Guaicurus | |||||||||
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População total | |||||||||
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Línguas | |||||||||
Línguas guaicuruanas | |||||||||
Religiões | |||||||||
Animismo e cristianismo |
O termo guaicurus remete aos grupos indígenas cujas línguas pertencem à família linguística guaicuru. Eram famosos por serem uma tribo guerreira que se utilizavam de cavalos para as caçadas e ataques. Migraram para o território brasileiro, na região dos estados de Mato Grosso do Sul e Goiás, fugindo da colonização na região do norte do Paraguai.[1]
A denominação "guaicuru" era utilizada originalmente pelos nativos da etnia guarani para referir-se a um grupo étnico rival que habitava a margem ocidental do curso médio do Rio Paraguai entre a foz dos rios Pilcomayo e Yabebiri. Na época da conquista hispânica, essa denominação também foi utilizada para referir-se a outros grupos de nativo que habitavam o curso superior do Rio Paraguai.
Trata-se de um termo originalmente pejorativo que resulta da conjunção das seguintes palavras em língua guarani:
Nesse contexto, pode-se traduzir essa denominação como: gente malvada e com a pele suja.[2]
No século XVI, os nativos dessa etnia habitavam a região do Chaco, divididos em dois núcleos: um mais ao sul (Guaicurús), localizado na margem ocidental do Rio Paraguai, nas proximidades de onde, atualmente, está localizada a cidade de Assunção e outro núcleo mais ao norte (Mbayá), também na margem ocidental do Alto Paraguai.
A denominação "Mbayá" tem várias interpretações, tais como: "esteira de bambus", gente que vive entre os "pajonales" (vegetação da região); referência a um tipo de palha que era utilizada em suas habitações; gordos; hercúleos ou gigantescos.
Esse grupo mais ao norte se autodenominava como "Eyiguayeguis", que significa: "gente que vive entre as palmeiras do tipo 'eyiguá'" (boicaiúva).
Muitas vezes, aliavam-se com os os paiaguás, pois necessitavam da canoa para atravessar o Rio Paraguai e da certeza que não haveria conflitos com estes, para que pudessem atacar os campos cultivados pelos guaranis em épocas de colheita.
Antes do período colonial eram nômades que tinham uma economia baseada na caça, pesca e coleta. A agricultura somente surgiu com a maior estabilidade dos assentamentos a partir do século XIX. A criação de rebanhos equinos e bovinos foi desenvolvida no período colonial, com destaque para a criação de cavalos que passou a ser um dos elementos característicos desse grupo étnico que pode ser caracterizado como uma sociedade equestre.[3]
A partir de meados do século XVII, começaram a ocupar também a margem oriental do rio Paraguai, na região correspondente a região do Pantanal que, no século XVIII, seria a principal área de ocupação por essa etnia. No final do Século XIX, o território habitado pelo grupo concentrava-se em áreas que atualmente pertencem ao estado de Mato Grosso do Sul.
Aliados dos paiaguás contra um inimigo comum, os exímios cavaleiros guaicurus ofereceram grande resistência à povoação do Pantanal Sul-matogrossense.[1] Um tratado de paz em 1791[1] os declarou súbditos da Coroa Portuguesa.
Dentre os remanescentes atuais de uma das antigas tribos Mbayá-Guaicurú, podem-se citar os cadiuéus da Reserva Indígena da Bodoquena, no sul do estado de Mato Grosso do Sul.[3]
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