Haiti

 Nota: Não confundir com Taiti.
República do Haiti
République d'Haïti (francês)
Repiblik Ayiti (crioulo haitiano)
Bandeira do Haiti
Bandeira do Haiti
Brasão de armas do Haiti
Brasão de armas do Haiti
Bandeira Brasão de armas
Lema: "L'union fait la force" ("A união faz a força")
Hino nacional: "La Dessalinienne" ("A Dessaliniana")
Gentílico: haitiano(a)[1]

Localização República do Haiti
Localização República do Haiti

Capital Porto Príncipe
18° 32' N 72° 20' O
Cidade mais populosa Porto Príncipe
Língua oficial Francês e crioulo haitiano
Governo República unitária semipresidencialista
• Presidente do Conselho Presidencial de Transição Edgard Leblanc Fils
• Primeiro-ministro Michel Patrick Boisvert (interino)
Independência da França
• Declarada 1 de janeiro de 1804
• Reconhecida 1825
Área
  • Total 27 750 km² (143.º)
 • Água (%) 0,7
 Fronteira República Dominicana
População
 • Estimativa para 2018 11 439 646 [2] hab. (88.º)
 • Densidade 292 hab./km² (28.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2014
 • Total US$ 18,535 bilhões*[3]
 • Per capita US$ 1 771[3]
PIB (nominal) Estimativa de 2014
 • Total US$ 8,919 bilhões*[3]
 • Per capita US$ 852[3]
IDH (2022) 0,552 (158.º) – médio[4]
Gini (2001) 59,2[5]
Moeda Gourde (HTG)
Fuso horário UTC −5
 • Verão (DST) UTC −4[6]
Hora atual: 03:02
Cód. ISO HTI
Cód. Internet .ht
Cód. telef. +509
Website governamental http://primature.gouv.ht
¹ "Dessaliniana" vem de Jean Jacques Dessalines, líder revolucionário do Haiti.

Haiti, oficialmente a República do Haiti, é um país localizado na ilha de Hispaniola, no Mar do Caribe, a leste de Cuba e Jamaica e ao sul das Bahamas. Ocupa os três oitavos ocidentais da ilha que partilha com a República Dominicana.[7][8] Haiti é 27 750 quilômetros quadrados de área, sendo o terceiro maior país do Caribe, e tem uma população estimada de 11,4 milhões de pessoas,[9][10] tornando-o o país caribenho mais populoso. A capital é Porto Príncipe.

A ilha era originalmente habitada pelos indígenas taínos.[11] Os primeiros europeus chegaram em dezembro de 1492 durante a primeira viagem de Cristóvão Colombo,[12] que fundou o primeiro assentamento europeu nas Américas, a Fortaleza de La Navidad, no que hoje é a costa nordeste do Haiti.[13][14][15][16] A ilha foi reivindicada pela Espanha e fez parte do Império Espanhol até o início do século XVII. Reivindicações e acordos concorrentes levaram a que o oeste da ilha fosse cedido à França em 1697, que foi posteriormente chamada de São Domingos. Os colonos franceses estabeleceram plantações de cana-de-açúcar, trabalhadas por escravos trazidos da África, o que tornou a colônia uma das mais ricas do mundo.

Em plena Revolução Francesa, escravizados, quilombolas e negros livres começaram a Revolução Haitiana (1791–1804), liderada por Toussaint Louverture, um ex-escravo e general do Exército Francês. As forças de Napoleão foram derrotadas pelo sucessor de Louverture, Jean-Jacques Dessalines (mais tarde imperador Jacques I), que declarou a soberania do Haiti em 1 de janeiro de 1804, levando ao massacre de todos os franceses na ilha. O país tornou-se a primeira nação independente da América Latina e do Caribe, a segunda república das Américas, o primeiro país das Américas a acabar com a escravidão e o único país estabelecido por uma revolta de escravos.[17][18][19] O presidente Jean-Pierre Boyer tentou expandir a influência haitiana sobre a parte oriental de Hispaniola, o que levou às Guerras Haitiano-Dominicanas. O Haiti reconheceu a independência dominicana em 1867, após a sua declaração em 1844. O primeiro século de independência do Haiti foi caracterizado pela instabilidade política, ostracismo por parte da comunidade internacional e o pagamento de uma dívida exerna paralisante com a França. A volatilidade política e a influência econômica estrangeira levaram os Estados Unidos a ocupar o país entre 1915 e 1934. François 'Papa Doc' Duvalier assumiu o poder em 1957, inaugurando um longo período de governo autocrático continuado por seu filho, Jean-Claude 'Baby Doc' Duvalier, que durou até 1986; o período foi caracterizado pela violência sancionada pelo Estado contra a oposição e civis, corrupção e estagnação econômica. Depois de 1986, o Haiti estabeleceu um sistema político relativamente mais democrático.

