Guerra do Iraque

 Nota: Para o conflito interno neste país, veja Guerra Civil Iraquiana (2011–2017). Para outros significados, veja Guerra do Iraque (desambiguação).
Guerra do Iraque
Guerra ao Terrorismo

No sentido horário, começando pelo canto superior esquerdo: uma patrulha conjunta em Samarra, a queda da estátua de Saddam Hussein na praça Firdos; um soldado do Exército iraquiano com seu fuzil durante um assalto; um IED explode no sul de Bagdá.
Data 20 de março de 200318 de dezembro de 2011[1]
(8 anos, 8 meses, 4 semanas e 1 dia)
Local Iraque
Desfecho
Situação Terminada
Beligerantes
Força de invasão (2003):
Estados Unidos Estados Unidos
Reino Unido Reino Unido
 Dinamarca
 Austrália
 Polônia
Peshmerga


Pós-invasão (2003–2011):
 Iraque

Coalizão Internacional:

Fase da invasão (2003):
Iraque Iraque Baathista








Pós-invasão (2003–2011):
Lealistas do Partido Baath

Jihadistas Sunitas

Apoio



Insurgentes Xiitas

Apoio:



Outros grupos terroristas e de resistência
Comandantes
Estados Unidos George W. Bush
Estados Unidos Barack Obama
Estados Unidos Robert Gates
Estados Unidos Donald Rumsfeld
Estados Unidos Tommy Franks
Estados Unidos Ricardo Sanchez
Estados Unidos George Casey
Estados Unidos David Petraeus
Estados Unidos Raymond T. Odierno
Estados Unidos Lloyd Austin
Reino Unido Tony Blair
Reino Unido Gordon Brown
Reino Unido David Cameron
Reino Unido Brian Burridge
Espanha José María Aznar
Itália Silvio Berlusconi
Polónia Lech Kaczyński
Iraque Nouri al-Maliki
Saddam Hussein [4]
Izzat Ibrahim ad-Douri
Abu Musab al-Zarqawi
Abu Ayyub al-Masri
Omar al-Baghdadi
Abu Suleiman al-Naser
Abu Bakr al-Baghdadi
Moqtada al-Sadr
Abu Deraa
Forças
Força de invasão (2003–2004):
~300 000

Forças da Coalizão (2004–2009):
176 000 (auge)

Forças paramilitares
6 000–7 000 (estimativa)[5]

Forças de Segurança Iraquianas:
805 269 (militares e paramilitares: 578 269,[6] polícia: 227 000)
Curdistão Iraquiano
~400 000[7]
Exército Iraquiano:
375 000 (dispersado em 2003)
Guarda Republicana Iraquiana:
70 000–75 000
(dispersado em 2003)
Fedayeen Saddam
30 000(dispersado em 2003)

Insurgentes sunitas
~70 000 (2007)[8]
Exército Mahdi
~60 000 (2007)[9]
Al-Qaeda
~1 300 (2006)[10]

Estado Islâmico do Iraque
~1 000 (2008)
Baixas
Forças de Segurança Iraquiana (pós-Saddam)
Mortos: 17 690[11]
Feridos: 40 000+[12]

Forças da Coalizão
Mortos: 4 805[13][14] (4 487 americanos mortos,[15] 179 britânicos mortos,[16] 139 mortos de outros países)
Desaparecidos/capturados (EUA): 8 (todos recapturados)[17][18]
Feridos: 32 753+ (32 226 americanos,[19] 315 britânicos, 212 de outros países[20])[21][22][23][24]

Feridos/doentes/outros: 51 139 (47 541 americanos,[25] 3 598 britânicos)[21][23][24]

Empresas militares privadas:
Mortos: 1 554[26][27]
Feridos: 43 880[26][27]


Total de mortos: 25 286
Total de feridos: 117 961
Combatentes iraquianos mortos (período da invasão):
7 600–11 000[28][29]

Insurgentes (pós-Saddam)

Mortos: 26 544 (2003-2011)[30]


Total: 34 144 – 37 344 mortos

A Guerra do Iraque, também referida como Ocupação do Iraque[31] ou Segunda Guerra do Golfo,[32] ou Terceira Guerra do Golfo ou ainda como Operação Liberdade do Iraque (em inglês: Operation Iraqi Freedom),[33] foi um conflito que começou no dia 20 de Março de 2003 com a invasão do Iraque, por uma coalizão militar multinacional liderada pelos Estados Unidos. Esta fase do conflito foi encerrada no dia 18 de dezembro de 2011 com a retirada das tropas americanas do território iraquiano após oito anos de ocupação.[34] O conflito aconteceu no contexto da Guerra ao Terror, lançada pelo presidente americano George W. Bush após os atentados de 11 de setembro de 2001.

