Guerra Civil Libanesa

Guerra Civil Libanesa

A "Praça dos Mártires", no centro de Beirut, em 1982.
Data 13 de abril de 197513 de outubro de 1990
Local Líbano
Desfecho
Beligerantes
Frente Libanesa

Exército do Líbano Livre (até 1977)
ESL (desde 1976)
 Israel (desde 1978)


Milícia Tigres (até 1980)


Brigadas Marada (aliado com a Síria)
Líbano MNL (até 1982)

Líbano Jammoul (a partir de 1982)
Estado da Palestina OLP


Movimento Amal


Hezbollah (a partir de 1985)
Irã Irã (a partir de 1980; maioria membros do EGRI)


Movimento de Unificação Islâmica (a partir de 1982)
Líbano Forças Armadas Libanesas
Força Interina das Nações Unidas
Força Multinacional
 Estados Unidos
 França
 Itália

Síria Síria (1976, e a partir de 1983)
Força Árabe de Dissuasão (1976–1982)

Comandantes
Bashir Gemayel
Amine Gemayel
William Hawi
Samir Geagea
Líbano Michel Aoun
Líbano Etienne Saqr
Líbano Saad Haddad
Líbano Antoine Lahad
Israel Menachem Begin
Israel Ariel Sharon

Líbano Dany Chamoun


Líbano Tony Frangieh
Líbano Suleiman Frangieh
Kamal Jumblatt
Walid Jumblatt
Inaam Raad
Abdallah Saadeh
Assem Qanso
George Hawi
Elias Atallah
Muhsin Ibrahim
Estado da Palestina Yasser Arafat
Estado da Palestina George Habash

Nabih Berri


Abbas al-Musawi
Emmanuel Erskine
William O'Callaghan
Gustav Hägglund
Estados Unidos Timothy J. Geraghty
Síria Hafez al-Assad
Síria Mustafa Tlass
120 000 – 150 000 mortos[1]

A Guerra Civil do Líbano foi um conflito no Líbano entre 1975 e 1990. A guerra multifacetada teve seus antecedentes delineados nos conflitos políticos e compromissos firmados após o fim da administração otomana na região.

O conflito agravou-se por causa do envolvimento de Israel, EUA e alguns outros países árabes, e também com as mudanças na composição demográfica libanesa, com afluxo de refugiados palestinos entre 1948 e 1982. Depois de um breve intervalo nos combates em 1976, devido a uma mediação da Liga Árabe - e, consequentemente, uma intervenção militar síria -, persistiam conflitos entre palestinos e libaneses, com a luta focada principalmente no sul do Líbano, ocupado inicialmente pela OLP, e depois por Israel.

A guerra teve quatro etapas principais: de 1975 a 1977, com enfrentamentos e massacres entre as comunidades religiosas, e uma intervenção síria por petição do Parlamento Libanês; entre 1977 e 1982, caracterizada por uma intervenção israelense no sul do país mediante a Operação Litani; de 1982 a 1984, com a invasão de Israel, a tomada de Beirute e a posterior intervenção das Nações Unidas; e entre 1984 e 1990. Com os Acordos de Taif, firmados na Arábia Saudita, criaram-se as condições para o final definitivo em 1990.

Durante os combates, as alianças mudavam repentinamente. Até o final da guerra, quase todos os partidos tinham se aliado e, posteriormente, traído os outros partidos pelo menos uma vez. A década de oitenta foi particularmente sombria: a maior parte de Beirute foi deixada em ruínas, como resultado do massacre de Karantina realizado por milícias cristãs libanesas em 1976, dos bombardeios do exército sírio aos bairros cristãos em 1978 e 1981 e, por fim, da invasão israelense que expulsou a OLP do território libanês, em 1982.

Uma série de atrocidades e atos terroristas foram cometidos pelas Falanges libanesas, por Israel e pelos grupos palestinos envolvidos no conflito - entre as quais, o massacre de Damour onde palestinos mataram de 25 a 600 (de acordo com diferentes fontes) habitantes cristãos da cidade ao sul de Beirute, e o massacre de Sabra e Shatila, quando as falanges cristãs maronitas massacraram cerca de 3 mil civis palestinos e refugiados durante três dias. A guerra se deteriorou ainda mais em carnificina sectária.

Com a invasão do Kwait pelo Iraque em 1990, as tensões se reduziram até o final definitivo no início da década de 1990. Forças de Israel continuaram presentes no sul do Líbano, no que os oficiais israelenses chamavam de "zona de segurança" (uma área-tampão supostamente para impedir ataques sobre o norte israelense), até a retirada em 2000. Já a Síria, que controlava na prática o resto do território libanês, não retirou suas tropas até 2005, quando foi obrigada a abandonar o país após a pressão conjunta criada por manifestações populares libanesas e intervenção diplomática dos Estados Unidos, da França e das Nações Unidas, como conseqüências do assassinato de Rafik Hariri.

  1. World Political Almanac, 3ª Ed, Chris Cook.

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