Frederick Douglass

Frederick Douglass
Frederick Douglass
Frederick Douglass, cerca de 1874.
Outros nomes Frederick Augustus Washington Bailey
Nascimento fevereiro de 1818
Condado de Talbot
Morte 20 de fevereiro de 1895 (77 anos)
Washington, D.C.
Causa da morte Infarto
Nacionalidade norte-americano
Progenitores Mãe: Harriet Bailey
Pai: (provavelmente) Aaron Anthony
Cônjuge Anna Murray-Douglass (1838–1882)
Helen Pitts Douglass (1884–1895)
Filho(a)(s) Rosetta, Lewis, Frederick Jr., Charles e Annie
Ocupação Abolicionista
Ativista dos direitos humanos
Escritor
Filiação Partido Republicano
Ideias notáveis Abolicionismo
Religião Metodista
Assinatura

Frederick Douglass, nascido como Frederick Augustus Washington Bailey (Condado de Talbot, c. fevereiro de 1818[1][nota 1]Washington, D.C., 20 de fevereiro de 1895) foi um abolicionista, estadista e escritor estadunidense. Chamado "O Sábio de Anacostia" ou "O Leão de Anacostia", ele foi dos mais eminentes afro-americanos do seu tempo, e dos mais influentes na história dos Estados Unidos, sobretudo durante o período da Guerra de Secessão e a consequente abolição da escravatura, para o que pressionou o então presidente Abraham Lincoln.

Filho de uma escrava com um homem branco, Douglass viveu a experiência da servidão e, instruindo-se, dela fugiu em 1838, adotando novo nome como homem livre e com o qual passou à história; dez anos depois publicou sua primeira autobiografia que o levou a excursionar pela Europa, o que lhe mudou o pensamento para ações mais pragmáticas de luta.[1] Durante a guerra civil conseguiu fazer com que os negros pudessem lutar ao lado dos brancos e, terminada esta, continuou suas lutas pela igualdade entre as raças e também entre homens e mulheres.[1]

Seu pensamento contestador contra os sistemas opressivos pregava a constante rebeldia, como expressou a um amigo abolicionista numa carta de 1848: "Sem luta não há progresso. Aqueles que professam em favor da liberdade, e ainda depreciam a agitação, são pessoas que querem ceifar sem arar a terra. Eles querem chuva sem trovão e raios. Eles querem o oceano sem o terrível bramido de suas muitas águas. Esta luta pode ser moral; ou pode ser física; ou pode ser ambas, moral e física; mas ela deve ser uma luta. O poder não concede nada sem demanda. Nunca concedeu e nunca concederá".[3] Foi um orador bastante requisitado na causa abolicionista por sua eloquência,[4] Douglass é autor de frases célebres sempre citadas, como "eu me uniria com qualquer um para fazer o certo e com ninguém para fazer o errado".[5][nota 2] Os abolicionistas brancos pediam-lhe o depoimento mas procuravam limitar-lhe a narrativa apenas ao testemunho dos fatos, e não à sua análise, que caberia a eles fazer — revelando assim uma outra forma de preconceito: além do racial, o intelectual; mas Douglass se insurgia contra isto, tanto em suas palestras quanto em seus livros, levando aos fatos sua própria interpretação.[4]

Por toda sua luta, Douglass é reconhecido como "o pai do movimento pelos direitos civis" dos Estados Unidos e sua última residência na capital integra o patrimônio histórico nacional daquele país.[6] Para seu biógrafo Joseph W. Holley ele foi o mais influente afro-americano do século XIX, havendo militado em favor de diversas causas sociais que "agitaram a consciência" do país e que foram desde os direitos femininos, reforma agrária, temperança, paz, educação pública e gratuita e abolição da pena de morte — mas sobretudo gastou a maior parte de seu tempo e energia pelo fim da escravidão e pela igualdade de direitos a todos os afrodescendentes; segundo ele: "Douglass entendeu que a luta pela libertação e pela igualdade exigia vigorosa, persistente e inflexível agitação. E reconheceu que os afro-americanos têm papel inerente nesta luta. Menos de um mês antes de sua morte um jovem negro pediu seu conselho a quem iniciava sua carreira no mundo, Douglas respondeu sem hesitação: "Agite! Agite! Agite!"".[7][nota 3] Sua autobiografia faz parte do cânon da literatura e da cultura estadunidenses.[4]

  1. a b c Institucional. «Frederick Douglass (1818 - 1895)». Africans in America (PBS). Consultado em 18 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 7 de outubro de 2013 
  2. Institucional. «Frederick Douglass». Rochester Regional Library Council (RRLC). Consultado em 9 de janeiro de 2017. Cópia arquivada em 9 de janeiro de 2017 
  3. Citado em Miguel Carter (tradução: Imario Vieira) (2006). «O movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e a Democracia no Brasil». AGRÁRIA, São Paulo, Nº 4, pp. 124-164. Consultado em 18 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 18 de dezembro de 2016  (trabalho originalmente publicado pelo Centre for Brazilian Studies Working Paper CBS-60-05, University of Oxford, em maio de 2005 — pdf arquivado do cache do Google).
  4. a b c Alessandro Portelli (tradução:Ingeborg K. de Mendonça e Carlos Espejo Muriel) (1996). «A Filosofia e os Fatos: Narração, interpreta ção e significado nas memórias e nas fontes orais» (PDF). Tempo, Rio de Janeiro , vol. 1, n°. 2, p. 59-72. Consultado em 18 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 18 de dezembro de 2016  (trabalho originalmente publicado pela revista espanhola "Fundamentos" — pdf arquivado do cache do Google).
  5. Breanna Edwards (16 de setembro de 2014). «Historic Unveiling of Frederick Douglass Portrait at Governor's Mansion in Md.». The Root. Consultado em 20 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 20 de dezembro de 2016 
  6. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome nationalsite
  7. Roy E. Finkenbine. «Douglass, Frederick». American National Biography. Consultado em 24 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 24 de dezembro de 2016 


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