A invasão começou em 20 de março de 2003,[35] com os Estados Unidos, o Reino Unido e um punhado de nações aliadas, lançando uma pesada campanha de bombardeamento aéreo ("Choque e pavor") contra as principais cidades do Iraque, principalmente Bagdá. O exército iraquiano foi rapidamente sobrepujado pela Coalizão ocidental (encabeçada pelo exército americano), que em menos de um mês conseguiu tomar conta do país. A invasão aliada levou ao colapso do governo Baathista; o presidente iraquiano, Saddam Hussein, foi capturado na Operação Red Dawn em dezembro de 2003 e três anos mais tarde foi julgado e depois executado na forca. Contudo, o vácuo de poder após a queda do ditador e a ineficiência da ocupação estrangeira levou a uma onda de violência sectária e religiosa, principalmente amparada na rivalidade entre xiitas e sunitas, que mergulhou o país numa sangrenta guerra civil. Militantes islamitas estrangeiros começaram a chegar em peso no Iraque para lutar contra as tropas de ocupação ocidental e contra o novo governo secular iraquiano. Grupos como a Al-Qaeda se fortaleceram na região e utilizaram o território iraquiano para expandir suas atividades. Frente ao aumento da intensidade do conflito em uma sangrenta luta de guerrilha, vários países começaram a abandonar a Coalizão e retiraram suas tropas do Iraque. Os Estados Unidos foi pelo caminho oposto, aumentando consideravelmente sua presença militar no país em 2007 e, logo em seguida, a insurgência iraquiana começou a perder força. A partir de 2009, os americanos começaram o processo de desmobilizar suas tropas do Iraque, até que a retirada foi completada em dezembro de 2011.[36][37][38][39]

O Governo Bush baseou sua racionalidade para lançar a guerra na ideia de que o Iraque, visto pelo Ocidente como um "Estado vilão" desde a Guerra do Golfo, possuía armas de destruição em massa (WMDs, na sigla em inglês) e que o regime de Saddam Hussein representava uma ameaça grave para os Estados Unidos e seus aliados.[40][41] Oficiais e autoridades do governo americano também acusaram Saddam de dar abrigo e apoio a terroristas da al-Qaeda,[42] enquanto outros argumentavam sobre o valor moral de derrubar uma ditadura e levar democracia ao povo iraquiano.[43][44] Após a invasão, contudo, nenhuma evidência substancial foi encontrada para apoiar as acusações de que o Iraque possuía armas de destruição em massa, enquanto a hipótese de que Saddam tinha laços com a al-Qaeda se provou falsa. A racionalidade que levou os Estados Unidos à guerra foi duramente criticada, tanto pela população americana quanto pelo mundo afora. Uma das consequências internas foi o declínio considerável da popularidade de George Bush, que se tornaria um dos presidentes mais impopulares da história americana, com a esmagadora da maioria da população dos Estados Unidos acreditando, no final da década de 2000, que invadir o Iraque foi um erro.[45]

Enquanto isso, no Iraque, foi realizado em 2005 eleições multi-partidárias legitimamente democráticas, sendo a primeira em décadas. Nouri al-Maliki se tornou primeiro-ministro do país em 2006 e só deixou o cargo em 2014. O governo de al-Maliki foi, ao longo do tempo, adotando políticas que favoreciam os xiitas e assim alienou a minoria sunita da nação, o que fez ressurgir as tensões sectárias no começo da década de 2010. Se aproveitando disso, em 2014, o grupo terrorista auto-proclamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL, na sigla em inglês) lançou uma série de ofensivas militares nas províncias de Ninawa, Saladino e Ambar, e dominaram boa parte do norte do Iraque, proclamando um Califado na região, provocando uma nova resposta militar dos Estados Unidos e das nações ocidentais.[46]

As estimativas do total de pessoas mortas na guerra (de 2003 a 2011) divergem de fonte para fonte, com os números variando de 100 000 a até mais de 600 000 fatalidades.[47] Um estudo de 2019 feito pelo Exército dos Estados Unidos, afirmou que o Irã emergiu como "o único vitorioso" da guerra, pois conseguiu expandir sua influência e poder pela região de forma considerável.[48]

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  4. «Pentagono: Saddam é prisioneiro de Guerra». CNN. Janeiro de 2004 
  5. «Deputy Assistant Secretary for International Programs Charlene Lamb's Remarks on Private Contractors in Iraq». State.gov. Consultado em 23 de outubro de 2010. Arquivado do original em 25 de outubro de 2010 
  6. International Institute for Strategic Studies; Hackett, James (ed.) (3 de fevereiro de 2010). The Military Balance 2010. London: Routledge. ISBN 1-85743-557-5 
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  9. Ricks, Thomas E.; Ann Scott Tyson (11 de janeiro de 2007). «Intensified Combat on Streets Likely». Washington Post. p. A01 
  10. Pincus, Walter. "Violence in Iraq Called Increasingly Complex". Washington Post, 17 de novembro de 2006.
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  41. Senador Bill Nelson (28 de janeiro de 2004) "New Information on Iraq's Possession of Weapons of Mass Destruction", Arquivado em 2016-04-20 no Wayback Machine
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  48. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome us-army-iran-victor

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