Ilha de calor

Ilha de calor (ou ICU, ilha de calor urbana) é a designação dada à distribuição espacial e temporal do campo de temperatura sobre a cidade que apresenta um máximo, definindo uma distribuição de isotermas que faz lembrar as curvas de nível da topografia de uma ilha, daí a origem do nome ilha de calor.

Há um contraste térmico entre a área mais urbanizada e menos urbanizada ou periférica, que inclusive pode ser área agrícola. Alterações da umidade do ar, da precipitação e do vento também estão associadas à presença de ilha de calor urbana. Em geral, nas cidades de latitudes médias e altas (onde o clima é mais frio) forma-se durante a noite, em associação com o estabelecimento de uma circulação tridimensional na camada limite urbana (CLU) cujo ramo inferior ocorre na forma de um fraco escoamento centrípeto chamado brisa urbana, com intensidade da ordem de 1 a 3 km/h.

Consequências da ilha de calor nas estações meteorológicas urbanas
Climograma de Madrid (Retiro).
Climograma de Madrid (Barajas).
Com o efeito ilha de calor, as temperaturas mínimas são visivelmente mais elevadas do que nas imediações e as máximas são ligeiramente mais baixas, pelo que a temperatura média é mais elevada na cidade, que também tende a ter um maior grau de humidade. Vamos comparar o clima em Madrid medido no parque do Retiro, no centro da cidade, e no aeroporto de Barajas, na periferia da cidade. As máximas são 1,2°C mais baixas devido à ilha de calor que impede a chegada de ventos quentes e aquecimento solar, mas as mínimas são 2,1°C mais altas, portanto a temperatura média é mais alta no centro e com oscilação média diária muito menor que na periferia.

A origem das ilhas de calor decorre da simples presença de edificações e das alterações das paisagens feitas pelo ser humano nas cidades. A superfície urbana apresenta particularidades em relação à menor capacidade térmica e densidade dos materiais utilizados nas construções urbanas: asfalto, concreto, telhas, solo exposto, presença de vegetação nos parques, ruas, avenidas, bulevares e também, alterações do albedo (reflexão das ondas curtas solares) devido às sombras projetadas das construções e à impermeabilização da superfície do solo que implica aumento da velocidade do escoamento superficial da água de chuva e maior risco de cheias das baixadas, várzeas etc.

O efeito de ilha de calor nos países de latitudes médias (frios ou temperados) é mais marcado no período noturno, e a sua intensidade é função não linear da população urbana.


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