feminisms: Political, Literary, Cultural. New York: Columbia University Press. ISBN 0-231-08072-7 
  3. Collins Dictionary and Thesaurus. London: Collins. 2006. ISBN 0-00-722405-2 
  4. a b Humm, Maggie (1990). The dictionary of feminist theory. Columbus: Ohio State University Press. 278 páginas. ISBN 0-8142-0506-2 
  5. Agnes, Michael (2007). Webster's New World College Dictionary. [S.l.]: John Wiley & Sons. ISBN 0-7645-7125-7 
  6. Walker, Rebecca (1992). Becoming the Third Wave. Ms. [S.l.: s.n.] pp. 39–41 
  7. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Suffragettes to Grrls
  8. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome Chodorow1989
  9. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome gilligan1977
  10. Echols, Alice (1989). Daring to be bad: radical feminism in America, 1967-1975. Minneapolis: University of Minnesota Press. 416 páginas. ISBN 0-8166-1787-2 
  11. Campaign: Stop Violence against Women
  12. Price, Janet; Shildrick, Margrit (1999). Feminist theory and the body: a reader. New York: Routledge. 487 páginas. ISBN 0-415-92566-5 
  13. Butler, Judith (março de 1992). «Feminism in Any Other Name». Differences. 6 (2-3). 30 páginas 
  14. Messer-Davidow, Ellen (2002). Disciplining feminism: from social activism to academic discourse. Durham N.C.: Duke University Press 
  15. a b Walker, Alice (1983). In search of our mothers' gardens: womanist prose. San Diego: Harcourt Brace Jovanovich. 397 páginas. ISBN 0-15-144525-7 
  16. a b c Hill Collins, P. (2000): Black Feminist Thought: Knowledge, consciousness, and the politics of empowerment (New York: Routledge)
  17. a b Narayan, Uma (1997). Dislocating cultures: identities, traditions, and Third-World feminism. New York: Routledge. 0415914183 páginas. ISBN 0-415-91418-3 
  18. Mohanty, Chandra Talpade (1991). «Introduction». In: Mohanty, Chandra Talpade; Russo, Ann; Torres, Lourdes. Third World women and the politics of feminism. Bloomington: Indiana University Press. 49 páginas. ISBN 0-253-20632-4 
  19. Harding, Sandra (2004). The feminist standpoint theory reader: intellectual and political controversies. New York: Routledge. ISBN 978-0-415-94501-1 
  20. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome debeauvoir1973
  21. Butler, Judith (1999). Gender trouble: feminism and the subversion of identity. New York: Routledge. ISBN 9780415924993 
  22. West, Candace; Zimmerman, Don H. (junho de 1987). Doing Gender. Gender and Society. 1. [S.l.: s.n.] 26 páginas. doi:10.1177/0891243287001002002 
  23. Benhabib, Seyla (1995). From Identity Politics to Social Feminism: A Plea for the Nineties. Philosophy of Education. 1. [S.l.: s.n.] 14 páginas 

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