O Haiti é membro fundador das Nações Unidas, da Organização dos Estados Americanos (OEA),[20] da Associação dos Estados do Caribe[21] e da Organização Internacional da Francofonia. Além da Comunidade do Caribe, é membro do Fundo Monetário Internacional,[22] da Organização Mundial do Comércio[23] e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos. Historicamente muito pobre e politicamente instável, o Haiti tem o Índice de Desenvolvimento Humano mais baixo do continente americano. O país sofreu um golpe de estado em 2004, que levou à intervenção da ONU, bem como um terremoto catastrófico em 2010 que matou mais de 250 mil pessoas e causou um surto de cólera. Com a deterioração da sua situação econômica,[24] o Haiti tem vivido uma crise socioeconômica e política constante, marcada por motins, fome e guerra entre gangues.[25] Em fevereiro de 2023, o Haiti não tinha mais funcionários eleitos no governo e era descrito como um Estado falido.[26][27]

  1. «Portal da Língua Portuguesa, Dicionário de Gentílicos e Topónimos do Haiti» 
  2. «World Population prospects – Population division». Population.un.org. Consultado em 9 de novembro de 2019 
  3. a b c d Fundo Monetário Internacional (FMI), ed. (Outubro de 2014). «World Economic Outlook Database». Consultado em 29 de outubro de 2014 
  4. «Relatório de Desenvolvimento Humano 2023/24» (PDF) (em inglês). Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. 13 de março de 2024. p. 289. Consultado em 13 de março de 2024 
  5. «Gini Index». Banco Mundial. Consultado em 2 de março de 2011 
  6. Haití adelanta la hora para optimizar consumo de energía en el verano de 2012 (em castelhano)
  7. Dardik, Alan, ed. (2016). Vascular Surgery: A Global Perspective. [S.l.]: Springer. ISBN 978-3-319-33745-6. Consultado em 8 de maio de 2017 
  8. Josh, Jagran, ed. (2016). «Current Affairs November 2016 eBook». p. 93. Consultado em 8 de maio de 2017 
  9. «"World Population Prospects 2022"». population.un.org. Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, Population Division. Consultado em 17 de julho de 2022 
  10. «World Population Prospects 2022: Demographic indicators by region, subregion and country, annually for 1950-2100» (XSLX). population.un.org ("Total Population, as of 1 July (thousands)"). Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, Population Division. Consultado em 17 de julho de 2022 
  11. Lawler, Andrew (23 de dezembro de 2020). «Invaders nearly wiped out Caribbean's first people long before Spanish came, DNA reveals». National Geographic. Arquivado do original em 23 de dezembro de 2020 
  12. NgCheong-Lum, Roseline (2005). Haiti (Cultures of the World). New York: Times Editions. ISBN 978-0-7614-1968-6. Consultado em 29 de setembro de 2014 
  13. Davies, Arthur (1953). «The Loss of the Santa Maria Christmas Day, 1492». The American Historical Review: 854–865. doi:10.1086/ahr/58.4.854 
  14. Maclean, Frances (janeiro de 2008). «The Lost Fort of Columbus». Smithsonian Magazine. Consultado em 24 de janeiro de 2008 
  15. «Haïti histoire – 7 Bord de Mer de Limonade». Nilstremmel.com. Consultado em 15 de julho de 2014 
  16. «En Bas Saline». Florida Museum of Natural History. 20 de setembro de 2017 
  17. Danticat, Edwidge (2005). «Anacaona, Golden Flower». New York: Scholastic Inc. Journal of Haitian Studies. 11 (2): 163–165. ISBN 978-0-439-49906-4. JSTOR 41715319 
  18. Matthewson, Tim (1996). «Jefferson and the Nonrecognition of Haiti». Proceedings of the American Philosophical Society. 140 (1): 22–48. ISSN 0003-049X. JSTOR 987274 
  19. «Country profile: Haiti». BBC News. 19 de janeiro de 2010. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  20. OAS (1 de agosto de 2009). «OAS – Member State: Haiti». oas.org. OAS – Organization of American States: Democracy for peace, security, and development 
  21. Press, ed. (2014). «Association of Caribbean States (1994–2014)» (PDF). p. 46. Consultado em 25 de abril de 2016 
  22. «International Monetary Fund: List of Members». imf.org 
  23. «WTO ¦ World Trade Organization: Members and Observers». wto.org 
  24. Shellenberger, Michael (22 de setembro de 2022). «Haiti Riots Triggered By IMF Advice To Cut Fuel Subsidies». Forbes. Consultado em 18 de outubro de 2022 
  25. Taylor, Luke (18 de outubro de 2022). «Haiti on verge of collapse, NGOs warn as UN talks on restoring order continue». The Guardian. Consultado em 24 de outubro de 2022 
  26. Taylor, Luke (11 de janeiro de 2023). «Haiti left with no elected government officials as it spirals towards anarchy». The Guardian. Consultado em 10 de fevereiro de 2023 
  27. Charles, Jacqueline (3 de maio de 2023). «As violence in Haiti worsens, Canada bets on assistance to police». Miami Herald. Consultado em 3 de maio de 2023 

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