Holocausto

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Holocausto

Judeus húngaros após desembarcarem dos trens em Auschwitz II, na Polônia ocupada, maio de 1944. Os que eram enviados para a direita (rechts) iam para os campos de trabalho forçado; os que iam para a esquerda (links) eram assassinados nas câmaras de gás. Os prisioneiros do campo são visíveis em seus uniformes listrados.
Local:  Alemanha Nazista e Europa ocupada
Contexto: Segunda Guerra Mundial
Período: 1941–1945
Vítimas: Judeus
Tipo de agressão: Assassinato em massa, genocídio e limpeza étnica
Número de vítimas: Cerca de 6 milhões de pessoas
Motivo: Antissemitismo, racismo
Julgamentos: Processos de guerra de Nuremberg, entre outros
Responsáveis: Nazistas alemães, junto com seus colaboradores

Holocausto (em grego: ὁλόκαυστος, holókaustos: ὅλος, "todo" e καυστον, "queimado"),[1] também conhecido como Shoá (em hebraico: השואה, HaShoá, "a catástrofe"; em iídiche: חורבן, Churben ou Hurban, do hebraico para "destruição"), foi o genocídio ou assassinato em massa de cerca de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, no maior genocídio do século XX, através de um programa sistemático de extermínio étnico patrocinado pelo Estado nazista, liderado por Adolf Hitler e pelo Partido Nazista e que ocorreu em todo o Terceiro Reich e nos territórios ocupados pelos alemães durante a guerra.[2] Dos nove milhões de judeus que residiam na Europa antes do Holocausto, cerca de dois terços foram mortos; mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens judeus morreram durante o período.[3][4]

Apesar de ainda haver discussão sobre o uso e abrangência do termo "Holocausto" (ver abaixo), o genocídio nazista contra os judeus foi parte de um conjunto mais amplo de atos de opressão e de assassinatos em massa agregados cometidos pelo governo nazista contra vários grupos étnicos, políticos e sociais na Europa.[5] Entre as principais vítimas não judias do genocídio estão ciganos, poloneses, comunistas, homossexuais, prisioneiros de guerra soviéticos, Testemunhas de Jeová e deficientes físicos e mentais.[6][7][8] Segundo estimativas recentes baseadas em números obtidos desde a queda da União Soviética em 1991, um total de cerca de onze milhões de civis (principalmente eslavos) e prisioneiros de guerra foram intencionalmente mortos pelo regime nazista.[9][10]

Uma rede de mais de quarenta mil instalações na Alemanha e nos territórios ocupados pelos nazistas foi utilizada para concentrar, manter, explorar e matar judeus e outras vítimas.[11] A perseguição e o genocídio foram realizados em etapas. Várias leis para excluir os judeus da sociedade civil — com maior destaque para as Leis de Nuremberg de 1935 — foram decretadas na Alemanha antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial na Europa. Campos de concentração foram criados e os presos enviados para lá eram submetidos a trabalho escravo até morrerem de exaustão ou por alguma doença. Quando a Alemanha ocupou novos territórios na Europa Oriental, unidades paramilitares especializadas chamadas Einsatzgruppen assassinaram mais de um milhão de judeus e adversários políticos por meio de fuzilamentos em massa. Os alemães confinaram judeus e ciganos em guetos superlotados, até serem transportados, através de trens de carga, para campos de extermínio, onde, se sobrevivessem à viagem, a maioria era sistematicamente morta em câmaras de gás. Cada ramo da burocracia alemã estava envolvido na logística que levou ao extermínio, o que faz com que alguns classifiquem o Terceiro Reich como um "um Estado genocida".[12]

Em 2007, entrou em vigor uma lei sancionada pela União Europeia (UE) que pune com prisão quem negar o Holocausto.[13] Em 2010, a UE também criou a base de dados europeia EHRI (em inglês: European Holocaust Research Infrastructure) para pesquisar e unificar arquivos sobre o genocídio.[14] A Organização das Nações Unidas (ONU) homenageia as vítimas do Holocausto desde 2005, ao tornar 27 de janeiro o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, por ser o dia em que os prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz foram libertos.[15]

  1. Dawidowicz 1975, p. xxxvii.
  2. Snyder 2010, p. 45.
    Outros exemplos podem ser encontrados aqui: Bauer 2002, Cesarani 2004, Dawidowicz 1981, Evans 2002, Gilbert 1986, Hilberg 1996, Longerich 2012, Phayer 2000, Zuccotti 1999.
  3. Fitzgerald 2011, p. 4; Hedgepeth & Saidel 2010, p. 16.
  4. Dawidowicz 1975, p. 403.
  5. Yad Vashem (ed.). «The Holocaust: Definition and Preliminary Discussion». Consultado em 14 de setembro de 2014 
  6. Friedlander 1995, pp. xii–xiii; Niewyk 2012, p. 191.
  7. Davies, Norman; Lukas, Richard C. (2001). The Forgotten Holocaust: The Poles under German Occupation, 1939–1944. New York: Hippocrene. ISBN 0-7818-0901-0 
  8. Wytwycky, Bohdan (1980). The Other Holocaust: Many Circles of Hell. [S.l.]: The Novak Report 
  9. Snyder 2010, p. 384.
  10. «Timothy Snyder, "On Savagery: Spanish Holocaust under Francisco Franco"». The New Republic [ligação inativa]
  11. Eric Lichtblau (1 de março de 2013). «The Holocaust Just Got More Shocking». The New York Times. Consultado em 2 de março de 2013 
  12. Berenbaum 2005, p. 103.
  13. «La UE castigará con cárcel negar el Holocausto». 20 de abril de 2007. Consultado em 19 de março de 2012 
  14. «La UE en acción para que el Holocausto nunca se repita». 17 de novembro de 2010. Consultado em 19 de março de 2012 
  15. «UN marks Holocaust memorial day with exhibitions and pledges of 'never again'» (em inglês). 27 de janeiro de 2011. Consultado em 11 de março de 2012 

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