Iluminismo

O Iluminismo, também conhecido como Século das Luzes[1] e Ilustração,[2][3][4][5] foi um movimento intelectual e filosófico que dominou o mundo das ideias na Europa durante o século XVIII, "O Século da Filosofia".[6] O Iluminismo incluiu uma série de ideias centradas na razão como a principal fonte de autoridade e legitimidade e defendia ideais como liberdade, progresso, tolerância, fraternidade, governo constitucional e separação Igreja-Estado.[7][8] Na França, as doutrinas centrais dos filósofos do Iluminismo eram a liberdade individual e a tolerância religiosa em oposição a uma monarquia absoluta e aos dogmas fixos da Igreja Católica Romana. O Iluminismo foi marcado por uma ênfase no método científico e no reducionismo, juntamente com o crescente questionamento da ortodoxia religiosa — uma atitude capturada pela frase Sapere aude (em português: "Atreva-se a conhecer").[9]

Os historiadores franceses tradicionalmente colocam o período do Iluminismo entre 1715 (o ano em que Luís XIV morreu) e 1789 (o início da Revolução Francesa). Alguns historiadores recentes, no entanto, defendem o período da década de 1620, com o início da Revolução Científica. Les philosophes (francês para "os filósofos") do período circularam amplamente suas ideias através de encontros em academias científicas, lojas maçônicas, salões literários, cafés e em livros impressos e panfletos. As ideias do Iluminismo minaram a autoridade da monarquia e da Igreja e prepararam o caminho para as revoluções políticas dos séculos XVIII e XIX. Uma variedade de movimentos do século XIX, incluindo o liberalismo e o neoclassicismo, rastreiam a sua herança intelectual ao Iluminismo.[10]

A Era da Iluminação foi precedida e estreitamente associada à Revolução Científica.[11] Filósofos anteriores cujo trabalho influenciaram o Iluminismo incluíram Francis Bacon, René Descartes, John Locke e Baruch Spinoza.[12] As principais figuras do Iluminismo incluíram Cesare Beccaria, Voltaire, Denis Diderot, Jean-Jacques Rousseau, David Hume, Adam Smith e Immanuel Kant. Alguns governantes europeus, incluindo Catarina II da Rússia, José II da Áustria e Frederico II da Prússia, tentaram aplicar o pensamento iluminista sobre a tolerância religiosa e a política, o que se tornou conhecido como "absolutismo esclarecido".[13] Benjamin Franklin visitou a Europa repetidamente e contribuiu ativamente para os debates científicos e políticos e trouxe as novas ideias de volta à Filadélfia. Thomas Jefferson seguiu de perto as ideias europeias e depois incorporou alguns dos ideais do Iluminismo na Declaração da Independência dos Estados Unidos (1776). Um de seus pares, James Madison, incorporou esses ideais na Constituição dos Estados Unidos durante a sua concepção em 1787.[14]

A publicação mais influente do Iluminismo foi Encyclopédie (Enciclopédia). Publicado entre 1751 e 1772 em 35 volumes, foi compilado por Denis Diderot, Jean le Rond d'Alembert (até 1759) e um grupo de 150 cientistas e filósofos. Isto ajudou a espalhar as ideias do Iluminismo em toda a Europa e além.[15] Outras publicações de referência foram o Dictionnaire philosophique de Voltaire (Dicionário filosófico, 1764) e Cartas Filosóficas (1733); Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens de Rousseau (1754) e Do Contrato Social (1762); A Riqueza das Nações de Adam Smith (1776); e o O Espírito das Leis de Montesquieu (1748). As ideias do Iluminismo desempenharam um papel importante na inspiração da Revolução Francesa, que começou em 1789. Após a Revolução, o Iluminismo foi seguido pelo movimento intelectual conhecido como romantismo.

Immanuel Kant.
  1. «Iluminismo - Século das Luzes». significados.com.br. Consultado em 26 de janeiro de 2014 
  2. Falcon, Francisco José Calazans (1986). Iluminismo. São Paulo: Editora Atica. OCLC 56431760 
  3. «Ilustração - Dicionário Online de Português». Consultado em 27 de janeiro de 2014 
  4. Mesquita Júnior, Geraldo (2004). Os filósofos da política: iluminismo, a filosofia da ilustração. Brasília: Senado Federal. OCLC 685250857 
  5. Fortes, Luiz Roberto Salinas (1981). O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo, Brasil: Brasiliense. ISBN 9788511020229. OCLC 20861366 
  6. «The Age of Enlightenment: A History From Beginning to End: Chapter 3». publishinghau5.com. Consultado em 3 de abril de 2017. Arquivado do original em 3 de março de 2017 
  7. Outram, Dorinda (2006). Panorama of the Enlightenment. [S.l.]: Getty Publications. p. 29. ISBN 9780892368617 
  8. Zafirovski, Milan (2010). The Enlightenment and Its Effects on Modern Society. [S.l.: s.n.] p. 144 
  9. Gay, Peter (1996). The Enlightenment: An Interpretation. [S.l.]: W. W. Norton & Company. ISBN 0-393-00870-3 
  10. Eugen Weber, Movements, Currents, Trends: Aspects of European Thought in the Nineteenth and Twentieth Centuries (1992).
  11. I. Bernard Cohen, "Scientific Revolution and Creativity in the Enlightenment." Eighteenth-Century Life 7.2 (1982): 41–54.
  12. Sootin, Harry. "Isaac Newton." New York, Messner (1955)
  13. Jeremy Black, "Ancien Regime and Enlightenment. Some Recent Writing on Seventeenth-and Eighteenth-Century Europe," European History Quarterly 22.2 (1992): 247–55.
  14. Robert A. Ferguson, The American Enlightenment, 1750–1820 (1994).
  15. Robert Darnton, The Business of Enlightenment: a publishing history of the Encyclopédie, 1775–1800 (2009).

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